Jᴜɴᴛᴏꜱ

3.6K 307 393
                                    

DIA 315, manhã

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

DIA 315, manhã

— Por que fez isso? — pergunto ao me afastar, com a sua mão ainda em meu queixo, completamente confusa pelo beijo.

— Não quero perder nenhum minuto ao seu lado.

— Pensei que fosse contra ficar comigo — remexo-me um pouco, saindo dos seus braços e me encolhendo. Abraço minhas pernas e deito minha cabeça nos meus joelhos, começando assim a brincar com o cadarço que ainda está inteiro.

— São longos 12 anos de diferença... — lamenta — não quero agir como um fodido com você.

— Sou grandinha o suficiente para saber com quem eu quero ficar. E só para você saber, nunca te acharia parecido com aquele babaca do Shane. O que eu sinto por você é diferente.

— Não quero ser um filho da puta e magoar você, Carol.

— O que você acha que aconteceria se ficássemos juntos? — viro-me um pouco e lhe encaro, ele parece confuso.

— Seu pai é meu amigo. O conheço há tempo suficiente para saber que ele acabaria comigo.

— Não é como se você fosse ser preso — rebato, dando de ombros.

— Ah, é? Com seu pai sendo um policial e a gente em uma cadeia? — Daryl ri e balança a cabeça — me diga o que impediria ele?

Dou de ombros e volto a abaixar a cabeça, apoiando a testa no joelhos. Não acho que haveria qualquer possibilidade de eu olhar para Daryl e ver semelhança com Shane. Aquele filho da puta me beijou a força, tentou se aproveitar de Amy e matou duas pessoas para esconder o quanto era sujo, sem contar o que fez com Lori. Daryl é o cara mais gentil que já conheci. Ninguém nunca fez tanto por mim como ele, inclusive me ouvir com tanta atenção a ponto de saber exatamente como me sinto.

— O pai da Bae... era um babaca — começo a falar, outra vez me sentindo mal por ter que lembrar disso — era só um garoto com pais influentes e que se achava o máximo. Eu fui até a casa dele chorondo, porque estava mal, e ele transou comigo ao invés de me escutar.

— Por que você faz isso, linda?

— Isso o que?

— Se contenta com tão pouco... por que eu?

Franzo a testa e ergo a cabeça para lhe encarar outra vez. Por que ele? Essa é a pergunta mais idiota que eu já ouvi. Por que amar o cara que me faz tão feliz? Que ficou meses procurando por mim? Que me protegeu e fez outras milhares de coisas por mim? Como Daryl não pode enxergar isso?

Por que ele? Porque sim! Não há outra pessoa para mim além dele. Em nenhum outro mundo.

— Por que não você? — interpelo, rebatendo sua pergunta.

Daryl é pego de surpresa, por um segundo parece pensar e logo se contentar com qualquer que seja a resposta que deu para si mesmo. Mas depois disso, ele se aproxima e senta na beira da cama, encarando Bae no berço.

Survive For Me - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora