22. Uma novidade para Emma Swan.

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(21 de Fevereiro — Em Nova Iorque)

Pov Regina

— Você sabe quem são os outros convidados? — Emma pergunta, quando já estamos indo para o apartamento de Zelena, no Village.

— Certamente devem ser ambientalistas, artistas conceituais, intelectuais, entusiastas do cinema francês e da arte sueca. — Respondo, com expressão séria, esticando um pouco o pescoço para ver no retrovisor central a minha aparência.

— Sério? — Ela me encara espantada.

— Não, meu amor... — Sorrio. — Não faço a mínima ideia. Mas, certamente, vai ter um par de gente chata discutindo o problema do aquecimento global e por que não há mais diretores como Truffaut e Bergman no cinema atual. — Digo de maneira sarcástica, enquanto ela estaciona o carro em frente ao prédio da minha irmã. — E não se assuste quando, durante o jantar, um dos convidados se levantar de repente para declamar algum poema de Baudelaire. — Acrescento, soltando o cinto de segurança.

— Nossa, como estamos críticas e mal-humoradas hoje. — Comenta, também tirando o cinto.

— Eu só acho que há momento para tudo. Há dias em que estou sem a menor paciência para temas engajados e politizados. — Suspiro entediada, imaginando o que nos espera lá dentro. — E quando lembro que se Zelena não tivesse insistido tanto para que viéssemos, poderíamos estar no meu loft agora, esparramadas na cama, comendo brigadeiro, transando, assistindo algum filme que não se leva a sério demais, fico irritada. — Faço menção de descer do veículo, mas sou impedida por ela, que me segura pelo braço.

— Espere! Achei essa ideia bem interessante. Principalmente a parte do brigadeiro e do sexo... Fiquei com vontade de misturar os dois agora. — Emma diz num tom bem malicioso. — Que tal se voltarmos para lá e dissermos a Zel que algum terrorista liberou gás tóxico no seu quarteirão e estamos impedidas de deixar o apartamento pelos próximos dias? — Completa, divertida.

— Acho que ela acreditaria. Acontece algo assim praticamente todos os dias em Nova Iorque. — Entro na brincadeira, aproximando meu rosto do dela e beijando-a.

— Ou, nós poderíamos ficar aqui mesmo e você faria isso de novo umas cem vezes. — Encosta sua testa na minha.

Nessa hora, ouvimos uma voz vinda do alto, fazendo com que olhemos, imediatamente, na direção de onde ela vem.

— Ei, esse é um prédio de respeito. Não admitimos beijos lésbicos na nossa porta. Vou chamar a polícia. — Minha irmã grita de uma janela no segundo andar.

Desço do carro.

— Eu poderia acreditar que esse é um prédio de respeito, se você não tivesse sido aceita aqui. — Grito também olhando para cima.

Em resposta, ela estira a língua.

— Quanta maturidade... — Ironizo.

— Subam logo, só faltam vocês. Deixem para transar mais tarde. — Zelena fala, debruçando-se no parapeito da janela.

Ao passarmos pela portaria, Emma observa os pequenos vasos de cerâmica, com plantas roxas, pendurados na parede pintada de amarelo.

— Gostei do prédio. Tem uma decoração bem alternativa. — Comenta.

— Então você vai adorar o apartamento dela. Todo planejado com base no Feng Shui. A maioria dos móveis são reciclados, inclusive as luminárias que são feitas de garrafas plásticas. — Relato enquanto subimos os degraus da escada, cada um pintado de uma cor, representando o arco íris.

The Lady In My Life [SwanQueen]Onde histórias criam vida. Descubra agora