36. Meu final feliz com Emma Swan.

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(Maio de 2023, em Boston)

Pov Regina

Ontem à noite, Emma e eu estávamos assistindo a um filme, e não preciso mais dizer o quanto gostamos de fazer isso juntas, não é? É uma das nossas coisas de casal preferida. Um desses hábitos simples e comuns que, mesmo com a chegada dos gêmeos, não deixamos de ter.

Em um determinado momento, a protagonista do filme, Frances, dividia a cena com outros personagens e a câmera se focava exclusivamente nela. Então, a jovem começou um monólogo sobre o que considerava um momento perfeito em um relacionamento:

"É uma coisa quando você tá com alguém e você ama a pessoa e vocês sabem disso. Vocês estão juntos, mas é uma festa, sabe? Os dois estão conversando com pessoas diferentes. Você tá lá sorrindo e olha para o outro lado da sala e vocês trocam olhares. Mas não porque são possessivos ou porque seja algo sexual, mas apenas porque aquela é a pessoa da sua vida. E isso é engraçado e triste, mas só porque está vida vai terminar. E é esse mundo secreto que existe bem ali em público, mas imperceptível, que ninguém vai ficar sabendo*”

Sorri ao ouvir esse monólogo. Sorri porque me lembrou de uma coisa que eu escutei Zelena dizer certa vez, sobre Emma e eu:

— Às vezes, tenho inveja de vocês duas. — minha irmã revelou na época. — Inveja dessa conexão cósmica que parece existir entre vocês, como se, mesmo em silêncio, conseguissem se comunicar através do olhar, por uma linguagem própria que só as duas são capazes de compreender.

Não tive como reprimir aquela expressão orgulhosa que certas vezes estampa nossa cara sem que a gente planeje fazer isso. Zelena, obviamente, não gostou da reação e me acusou de ser uma apaixonada soberba.

Mas, como eu poderia reagir de uma forma diferente naquele momento, se também sinto que entre Emma e eu existe essa ligação imaterial? E é até estranho que hoje eu pense assim, porque nunca fui de acreditar em lances espirituais.

Não acreditava em almas gêmeas. Não acredito em astrologia, muito menos em sinastrias amorosas. Mas, depois dela, já me peguei até lendo a compatibilidade dos nossos signos. Porém, após descobrir que Gêmeos (eu) e Peixes (ela) “vibram em sintonias distintas, que somos instáveis e volúveis e, se houver atração entre ambos, pode ser apenas por alguns dias”, decidi que certas coisas realmente não fazem o menor sentido, ou então a nossa ligação tem uma explicação mais racional, já que como opostos astrológicos não nos atraímos, como pessoas dispostas nos completamos.

Ainda pensando nisso, entrei em casa vindo do trabalho e logo vi Emma sentada na mesa da sala com Rachel no seu colo e Noah na cadeira mais próxima. Quando saí já os tinha deixado assim, fazendo uma tarefa da escola dos gêmeos sobre nossa família.

Encostei-me no vão da porta e fiquei admirando esse momento protagonizado pelas três pessoas que mais amo em todo o universo, sem anunciar que tinha chegado. E por estarem tão envolvidos no que faziam, também não perceberam minha presença ali.

— Mãe, por que ‘vó Cora nunca vem aqui nos visitar? — Noah questionou, sem tirar os olhos da folha colocada à sua frente sobre a qual deslizava um lápis de colorir.

— Porque ‘vó Cora e eu discutimos há alguns anos, antes de vocês nascerem — me intrometi na conversa ao perceber que Emma ficara tensa com o questionamento do nosso menino.

Ela olhou na minha direção, a princípio surpresa, certamente por não esperar me ver em casa tão cedo, mas logo se mostrou aliviada por eu ter chegado bem a tempo de livrá-la de uma saia-justa.

Aproximei-me dos três e os beijei carinhosamente aproveitando para dar uma espiada nos desenhos, que estavam muito bons levando em conta a idade deles, sobretudo o de Rachel. Me alegrava muito a ideia de que os dois pudessem ter herdado o talento de Emma.

The Lady In My Life [SwanQueen]Onde histórias criam vida. Descubra agora