Pov Margaret
— Onde você aprendeu essas coisas? — Indago, olhando para Constance que escova os cabelos, sentada à frente de uma penteadeira estilo vintage.
— Que coisas? — Devolve a pergunta fitando-me através do reflexo no espelho.
— Você sabe ao que estou me referindo... — Retruco, mudando de posição na cama, apoiando a cabeça na mão, enquanto puxo com a outra o lençol até cobrir meus seios.
— Queria poder lhe dizer que nunca havia estado com uma mulher até hoje, porém seria mentira. — Ergue-se da banqueta, andando de volta para a cama. — Mas, se fosse verdade, não teria sido muito diferente. Sexo é intuitivo. — Observo atentamente os movimentos do seu corpo semi despido ao passo que ela se aproxima de mim. Constance demonstra tanta naturalidade e segurança, nesse momento, que fico um pouco desconcertada. — Suponho que você jamais esteve com outra mulher antes, mas o seu desejo soube muito bem como reagir às minhas carícias. — Deita-se ao meu lado, colocando gentilmente uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
Sinto meu rosto ruborizar ouvindo-a falar tão abertamente sobre o que fizemos há pouco.
— Você já esteve com... muitas? — Pergunto, ainda meio sem jeito, mesmo sem saber se quero ouvir a resposta.
Ela me encara com expressão séria e após algum tempo em silêncio, responde:
— Sim. A maioria durante o meu casamento. — Seus olhos fogem dos meus. — Depois de vinte anos de convivência, o sexo se tornou monótono e cada vez mais escasso. Patrick e eu tínhamos uma relação de companheirismo e carinho, só que na cama não era mais o mesmo. — Faz uma pequena pausa e volta a me olhar como se quisesse adivinhar a minha reação ao que dirá na sequência. — Tivemos uma conversa franca sobre relações extraconjugais e decidimos abrir nosso casamento nesse sentido. Depois de tentarmos algumas outras coisas, nos tornamos adeptos das casas de swing. — Confessa parecendo preocupada com a ideia que posso fazer dela.
Sento-me, apoiando minhas costas no espaldar do leito.
— Quando cheguei aqui, o porteiro me deixou subir sem avisar. Me confundiu com uma amiga que tem acesso livre ao seu apartamento. Ela...? — Meneio a cabeça significamente para que entenda sem que seja necessário terminar a frase. Assusta-me a ideia de me tornar uma amante.
— Não, ela não é minha namorada. — Diz sorrindo, antes de segurar meu rosto e completar: — Jamais a procuraria se não tivesse mais do que isso a lhe oferecer, Maggie. Não quero que seja minha amante. — Ela compreende perfeitamente o meu receio. — Desde que cheguei a Boston, eu tive alguns encontros, mas eu só queria não me sentir sozinha, estando longe até mesmo das minhas referências. Fui embora daqui muito cedo e posso dizer que poucas coisas além de você ainda me conectam a esse lugar. Acho que não ficaria muito tempo aqui se não a tivesse reencontrado. Porém agora, Margaret Braun — beija o meu pescoço, me fazendo sorrir — eu quero ficar e não desejaria tanto isso por algo que se encontra em qualquer parte.
As palavras dela me pegam de surpresa e não sei o que responder. Durante todos os anos em que estivemos separadas física e emocionalmente, eu nunca mais voltei a falar sobre esse tipo de sentimento. Me transformei em uma fortaleza fria e intransponível de amargura que nem mesmo o amor sincero de James foi capaz de derrubar.
— Desculpa me mostrar como uma idiota puritana. — Resolvo me abrir com ela. — Eu não tive uma vida tão estimulante quanto a sua. Certas situações me chocam mais do que deveriam. Você terá de ter paciência. — Sorrio sem graça. — Também não fui um exemplo de esposa ardorosa. Nem entendo por que James ficou tanto tempo casado comigo. Sei que sou muito travada na cama. — Estou meio envergonhada, mas acho melhor ser honesta com ela.
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The Lady In My Life [SwanQueen]
Romance[CONCLUÍDA] Regina Mills namora o jovem médico David há cerca de três meses. No dia em que ele a leva para conhecer sua família, ela é apresentada a Emma Swan, irmã do namorado, uma mulher corajosa e incomum, por quem passará a nutrir intensos senti...