30. Eu sei me cuidar, Emma Swan!

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Pov Margaret

Ela estava entre as minhas pernas e eu sabia que não iria aguentar muito mais. A sensação gostosa no meu baixo ventre, antes dos meus músculos se retesarem, era o prenúncio de um orgasmo. Um maravilhoso e intenso orgasmo.

Como esperado, pouco tempo depois, sua língua macia e mágica me levou ao êxtase pela primeira vez naquele final de semana. Eu me derramei em sua boca sem nenhum pudor enquanto me contraía ao redor de seus dedos, puxando seus fios curtos. E acho que foi nesse momento em que eu gritei. Gritei alto o nome de Constance.

Essa era eu. Eu gostava disso. E provavelmente sempre gostei, embora nunca tenha tido a coragem de fazer. Não imaginava que aos sessenta anos ainda pudesse estar em pleno processo de autoconhecimento.

Não estávamos na minha casa nem no apartamento dela e, talvez isso, tenha ajudado a levar embora as minhas últimas reservas. Finalmente, depois de anos, eu não tinha medo de ser essa Margaret, de ser uma mulher que ama outra mulher e que com ela alcança um prazer que precisa ser extravasado. Não tinha vergonha de parecer escandalosa ou inapropriada e essa liberdade foi uma das melhores coisas que já experimentei na vida.

Logo depois de atingir o êxtase fez-se silêncio. Não só a minha voz se calara, como todo o mundo parecia ter ficado mudo. Não chegava aos meus ouvidos nenhum barulho vindo de fora, nem mesmo o produzido pelo vento balançando as árvores que rodeavam o pequeno hotel em que estávamos hospedadas na Baía de Cape Cod, um lugar paradisíaco em Massachusetts que não visitava há anos.

Não sei por quantos minutos permaneci nesse estupor, mas quando voltei a mim, Connie envolvia o meu corpo nu com a sua pele quente, tão quieta quanto podia. Sua perna entrelaçava as minhas e um dos seus braços repousava sobre os meus seios.

— Os franceses chamam isso de "La petit mort". — Falou com a voz mansa afagando meus cabelos com delicadeza assim que abri os olhos. — É uma experiência transcendental. A teoria é que se perde um pouco da energia vital durante o orgasmo e é preciso algum tempo para o corpo e a mente voltarem ao normal.

Exalei o ar pela boca, ainda me sentindo extenuada.

— Os franceses são muito sábios neste assunto. — Concordei, curvando levemente os lábios ao encará-la. — Tive a sensação de que a alma havia abandonado o meu corpo e este plano momentaneamente.

Constance beijou meus lábios por um breve instante, antes de se sentar na beirada da cama, pegando algo sobre a mesa de cabeceira. A luz do quarto estava baixa e eu apenas podia enxergar sua silhueta esguia.

Ela se levantou e alcançou o penhoar de seda negra ao pé da cama, vestindo-o e indo até a janela. Então, abriu uma fresta da cortina para deixar a luz passar. O quarto do hotel era simples, porém bem amplo e confortável.

Com o auxílio da iluminação natural pude reconhecer a piteira e o isqueiro em suas mãos.

— Se importa? — Perguntou, virando-se para mim, antes de acender o cigarro. — Estou tentando parar com isso, só que velhos vícios não são tão fáceis de abandonar.

Fiz um gesto silencioso com a cabeça, dando permissão para que ela o acendesse, enquanto permanecia deitada na cama.

A pequena chama do isqueiro apareceu em frente ao seu rosto, antes dela apoiar um braço sobre o outro e dar a primeira tragada. Connie executava os gestos com tanta graciosidade que quase me fez esquecer o quanto esse hábito poderia ser prejudicial à sua saúde.

— Gostaria de ir à França com você algum dia. O que acha? — Perguntou, soprando a fumaça pela janela.

— Acho que seria uma viagem inesquecível. Poderíamos ficar em Paris ou dar uma esticada até Nice ou Lyon.

The Lady In My Life [SwanQueen]Onde histórias criam vida. Descubra agora