31. Você nasceu pra mim, Emma Swan!

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(Início de Maio, em Boston)

Pov Margaret

Desde o dia anterior a casa estava numa grande agitação, fervilhante. Regina e Emma haviam chegado de Nova Iorque, assim como David e Mary, que retornaram de Cancún após uma breve viagem de dez dias, ostentando belos bronzeados que deixavam evidente o quanto aproveitaram a estada na ilha paradisíaca.

No dia seguinte seria realizado o casamento da minha filha, e, dali a pouco, seguiríamos todos até o rancho de James para ajudar Ruby, Zelena e Jefferson com os preparativos finais da festa. Apesar de a união ter sido providenciada às pressas, tudo transcorria bem dentro do planejado. A única surpresa ficaria provavelmente por minha conta.

— Está quase tudo pronto, mamãe. Você vai comigo ou com David? — Eu permanecia em frente ao espelho, escovando minha franja, tentando deixá-la mais ondulada, quando vi o reflexo de Emma surgindo atrás de mim.

— Com nenhum dos dois, meu anjo! — Respondi, virando-me para encará-la.
Seus lindos olhos verdes me fitaram de cima a baixo bem atentos.

— Você está linda! — Elogiou gentil. — Sempre adorei esses brincos. — Tocou suavemente os acessórios de pérola da Dior que conservo há anos.

— Eu sei. — Sorri lembrando do passado. — Certa vez, você os pegou emprestado.

Emma, um pouco ruborizada, sorriu timidamente baixando os olhos e a lembrança da criança doce de oito anos me veio mais forte.

— Só queria ver como eles ficavam em mim, mas tive medo que você me flagrasse os usando, então os carreguei para o meu quarto. Depois eu voltaria para colocar no mesmo lugar novamente.

— Mas foi David quem a viu e veio correndo me contar. — Recordei. — Tudo aconteceu tão rápido que nem cheguei a sentir falta deles.

Naquele dia, coloquei ela de castigo pela peraltice. Ainda não via maldade no gesto, até porque realmente não havia. No entanto, David não saiu ileso. Também o puni, com o mesmo castigo aplicado a irmã, pois nunca permiti que meus filhos cultivassem o hábito de fazer fofocas, principalmente uns dos outros.

— Foi o papai quem te deu esses brincos? — Voltei ao presente com a sua pergunta.

— Sim, eles foram seu presente de cinco anos de casamento.

Emma caminhou até a cama atrás de mim sentando-se na beirada. Pelo espelho vi que sua cabeça permanecia abaixada enquanto olhava as mãos atentamente.

— Depois daquele dia — retomou o assunto — fiquei tão envergonhada, que passei meses até ter coragem de entrar aqui de novo para admirar seus acessórios, seus vestidos, seus sapatos... — Suspirou. — Enquanto a maioria das crianças fantasiava em viver numa fantástica fábrica de chocolate, ou algo assim, eu sonhava em morar dentro do closet da minha mãe. — Revelou em seu jeito adorável tão típico.

Tendo terminado de ajeitar os cabelos, caminhei lentamente para junto dela. Sentando-me ao seu lado, trouxe-a para mais perto e a fiz deitar a cabeça em meu colo. A viagem podia esperar um pouco.

— Tenho tanto orgulho de você, filha. — Falei acariciando seus longos, macios e loiros fios, que lembravam muito os meus quando estava grávida dela. — Eu sempre, sempre a admirei. — Enfatizei enquanto acarinhava suas bochechas. — Só tinha medo de confessar isso porque, na minha ignorância, agir assim seria incentivar um comportamento impróprio em você. — Reconheci os sentimentos contraditórios que nutri no passado.

Emma se ajeitou na cama de forma a me fitar nos olhos. Fiquei feliz ao ver que não havia nenhum traço de ressentimento quando falou:

— Não posso negar que muitas atitudes suas me magoaram, mamãe — Admitiu, enxugando uma pequena lágrima que caía dos meus olhos — Mas eu serei eternamente grata a vida, ao tempo e a todos os fatores que contribuíram para que você passasse a me enxergar como sou. Não avalia o quanto é significativo para mim te ouvir me chamando de Emma... de filha... — Sua voz também embargou um pouco. — Saber que poderia contar com o seu apoio, além do seu amor foi muito importante para mim. Isso completou a felicidade que encontrei ao lado de Regina. — Buscando minha mão, a beijou carinhosamente. — Você nos dá a sua benção?

The Lady In My Life [SwanQueen]Onde histórias criam vida. Descubra agora