Três Mães

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Os cinco estão no alto da colina. Se camuflam em meio à vegetação baixa. Toth finalmente estremece.

— Se esse é o pessoal da exploração, imaginem o exército de verdade. — Toth treme

— Não é uma equipe de exploração. Ela decidiu por nos eliminar. — conclui Amon — Toth, pegue os todos os cavalos e corra de volta para a vila. Precisamos avisar ao conselho. Diga para que se refugiem após a colina.

Ele se volta para os outros três.

— Quem quiser ir com Toth, está livre para tal. Ficarei aqui. Preciso encontrar um modo de atrasá-las. Cada minuto fará diferença.

Os três, Ísis, Bastet e Hórus, não se movem. Finalmente Hórus fala:

— Não vou a lugar algum. Qual é o plano?

Amon não tem ideia. Isso o preocupou durante toda a jornada. Como pará-las? São muitas e estão armadas. Não vê uma solução...

— Vou pensar em algo. Por hora, vamos apenas acompanhar à distância, pode ser que no caminho haja alguma oportunidade para fazer algo.

— De vez em quando podemos lançar umas flechadas. Não podemos? — pergunta Hórus.

— Péssima hora para piadas, Hórus. Temos que ser sutis, porém, eficazes. — responde Amon sério.

Hórus engole o sorriso, e complementa:

— Desculpe, meu pai. Vamos encontrar um meio de pará-las.

(...)

O grupo de Evas está a pé, o que torna a viagem mais lenta, porém, o número é impressionante. A vila tem uma população de dez mil, aproximadamente, porém, descontando os velhos, crianças e mulheres, sobra algo em torno de três mil homens em condição de lutar.

Amon tem consciência da vantagem numérica, porém, seu pelotão é muito inexperiente, enquanto as Evas militares sabem lutar e atirar muito bem. As seis Evas mortas na colina, foi um golpe de sorte de Hórus, além do fato que ali havia o fator surpresa em favor dos rapazes. Agora elas sabiam o que as esperava e estavam dispostas a morrer por Ammit.

Sem dúvida o conflito direto traria enormes baixas para sua tribo. Precisa pensar em um modo de atrasá-las ao máximo, se possível, causando baixas. Mas como fará isso?

Sem ideia ainda do que fazer, decide seguir com o plano incipiente de escoltá-las à sombra, em meio à vegetação.

— Alguma ideia do que podemos fazer? — Bastet pergunta como que ao grupo todo

— Podemos derrubar uma árvore na estrada mais à frente. — sugere Ísis — isso certamente irá atrapalhá-las. Considerando que são pelo menos novecentas Evas a ter que pular ou dar a volta.

— Não vai mudar muita coisa — responde Amon — mesmo que derrubássemos o Plátano de Hator, elas passariam rapidamente. Fora o trabalho que nos daria para conseguir derrubar uma árvore sem ferramentas. — lembrou Amon.

(...)

A noite chegou e o exército de Evas continua sua marcha, como uma máquina indefectível. Ísis sente seus olhos ardendo, o cansaço volta com força e novamente ela retoma pensamentos de sua infância.

Amon percebe e inicia uma conversa para animá-la.

— Você, assim como os outros jovens, não sabem muito da nossa história, não é? — Amon pergunta amável.

Ísis se espanta e perde a expressão de sono. Assustou-a que Amon viesse com um assunto tão despropositado para aquele momento.

— Não... Você sabe que não. Nossa idade não nos permite receber os mistérios...

A Torre de Selene (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora