T4:C9 - O Preço

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Phillip sai do edifício da esquina e roda em 360°, em busca de algum vestígio dos reféns fugitivos da noite passada, ao mesmo que se encontra com Gale no semáforo.

– Já devem ter saído do perímetro. - deduz Phil.

– Talvez. Mas por qual razão as meninas demorariam tanto pra voltar? - Gale esquadrinha os prédios, segurando a AK como se fosse um bebê.

– Isso é que me dá medo. - espreme os olhos pela claridade do sol, focando no resto da rua comercial.

– Se bobearmos aqui, seremos os próximos. - retoma a caminhada.

Phillip assente, e começa a acompanhá-lo.

– Escuta. Sobre o que aconteceu antes...

– Isso está no passado, Phil. - Gale se adianta, checa os vidros de um Mustang. – O que eu fiz, as coisas que disse, foi besteira. Eu devia estar do seu lado muito antes deles atacarem. Se alguém tem que se desculpar aqui, sou eu. - o olha.

Phillip dá um aceno de cabeça, compreendendo.

Phil, na escuta? - Vic chama.

– Na escuta. O que houve? - ambos param.

Há uma movimentação no lado sul. Parece um comboio.

– Pode ser o Spencer e os outros. - diz Gale.

Não é. Tem um...

A voz é interrompida por uma chuva de balas em sons metálica.

Gale e Phillip dividem um olhar preocupado.

– VIC? VIC?

Estática.

Eles partem em sincronia para o sedan estacionado na curva próxima.

– Axel, Neiva, para o ponto de encontro. Repito. PARA O PONTO DE ENCONTRO!

*  *  *

Ao sair da enfermaria, o único olho de Harry foca nos cabelos ruivos nas costas de Cassie, sentada no primeiro degrau e agora olhando para ele sobre o ombro.

– O que faz aqui? - senta-se do seu lado.

– Queria conversar. Você tem ficado muito na enfermaria ultimamente. Não te culpo, eu também não desgrudava do meu pai.

Harry faz que sim, mudando o foco para o resto das casas, sem ter muito o que dizer.

– Quero me desculpar pelo meu jeito e pelo que fiz antes. Estava furiosa - abaixa a cabeça. – Só queria que ele estivesse morto. Eu não devia ter saído naquele dia. Eu devia ter te escutado desde o início. - foca nele. – Me desculpe. Não quis ser daquele jeito, aquela...

– Eu entendi. E te perdôo. Sei bem o que está passando... Fiz besteiras demais pra estar aqui hoje e impedir as suas.

– Obrigada. - dá um sorriso de canto. – Posso perguntar? - ele confirma. - Por que eu?

Harry respirou fundo, tomando coragem para encara-la e responder.

– Porque eu gosto de você, Cassie. O bastante pra querer que fique bem. Quando você tá perto, posso sentir algo que eu nunca tive desde o começo de tudo. - levanta os ombros, encabulado. – Acho que é isso.

Cassie encolhe os ombros, demonstrando a timidez.

Eles se encaram, ambos sem ter o que dizer. Harry sente um frio na barriga e um nó na garganta, desviando para a casa do outro lado da rua, não escondendo o sorriso.

Era Zumbi: O Próximo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora