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Ao final da aula juntei todo meu material rapidamente. Estava com medo de levar mais uma bronca. Assim que atravessei a porta senti uma mão segurar meus braços me fazendo parar e olhar para o mesmo.

-Yumi, eu sinto muito, não deveria ter feito cócegas em você. A culpa é totalmente minha.

-Tudo bem, confesso que foi divertido. – Ajeitei os livros que estavam prestes a cair. - Não se preocupe meu coelhinho, de verdade - Toquei seu rosto sorrindo amigavelmente

-Fiquei sabendo que esse professor não é muito amigável. Isso não é um bom jeito de começar, ainda mais quando não tem nem duas semanas que está lecionando.- Ele entortou o rosto

-Biscoito! Achei você, onde esteve?- O garoto de cabelo azul se aproximou e passou os braços ao redor de seu pescoço

Ele sorriu para Kookie mais logo parou vendo que estava ali, percorreu seus olhos de cima a baixo e então prosseguiu.

-Quem é a garota da vez?- Sua voz era grave me deixando ainda mais nervosa, seu olhar era penetrante e pude notar um leve sorriso provocativo

-Hyung esta é minha amiga desde infância Yumi, Yumi este é Kim Taehyung o garoto que se acha melhor do que os outros.

-Ei - Dei uma cotovelada em sua costela vendo o mesmo fazer uma careta- Eu não sou apenas o melhor, sou o melhor e mais sexy de todos os garotos dessa faculdade, o mais desejável além de ser o mais inteligente.

-Você não é nem um pouco com vencido não é hyung!?- Ele dera de ombros

-Agora vendo você direito, é a garota que não soube explicar uma simples pergunta na aula. –Ele riu- Bobona.

-Hyugn, está passando dos limites- Dei-lhe um tapa em sua cabeça - Não ligue para ele Yumi.

-Ai! Tudo bem tudo bem... –Fiz uma cara de dor ao sentir o impacto em minha cabeça

-Peça desculpa agora mesmo. –Advertiu

-Desculpe-me- Mostrei a língua para ele

-Tudo bem, aceito- Disse muito sem graça contendo um sorriso

- Yumi é melhor você ir, ele está esperando por você, quer que te acompanhe?

-Não, está tudo bem eu acho que consigo ir

-Me conte depois como foi a conversa. –Me inclino e deposito um beijo em sua testa e sorrio fofo.

Ele se afasta e junto com ele seu amigo. Só então percebo que não estava respirando, confesso que Kookie ainda mexe comigo, o sentimento que achei que tivesse acabado está me mostrando que não fora totalmente.

Ele vira para trás me dando uma piscada e sai rindo. Ok, agora tenho total e absoluta certeza de que ainda sinto algo por ele.

Ajeito meu material e ando pelo imenso corredor repleto de armários pregados nas parede, homens e mulheres circulando por todo o local.

Ajeito meu material e ando pelo imenso corredor repleto de armários pregados nas parede, homens e mulheres circulando por todo o local

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Todos estão separados com seus grupinhos e á medida que passo sinto olhares recaírem sobre mim. Além de ser advertida outra coisa que mais odeio no mundo é receber total atenção.

Parece que essa tortura não tem fim, ando de cabeça baixa e o mais rápido que posso. Assim que saio de toda aquela multidão sinto-me mais leve e consigo respirar melhor.

Avisto uma porta de cor marrom e acima dela está escrito Sala dos Professores, passei a mão em meu cabelo e sem muita coragem ergui a mão dando três leves batidas.

Não obtive resposta então fui mais corajosa e pondo a mão na fechadura abri empurrando devagar, meus olhos atentos a qualquer movimento.

-Ok, eu não pude retornar porque estava em aula!- Podia notar a frieza e cera irritação em sua voz- É a minha primeira aula do semestre desde que me mudei, não poderia atender e na última vez que nos falamos ela estava bem.

Assim que escutei, dei um passo para trás, ele estava andando de um lado para o outro irritado enquanto passava a mão em seus cabelos o jogando para trás.

Estava com medo, não queria ser o alvo onde pudesse descontar a sua raiva em seguida, precisava fugir dali antes que ele pudesse me ver, mas assim que ia fechar a porta parei.

-Se eu tivesse escolha, escolheria estar aí. Eu a amava- Escutei um soluço e pude jurar que ele estava chorando- Diga que estou indo, pegarei o primeiro avião.- Ele fez uma pausa e suspirou pesadamente- Diga que eu sinto muito mesmo.

Abri um pouco mais a porta e espiei dentro da sala. Ele estava sentado em uma das poltronas, seu celular estava sobre a mesinha de centro.

Estava com a cabeça curvada olhando para baixo enquanto seus braços a sustentava em cima de suas pernas. Não sei o que me deu, talvez por ver aquela cena triste, ou por estar na minha TPM, só sei que senti pena.

Senti como se aquela dor fosse minha, isso que dá ser uma pessoa emotiva e empática não posso ver alguém chorando ou triste que sinto na obrigação de ajudar seja como puder.

Por um momento queria poder estar ao seu lado, consolando, segurando suas mãos, tocando seu rosto angelical, dando um abraço reconfortante. Dei um tapa de leve em meu rosto ao perceber no que estava pensando.

Mais do que depressa fechei a porta com cuidado para não fazer barulho, assim que dei um passo para trás uma ideia me surgiu, se não pudesse fazer tudo aquilo pelo menos havia uma maneira de fazer sem ser muito intrometida.

Folhei as últimas páginas do meu caderno, peguei minha caneta preferida de cor rosa e escrevi algo nela.

Sorri, esperava que isso pudesse ajudar de alguma maneira. Coloquei dentro de um envelope que por coincidência havia pegado antes de sair de casa e colocando dentro joguei debaixo da porta e saí.


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