As lágrimas dele | 35

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Izuku's POV

Era terça-feira, e as aulas já tinham sido canceladas. Por causa do assassinato de um homem rico bem do lado da escola, o conselho estudantil, junto com o diretor, decidiram deixar as aulas de lado pelo menos hoje. Como depois da morte da Momo, todos estavam com medo. As notícias estavam cheias com isso. Mas dessa vez era um pouco pior. Pois ele foi assassinado de uma forma muito brutal e dolorosa. Mas o que eu deveria fazer se eu pelo jeito era fraco de mais para estrangular ele? Depois de matar ele, eu tinha limpado a faca e jogado ela fora. Por sorte minhas roupas não ficaram sujas de sangue, se não teria sido muito mais difícil. Desde então, Shoto não me mandou nenhuma mensagem. Triste, eu estava deitado na cama e encarava o celular. Eu estava abraçando um dos meus bichinhos de pelúcia. Que injusto que ninguém me dava atenção!  (Izuku meu bem o pai do garoto morreu pelo amor de deus né)

Quando de repente um som de notificação interrompeu meus pensamentos, meus olhos se iluminaram. Shoto! Rapidamente eu entrei na conversa e respondi à sua saudação um pouco seca. Ele provavelmente não sabia como lidar com todos esses sentimentos diferentes. Ele não gostava de seu pai, isso todos sabiam. Mas saber que ele teve a garganta cortada ao lado da própria escola talvez fosse um pouco de mais para ele. Ele não conseguia se controlar e por isso vinha buscar a minha ajuda. Que fofo! Talvez fosse ele quem precisava de um pouco de atenção. Decidido, eu falei para ele que ia passar na casa dele. Ele leu a mensagem, mas não respondeu. Eu vou considerar isso um sim. Feliz, vesti uma outra camiseta e saí de casa. Ainda bem que minha mãe estava no trabalho e não podia fazer um discurso sobre como eu deveria tomar cuidado e prestar atenção. 

Ainda estava relativamente cedo, então peguei um sanduíche na padaria que fica no caminho para a casa do meu namorado. Ele estava recheado com queijo e salada e fez meu estômago ficar quieto. No ponto de ônibus eu joguei o resto do sanduíche no lixo, já que era proibido entrar com comida no ônibus. No ônibus eu senti uma sensação estranha. O motorista parecia não se importar se eu tinha uma passagem agora. Normalmente as pessoas aqui na região sempre são tão rígidas? Eu me sentei em um lugar único bem na frente e meu olhar foi para fora da janela. A paisagem passava turva pelos meus olhos. Quase não haviam pessoas nas ruas. Algumas lojas ainda estavam fechadas por ser cedo, mas a maioria já tinha aberto as portas. Algumas crianças pequenas estavam brincando, mas logo seus pais as buscaram. Eu vi algumas pessoas mais velhas, que andavam acompanhadas ou sozinhas pela vizinhança. Os donos de cachorros faziam seu caminho pela floresta. Tudo isso eu vi em um segundo de observação. Eu não podia julgar essas pessoas, afinal, eu não conhecia elas. Mas eu sabia que nenhuma dessas pessoas valiam o meu tempo. Só de eu pensar em Todoroki elas já já se tornavam uma perda de tempo.

Eu desci do ônibus no ponto certo e andei pelas estradas. Eu mal conhecia essa região, mas eu nunca iria esquecer de onde Shoto mora. Era o refúgio mais importante que existia para mim. 

Eu toquei a campainha, com vergonha, e dessa vez foi mesmo Shoto que atendeu. Eu caí nos braços dele, o que ele revidou. Suas mãos me apertavam contra ele. Ele se recusava a me soltar. Ele não chorava, parecia não ter derramado nenhuma lágrima. Mas ele parecia estar se sentindo mal. Por quê? Por que as pessoas se prendem tanto em outras pessoas que só querem machucar elas? Por que Shoto era uma dessas pessoas? Ele suspirou e me deixou entrar, e subimos juntos para o seu quarto. Nenhum dos irmãos dele entrou no nosso caminho e estava bem quieto. Estamos sozinhos? 

Chegando em seu quarto, ele me jogou na sua cama. Nenhuma palavra foi falada, nem por parte minha, nem dele. Eu simplesmente não sabia sobre o que eu deveria falar. Eu não conseguia compreender seus sentimentos, não conseguia ler seus pensamentos e nem entender a situação. Por que estava tudo tão estranho agora?

"Meus irmãos estão no funeral." Surpreso, eu olhei para o mais velho. Ele encarou o teto. Nervoso, me sentei do lado dele. Agora eu entendia. 

"Eu não fui junto. Ele era meu pai. Mesmo assim eu estou perdendo o funeral dele e estou aliviado de que ele não está mais aqui." Sua voz estava tremendo. Eu não podia acreditar nos meus olhos. Ele estava chorando. Lágrimas corriam por suas bochechas, e ele segurava a mão na frente da boca para não soluçar. Era a primeira vez que eu via ele chorar. Eu coloquei meus braços em volta dele, um pouco sobrecarregado. 

"Eu sou uma pessoa tão horrível.", ele soluçou no meu ombro. Ele se agarrou em mim e se deixou eu fazer carinho nele. Eu tentei acalmar ele, e o escutei com atenção. Ele era pra ser uma pessoa má? Então eu sou o que?

"Não, você não é. É normal que você não sinta falta de alguém que você não gostava.", eu expliquei a ele. Suavemente eu passei a mão nas costas dele, enquanto eu passava a outra pelo cabelo dele. Ele se sentou, para então colocar suas mãos em minhas bochechas e me dar um beijo. Eu revidei o beijo, e continuei a acalmar ele, passando minhas mãos nas costas dele. Quando nos soltamos, ele apoiou sua testa na minha e me fechou os olhos.

"Eu sou tão grato por ter você, princesa."



Oi kk eu de novo, quem é vivo sempre aparece né? desculpa pela demora de dois meses, eu meio q esqueci q eu tinha q terminar isso ainda :) Então esses dias eu lembrei e vim terminar pelo menos esse capítulo. eu juro q eu vou tentar postar o resto da fic sem demorar muito, mas eu me distraio muito, aí fica difícil ksjaksakka

também, quando Shoto fala que ele não foi no funeral, a palavra pode ser enterro também, em alemão usam a mesma palavra kk

Red & White || TodoDeku (Tradução Alemão → PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora