Izuku's POV
Como o esperado, a sala de aula estava quase vazia. Fora eu e Uraraka, sete pessoas tinham sentado em seus lugares. Os palhaços, com isso eu estava falando de Kaminari, Mina e Sero, também não estavam presentes. E eu duvidava muito que eles ainda iriam chegar. Nosso professor pelo jeito também, e suspirou por causa da pequena quantidade de alunos que iriam escutar as histórias dele agora. Ao invés de fazer uma aula normal, ele distribuiu livros. Não valeria a pena do mesmo jeito dar matéria com tão poucos alunos. Mesmo sendo que a prova era semana que vem.
Quando todos receberam um livro, o professor explicou que hoje nós teríamos língua portuguesa ao invés de história, já que não teríamos uma prova disso, para que o resto não perdesse nada.
Enquanto fazíamos as atividades no livro, um silêncio desagradável dominou. Agora que os palhaços da sala não estavam aqui, não havia mais conversas e um longo silêncio tomou conta da aula. Mas eu não tinha nada contra isso. Eu estava feliz que as aulas não tinham sido canceladas, e eu podia assim passar mais tempo com Todoroki. Mesmo com essa aura eu estava feliz de estar sentado aqui na escola e sempre tremer de agitação quando eu pensava em que eu veria o mais velho em breve. Eu não aguentava ficar nem duas horas sem ele. Eu estava muito consciente, eu sabia que um assassinato como eu tinha feito era errado. Mas eu não me arrependia de nada, ao contrário. Agora que eu podia abraçar Todoroki por causa de sua pequena tristeza, eu estava feliz em ter tirado a vida dela. Ninguém nesse mundo vai poder a devolver a ela. Um pequeno sorriso se pôs sobre meus lábios quando continuei a fazer os exercícios. Eu estava contente por ter feito esse erro.
Nosso professor suspirou alto novamente.
"Eu vou ver hoje se as aulas não podem ser canceladas por enquanto. Não faz sentido ter aulas assi-"
"Não!", eu inesperadamente interrompi o professor. Eu era um aluno bom e respeitoso. Não era a minha cara interromper o professor. E ainda mais de um jeito tão brusco. Mas não tinha outro jeito. Não dava pra ser de outro jeito. Exatamente por isso eu recebi olhares confusos. Dos meus colegas, que não se lembravam de mim assim, do meu professor, que sempre achou que eu fosse um aluno bom e educado. Mas o olhar de Uraraka era diferente. Não era só confusão que se misturava com medo. Era desconfiança. Ela não confiava em mim, estava achando o meu comportamento estranho nas últimas semanas e estava se perguntando por que eu era assim. Por que eu estava fazendo o que eu estava fazendo. A partir desse momento eu podia perguntar isso a mim mesmo. O que eu estava fazendo aqui afinal? Eu fazia as outras pessoas viverem em meio a medo e horror só porque eu não aguentava ficar um dia sem Todoroki. Eu tinha matado alguém só porque eu não queria que alguém que não fosse eu se aproximasse de Todoroki. Coisas assim só eram vistas na televisão. Eram sempre os psicopatas malucos que eram os vilões em toda história. As pessoas nos filmes que eu menos entendia. Só porque você ama alguém , você mata outras pessoas? Que egoísta. Era o que eu pensava. Eu pensava que eu nunca seria esse tipo de pessoa. Eu pensava que o amor fosse estranho para mim e que eu nunca fosse conhecer ele. Eu pensava que tudo iria ficar bem. Tem como ficar bem depois de tudo o que aconteceu? É possível depois de um assassinato, um sentimento de dependência, um desejo por atenção, um ciúmes de proporções incríveis, depois de um amor tão impossível, tem como tudo ficar bem?
"Desculpa.", eu falei baixinho para não deixar o professor ainda mais em choque. Felizmente ele era um professor legal, então ele só riu do que eu falei.
"Eu sei que você gosta de vim à escola. Mas isso não é motivo para me interromper." Quando ele terminou de falar o sinal tocou e todos saíram da sala, inclusive eu.
Quando cheguei ao portão de trás, percebi que Uraraka não tinha vindo aqui. Mas isso eu logo esqueci quando alguém sentou ao meu lado. Eu reprimi um sorriso e fiz uma cara de dó. Ele tinha me salvado, me apoiado e me dado tanta coisa. Em horas como essa eu tinha vontade de devolver o favor a ele.
"Ei, Midoriya?" Eu olhei torto para ele quando ele colocou a mão em seu rosto. Bem na cicatriz.
"Momo sabia disso. De como a cicatriz surgiu, eu quis dizer" Rangendo os dentes, balancei a cabeça. O fato de ela ter ficado sabendo disso antes de mim me deixou com raiva, mas ao mesmo tempo aliviado quando eu pensava melhor sobre isso. Ela está morta mesmo!
"Minha mãe.." Ele fez uma pausa. "Ela a causou quando eu tinha só seis anos. Ela quase ficou maluca por ver o quanto eu estava ficando parecido com o meu pai.", ele contou calmamente. Surpreso eu segurei a respiração. Eu estava muito feliz que ele estava me confiando isso, mas por que ele estava fazendo isso? Ele me via como um substituto para Momo? Por que ele estava me falando isso agora, um minuto depois de termos falado sobre a garota de cabelos pretos? O que se passava na cabeça dele?
"Eu gosto muito de você, Midoriya. Por isso eu quero que você saiba disso." Minhas bochechas ficaram levemente vermelhas e eu simplesmente esperava que ele não visse isso ou ignorasse. E me deixava emocionado o fato de ele parecer gostar tanto de mim e confiar em mim. Ele é um anjo, um herói, um motivo para eu estar vivo. Ou melhor, o motivo de eu estar vivo.
"Eu posso passar na sua casa hoje, Todoroki-kun?" Minha voz estava suave, estranhamente suave. Eu quase nunca ficava tão tímido fazendo uma pergunta, mas no momento não tinha outro jeito. Eu segui o movimento da cabeça dele como paralisado, e meu coração deu um pulo de alegria quando percebi que ele estava afirmando com a cabeça.
Se preparem para soft no próximo capítulo!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Red & White || TodoDeku (Tradução Alemão → PT-BR)
أدب الهواة"Antes de eu o conhecer, minha vida era chata, vazia e sem cor. Ele é o meu motivo para viver. Eu preciso protegê-lo." [Boy × boy] Don't like, don't read. Yandere Deku 🔪 Shipp secundário: Kiribaku Aviso!! Como a autora deletou a segunda parte, não...