Lar | 38

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Todoroki's POV

Desde então, já tinham se passado dois anos. Eu já vivia n minha própria casa, não muito longe dos meus irmãos. Minha mãe saiu do hospital e tinha me financiado. Eu estava de terminar a faculdade e logo iria trabalhar de verdade. Na verdade eu queria fazer alguma coisa relacionada a biologia, mas mudei de ideia no último segundo. Assim como meu pai queria, eu estava prestes a ser um policial respeitável. Eu tinha terminado a treinamento de 3 anos 1 ano mais rápido que os outros, e agora poderia ser mandado em missões mais importantes. Eu não era casado. Depois de Izuku, não teve mais ninguém. Eu fiquei tão ferido que eu simplesmente não tinha mais coragem de me comunicar com pessoas. Os únicos amigos que eu tinha eram Iida e Uraraka. Depois da escola, eu e a morena começamos uma formação parecida, e ajudávamos Iida a estudar. Eu suspirei, me sentei no pequeno sofá na sala de estar e liguei a televisão. Com isso, meu olhar parou na minha chave, que estava bem na minha frente, em cima da pequena mesa de vidro. Um pouco desanimado, me curvei para a frente. Eu ainda lembrava exatamente como ele tinha sido descoberto. Minha mão pegou o pingente, que eu ainda tinha preso nas minhas chaves até hoje. Iida e Uraraka tinham achado ele na bolsa de Izuku e me dado ele. Quando eu perguntei a ele por quê isso estava em posse dele, ele não em respondeu. Mudo, lágrimas corriam pelas suas bochechas, o que também era o caso comigo. Ele sabia que não podia sair dessa. Era claro que meu pai iria fazer isso. Antes dele morrer, ele iria se vingar de alguém na sua vida. E dessa vez a pessoa que tirou a vida dele. Depois de eu ter realizado tudo, Iida ligou para a polícia e Izuku nem tentou escapar. Silenciosamente, ele tentava pôr seus braços em volta de mim, mas eu sempre me defendia. Isso doía. Doía tanto. As palavras que ele repetia enquanto chorava. Por favor não me deixa sozinho, Shoto. Só em pensar nisso, ainda me vinham lágrimas nos olhos até hoje. Eu te amo, Shoto. Vem comigo, vamos sumir. Eu esfreguei a manga da camiseta nos olhos. Juntos. Eu balancei a cabeça. Ingênuo é o que eu tinha sido. Por ter me apaixonado na primeira pessoa que esbarrou em mim no meu primeiro dia da escola. Meus pensamentos foram parar em Momo. Eu quase a tinha esquecido quando ela morreu e eu acabei junto com Izuku. Esse tinha sido o objetivo dele, certeza. Eu tinha me comprometido a protegê-lo. Se ele tivesse morrido, eu mesmo não conseguiria viver. Era surreal que meus pensamentos só giravam em torno dele. Ele era o único para mim. Ele era o que eu chamava de sorte (em alemão a palavra também pode significar "felicidade", "acaso", "fortuna" etc). Ele era minha princesa. Mas isso que era o problema. Ele era. Nunca mais que eu iria me deixar enganar assim. Por ninguém. Eu não queria amar nunca mais. Eu quase fiquei maluco ao ver a cena, onde Izuku foi forçado a entrar num carro de polícia. Seus olhos vazios encaravam a minha alma. Uma solidão impressionante se espelhava nesses olhos. Eu quase tinha ficado fraco. Eu quase tinha pego ele na mão e teria fugido com ele. Para algum lugar, onde ninguém podia nos encontrar. Onde nós poderíamos ficar juntos, não importa o que acontecesse. Mas eu não fiz isso, eu fiquei parado que nem se tivesse criado raízes. Quando ele estava sentado no carro e foi embora, ele acenou para mim. Um leve sorriso contornava seus lábios, e ele acenava que nem um louco. Mas isso ele era mesmo. Sim, provavelmente. Esse sorriso tinha me dado medo até muito tempo depois do acontecido. Não era uma despedida. Era mais o tipo de aceno que sinalizava que se veriam de novo. Mas eu não quero e nem vou ver ele de novo. Nunca. Fazer isso parecia impossível. Mais tarde, quando ele já estava na polícia, foi dado um testemunho. Alguém tinha percebido o assassinato, e então Izuku foi internado numa clínica. Eu ainda achava difícil de acreditar no que a testemunha tinha me falado quando eu fui ao pronunciamento na polícia. Eu o tinha dito para prestar atenção. Mas ele não queria ouvir. A voz dessa velha mulher ainda me dava arrepios até hoje. Para me distrair, liguei a televisão e troquei de canal. Hoje parecia ser um dia chato e desinteressante. É o que eu pensei. De repente meu celular tocou e eu reconheci a foto de perfil clara e alegre da minha melhor amiga morena na tela. Sorrindo (n tem um verbo específico para a tradução em português mas em inglês seria tipo "smirking" tlg?), eu atendi e levei o celular à orelha. 

"Ele fugiu!", a clara voz da minha amiga gritou. Confuso eu queria perguntar mais sobre, quando ela continuou a falar,

"Midoriya fugiu da clínica! Ele matou todos os médicos e pacientes no seu caminho e sumiu! Ninguém sabe onde ele tá!" Minhas pernas tremiam.

"V-você não pode estar falando sério Uraraka!"

"Olha as notícias!"

Antes de eu poder mudar de canal, minha campainha tocou. Meu estômago se revirou e eu comecei a me sentir horrível. Eu tinha um sentimento ruim sobre isso. Eu deixei meu celular cair e dei lentos passos em direção à porta de entrada da minha casa. Eu ainda ouvi Uraraka chamar pelo telefone, mas eu não estava mais prestando muita atenção nela. Chegando na porta, eu a abri, só para ser recebido por um vazio imenso. Não tinha ninguém lá. Eu estava prestes a fechar a porta quando de repente vi alguma coisa no chão. Tremendo, levantei o objeto e percebi que deveria ser um livro. Ele estava embalado em um papel estranho, que podia facilmente ser rasgado. Nervoso, fui com meus dedos em direção ao papel e o abri, para ver a capa do livro. O nome do livro era simplesmente "Red and White". Eu engoli em seco. Meu corpo estava como que paralisado. Eu não conseguia me mexer, tudo parecia doer. Minha cabeça estava pulsando, e eu ameaçava cair. Eu estava me sentindo frio e quente, meus lábios tremiam como nunca antes e eu me sentia mal. De repente senti um tecido no meu nariz, e um braço que me segurava nas costas. Eu fiz de tudo o que eu podia para escapar dele. O cheiro forte do tecido fez meus olhos caírem. Eu me sentia cansado e mole. Exausto, eu ainda consegui olhar para o rosto da pessoa responsável. Espelhos de alma verdes brilhavam em minha direção, enquanto um sorriso insano enfeitava o rosto do meu então namorado. Eu colapsei e, sem intenção, caí nos braços dele, que me davam boas vindas. Ele se agarrou em mim e passou as mãos pelo meu cabelo, antes de me dar um beijo na testa. Eu não conseguia me defender, não tinha saída. Antes de eu cair em um sono profundo, ainda ouvi a amorosa voz do esverdeado falar.

"Eu estou em casa de novo, Shoto"



Último capítulo!!

Mas calma que ainda tem o epílogo. E a segunda parte!! Ela talvez vá demorar um pouco para sair, mas não vai ser muito ^-^)b

Red & White || TodoDeku (Tradução Alemão → PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora