Capítulo 38

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Passaram 3 dias.

Consegui ler um quarto do livro. Yi Jin ainda não tinha despertado, mas pelo que o curandeiro disse o seu pulso estava melhor, logo era uma questão de tempo até ela acordar.

Durante esses dias o meu pai não procurou por mim, na verdade parecia que me estava a evitar...

Estava sentando na cadeira a ler quando senti um olhar sobre mim. Levantei o olhar lentamente e deparei-me com um par de olhos apáticos.

-Yi Jin! – chamei levantando-me para ir chamar o medico.

Quando o encontrei expliquei a situação e corri até á enfermaria com ele.

Yi Jin continuava de olhos abertos, mas não se mexia nem falava.

O medico rapidamente começou a analisá-la.

-Os seus níveis vitais estão estáveis. – diagnosticou.

Aproximei-me dela e os seus olhos seguiram-me.

-Porque é que ela não fala, nem se mexe? – questionei preocupado.

-Isso tem haver com o seu fluxo de energia, como ela já não tem um núcleo a energia não circula.

-Ela vai ficar assim para sempre?!

-Não, só até a energia residual desaparecer. – explicou. – Demorará 2 meses no máximo.

-2 MESES?! – arregalei os olhos.

-É quanto dura o estado vegetativo. – explicou. – Depois disso poderá voltar às suas práticas habituais.

-E até lá?

O velho suspirou.

-Até lá vai ficar assim. – afirmou.

-Via ficar 2 meses deitada nesta cama?!

-Não necessariamente. – respondeu. – Pode voltar para o seu quarto.

-Hum. – assenti desviando um olhar para ela que respondeu com outro assustado. – O que se passa? – questionei preocupado.

Os seus olhos transmitiam medo e insegurança, ela não queria voltar para o dormitório.

Estranhei isso, mas depois lembrei-me do que tinha acontecido durante o Solstício, ela tinha abandonado a formação para me salvar e durante o processo traicionou todos os seus colegas, não me admira que estivesse com medo de voltar, no estado em que estava qualquer um lhe poderia fazer mal.

-É por causa das outras discípulas? – perguntei baixinho.

Ela fechou os olhos e as pálpebras tremeram.

-Certo. – suspirei. – Vou falar com o meu pai para que ele possa arranjar uma solução.

O seu olhar suavizou.

Esbocei um pequeno sorriso e voltei a sentar-me.

Passei o resto do dia na ala medica, saia apenas para comer e esticar as pernas. Essa tinha vindo a ser a minha rutina desde o Solstício.

Quando começou a escurecer voltei para o palácio. O meu pai viu-me chegar, mas não me disse nada.

Noutra altura teria agradecido por aquela indiferença, mas agora deixava-me apreensivo. Desde o Solstício que ele andava diferente:

-Pai. – aproximei-me.

Ele dirigiu-me um olhar culposo. Aquilo era extremamente irritante, desde o Solstício que ele olhava para mim como se eu fosse colocar contra uma parede.

Revenge Scheme by a Crown Prince - BLOnde histórias criam vida. Descubra agora