Capítulo 28

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Nie Yan manteve-se atrás do arbusto a observar o que se desenrolava á sua frente. A adrenalina de momentos atrás suprimiu a sua fadiga, sentia-se completamente desperto e ativo.

Aqueles dois cavalos arrastavam uma carroça que parou depois de ter avistado algo no seu caminho. Um homem saiu da carroça e aproximou-se dos dois animais, ele parecia estar frustrado com aquela situação.

-O que foi aquilo?! - Questionou a outro.

-Deve ter sido algum animal que se atravessou. - Balbuciou o outro.

-E onde está?!

O outro homem esboçou uma expressão confusa ao ver que não havia nada no meio do caminho.

-Se calhar não havia nada

O homem mostrou indignação:

-Estás a insinuar que eu estou a ver coisas?!

-N-não é isso. - Corrigiu-se. - É que a note está muito escura, é fácil os nossos olhos enganarem-se.

Enquanto eles discutiam o jovem Nie Yan aproveitou essa oportunidade para entrar na carroça pelas traseiras destas onde se escondeu em silencio. Não tinha sapatos, os seus pés estavam frios e sangrentos, apenas queria usufruir duma pequena boleia, não era nada demais.

Os homens desistiram de tentar descobrir o que os tinha feito parar, Nie Yan percebeu isso quando sentiu que a carroça tinha começado a andar. Os movimentos eram despreocupados e agressivos, as coisas que trazia no compartimento onde Nie Yan se escondeu moviam-se de um lado para o outro atingindo-o uma vez ou outra.

Começou a sentir-se enjoado, levou a mão á boca e obrigou-se a reprimir aquela ansia de deitar tudo fora, o sabor na sua boca tornou-se acido e amargo, era intragável.

Quando a roda da carroça passou por cima de uma pedra alta na estrada uma saca de maçãs abriu-se sobre o colo ele fazendo com que o frutos vermelhos e de aparência suculenta rolaram pelo chão poeirento de madeira. Nie Yan rapidamente apanhou um e sem pensar trincou-o. Nunca sentiu tanta satisfação na sua vida, os seus olhos brilharam quando sentiu o sabor doce e fresco a invadir o seu paladar. Aquelas maçãs não eram umas quais-queres, eram dum tipo que só se serviam sobre a mesa do palácio Real.

Nunca pensou que teria a oportunidade de um provar uma, mas agora tinha um saco inteiro delas sobre o seu colo.

Finalmente estava a ser recompensado pelo destino.

Enquanto se deliciava, olhou á volta dele. Estava rodeado de artefactos e tesouros cobertos por lençóis brancos. Bastava vender um daqueles objetos para ter forma de se sustentar por mais 3 meses

Tinha á sua frente uma oportunidade única e irrecusável.

De repente a carroça parou.

Devido á força do impacto a sua cabeça foi lançada para frente e depois para trás o que o fez bater com força no que estava a atrás dele, o que pela dor que sentiu, devia ser muito duro. Levou a mão á zona atingida e quando olhou para a frente o sangue abandonou-lhe o rosto.

Tinha uma espada embainhada espetada entre as suas pernas a centímetros dele, mais um pouco e teria sido castrado. O susto juntou-se á dor. Engoliu o choro com medo de alertar os proprietários da carroça.

No entanto foi inútil. Quando estava prestes a trincar outra maça as portas á sua frente abriram-se revelando dois homens altos e fortes. O seu rosto ficou branco que nem cal, os seus olhos de jade refletiram a mudança de expressão dos dois homens adultos, primeiro mostraram surpresa e depois irritação.

Revenge Scheme by a Crown Prince - BLOnde histórias criam vida. Descubra agora