Capítulo 4 - Noah White

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Obviamente essa não foi a maneira que esperei que acordaria no sábado de manhã.

Não com dois carinhas me fazendo de travesseiro numa sala cheia de brinquedos e com um desenho passa do numa televisão quase no mudo.

Eu olho para o lado e vejo meu amigo me encarando. Antony parece exausto e, por conta de todas as ligações que fizemos ao longo da noite, sei que a Snow está bem mas ele parece que ainda está passando por tudo de novo.

— Me ajuda a colocar eles na cama? - eu afirmo e tento levantar sem o acorda-los

Dom, o pequeno de um ano e poucos meses, parece o mais exausto e não acorda quando o pai o puxa para seu colo. O Sam fica por minha conta e esse menino tem tanta energia que parece carregado no 220.

Eu o puxo para meu colo e ele se remexe, eu fico parado esperando ele não acordar e só depois vou caminhando até o quarto dele.

— Não, traz ele para dormir conosco. - Antony pede e eu afirmo, talvez ele queira os três juntos para saber que todos estão bem

Eu deixo o pequeno jogador na cama ao lado da irmã mais velha, ela me olha com carinha de sono e eu aproveito para beijar seu rostinho.

— Promete não comer mais neve? - ela afirma — Neve agora só essa aqui e não a lá de fora. - ela sorri

— Prometo, titio. - ela levanta o dedinho e eu acho a coisa mais fofa do mundo e encaixo meu dedo no dela

— Vou deixar vocês descansarem, está bem? Mais tarde eu volto para ver como vocês estão. - eu digo para a Crystal e o Antony e eles afirmam — Já sabem, qualquer coisa...

— Eu te ligo. - Antony diz e me abraça antes que eu saia do quarto — Não sei como agradecer.

— Ainda bem, porque não precisa. - eu sorrio e aperto o ombro do meu parceiro — Estou aqui para qualquer coisa.

— Obrigado mesmo assim. - eu afirmo e me despeço dele mais uma vez antes de ir para casa

O fim de semana eu passo todo preocupado com a menininha e seu irmãos pestinhas. Mas eles está bem, no domingo mesmo jogam neve em mim de novo por causa dos tios chatos.

Crystal parece tão assustada que eu decido que ela pode ficar alguns dias em casa com os filhos, ela tenta negar mas todo mundo sabe que eles são a prioridade. Acho que de todos na sala.

— Pode me dar uma carona? - Ivy pergunta quando todos começamos a nos despedir quase as sete da noite e eu afirmo

— Vai me dizer quem é o namorado? - ela dá de ombros e eu fico rindo da tentativa dela de dizer que o cara não é tão importante para ela quanto a gente pensa — Aposto que sou mais lindo que ele.

— Tem o ego maior, com certeza. - ela diz

— Garanto que não é só isso que é maior que o dele não. - ela bate no meu braço tão forte que me encolho de dor — Que mão pesada.

— Pensa nisso da próxima vez ou ela vai na sua cara! - eu abro o carro para ela entrar e me arrependo de ter aceitado dar carona a ela

Fico na minha por todo o percurso até a casa dela, quando estamos perto de chegar ela respira fundo e me encara.

— Você sente falta disso? - eu a encaro rapidamente

— Disso o quê?

— Uma família. - ela dá de ombros — Uma casa grande, filhos, receber os amigos no domingo para passar o dia juntos, essas coisas.

— Não e sim. - eu digo — Não sinto falta porque nunca vivi isso, sabe? Nunca quis também e não sei como seria dividir uma casa, vida e tudo mais com alguém. As vezes acho loucura do Antony tudo isso. - eu dou de ombros — Mas eu sinto falta de ter alguém por quem deixar tudo isso que tanto trabalhei para conquistar.

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