Capítulo 18 - Noah White

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A cama não é tão boa quanto a minha ou qualquer que eu já tenha deitado mas nada disso é importante nesse momento. O melhor da noite é ver a Lídia toda vermelha de raiva e pegando minha camisa branca.

— É confortável. - ela diz mais uma vez e eu dou de ombros — Chega para lá, espaçoso. - eu vou quicando até o canto da cama e bato com a testa em um dos armários dela — Merda, Noah! - eu levanto com a testa franzida e possivelmente vermelha

— Você vai brigar comigo por ter batido minha cabeça no seu armário? - ela dá de ombros — Desculpa por sangrar no seu armário.

— Para de ser dramático. - ela pega mais uma coberta e se deita ao meu lado

Ela se embola na coberta e me deito olhando para ela. Minha cabeça ainda lateja mas outra parte do meu corpo também. Tudo isso por conta da morena deitada ao meu lado.

Eu não sei bem como agir a ela. Ela estava louca de preocupação com a reação do pai e ele reagiu tão bem que até eu me surpreendi. Foi um momento que eu nunca vivi antes, nunca conheci os pais de alguém com quem eu saí e não achei que seria tão importante assim. Senhor Woods foi tão educado e incrível comigo que me senti em casa. E eu não me sinto tão a vontade com alguém assim a anos.

— Por que você não colocou uma roupa? - a voz dela é quase inaudível e eu me movo para mais perto dela

— Aparentemente, para deixar para você usá-la. - ela se vira e apenas pelos olhos, que a única coisa descoberta dela, posso ver que ela está com raiva — Por que você não me contou do acidente do seu pai?

— Porque superamos isso. - ela se vira para mim ainda toda enrolada pelo cobertor enorme — Por que não me contou que falava espanhol?

— Aprendi na infância. - dou de ombros — Por que não me disse que seus pais gostam de gritar em espanhol? - ela sorri

— É o charme deles. - eu também sorrio agora — Voltamos para o jogo das perguntas agora?

— Desde que eu possa perguntar coisas sexuais dessa vez. - ela revira os olhos — Você me deve uma noite de bebidas.

— Eu sei, amanhã te levarei ao Vlokas.

— Vlokas? - ela afirma — Se o bar for tão ruim quando o nome, eu não estou mais tão ansioso assim. - ela ri

— É ótimo, eu ia bastante quando tinhas uns dezessete anos. - eu apóio minha cabeça com a minha mão

— Tinha uma identidade falsa, eu suponho. - ela afirma — Me fale mais sobre sua adolescência. - ela se aconchega mais no travesseiro, talvez buscando mais conforto, e eu fico me perguntando se ela não estaria mais confortável nos meus braços

— Foi uma normal, eu acho. - ela me distrai dos meus pensamentos estranhos — Eu era bem nerd, usava óculos e aparelho nos dentes. Uma menina bem típica mesmo.

— Suponho que teve uma paixão não correspondida pelo mais popular da escola. - ela nega

— Esse seria meu primo. - eu levanto uma sobrancelha e ela dá de ombros — Os filhos gêmeos da tia Esme.

— Tia Esme? - ela afirma — Irmã do seu pai, já que sua mãe cresceu num lar adotivo. - ela afirma

— Esmeralda é o nome dela. - ela revira os olhos — Linda! Cabelos negros, olhos incrivelmente verde e um nariz empinado que me deixa enojada.

— Sua tia favorita pelo visto. - ela dá de ombros mais uma vez

— É a única tia que tive. Ela era má com minha mãe e seus filhos gêmeos eram maus comigo. - ela encolhe os ombros — Não sei bem se isso pode ser chamado se família, de qualquer jeito.

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