Kendra Arden

4 - Objectivo

O grupo de homens entra no bar, eu evito olhar como sempre e Rebecca que me conhece sabe que eu sou assim, ela não sabe o porquê e já desistiu de perguntar, na verdade nem eu sei, é um ato voluntário. Os seis homens ficam sentados numa mesa afastada graças a Deus, faço sinal para que nos tragam outra rodada, era sexta e nenhuma das duas tinha planos, solto o meu cabelo e abro um pouco a camisa, Rebecca faz o mesmo e levanta o copo para brindar, tínhamos um acordo que se resumia a evitar falar de trabalho fora do escritório...

—Estou a morrer de fome podíamos ir até aquela roulotte de Hamburger deliciosos.

— Concordo, depois de uma semana destas preciso de gordura.

Ajeito a minha saia e pego na bolsa, paro no balcão com a minha amiga e pago a conta...

— Hoje vão cedo.

— Vamos comer algo estou morta de fome, até para a semana Joe. - Rebecca responde enquanto guarda o cartão multibanco.

— Doutora? - Olho para trás e vejo o meu cliente com uma roupa de motard, idiota. Acabou de sair da prisão e vai no mau caminho.

— Sr Carter, espero que não se meta em problemas. - Vejo que os seus amigos olham para nós com sorrisos maldosos.

— Está a insinuar alguma coisa?

— Não coloque palavras na minha boca, boa noite - Olho para a minha amiga - Vamos Rebecca.

Saímos do lugar ao som de assobios e entramos no meu carro...

— Quem era o pedaço de mau caminho?

— O meu primeiro cliente, violador Rebecca. - Falo séria para que perceba que não é um homem com quem ela terá qualquer contato.

— Pena, o homem é delicioso.

— Ele passou por uma máquina de carimbos. - Crítico mas eu adoro isso num homem.

— Kendra porquê tanta raiva, até porque tu adoras tatuagens...

— Mas não violadores nojentos.

— Bom já percebi, vamos mudar de assunto.

Estaciono na perto da roulotte que fica perto da praia, sentamos na areia da praia a comer e conversar, adorava aqueles momentos simples e loucos. Chego a casa a uma da manhã, tomo um duche e entro na cama, no dia seguinte haveria uma festa importante onde prevejo que o meu alvo vá nos presentear com a sua gloriosa presença, faz anos que planeio chegar até Bruce Morris. Espero por Rebecca, iremos a festa juntas, fomos convidadas tal como os outros advogados do gabinete, é uma festa para pessoas ricas e eu não iria perder essa hipótese por nada, coloco o meu melhor vestido e acessórios, quero a total atenção do Morris...

— Bom esta noite terás toda a atenção dos homens da festa.

— Espero que sim. - Espero ter elegância necessária para chamar atenção do homem que tanto procuro.

— O que tens em mente?

— Sair dali com outra companhia, sem ofensas amiga. - ela sorri maldosa, Rebecca tem uma mente muito perversa.

— Aposto que será fácil e fico contente por ter ouvir dizer isso, és linda e preferes fugir dos homens.

— São como crianças e eu não tenho paciência para isso, tu sabes.

Um hotel havia sido reservado para o efeito, era normal fazer estes encontros entre empresas de nome no mercado, várias áreas diferentes vinham a estes eventos com a intenção de fechar grandes negócios e criar novas parcerias. Entregamos os nossos convites na porta e circulamos pelo espaço, há imensas pessoas, eu e Rebecca pegamos numa taça de champanhe e vamos até perto de dois dos advogados da empresa, conversamos um pouco até a nossa diretora chegar e nos apresentar uns quantos responsáveis de empresas famosas, varro local com os olhos, esperava encontra-lo mas parece que não vou ter sorte, vou até ao balcão, tinha passado quase duas horas e eu só pensava em ir embora, sento num dos bancos altos e peço uma taça de vinho

— Posso saber o que faz uma mulher tão bonita aqui sozinha? - Fito o copo na minha frente sem me dar ao trabalho de ver a quem pertence aquela voz.

— Essa é a pergunta certa!

— Faz algum tempo que reparei o quanto se sente deslocada nesta festa. - Ele pede um bourbon e eu decido que está na hora de ir para casa.

— Acertou em cheio, não gosto de festas Sr... - Levanto do banco e finalmente encaro o homem agora na minha frente.

— Bruce Morris!

— Desculpe pela falta de educação, Kendra Arden. - Estendo a mão para o cumprimentar e fico sem ar.

— Que tal bebermos algo num lugar mais calmo, eu também detesto estes eventos.

— Lamento mas hoje não, talvez uma noite destas. - Pensava estar pronta para isto mas não estou.

­— E como posso contacta-la?

— Sei que iria arranjar uma forma de descobrir mas mesmo assim aqui tem. - Entrego o meu cartão e viro costas, preciso sair dali.

Ele era calmo, elegante, bonito mas continua a ser um Morris. Avisto Rebecca e digo a ela que estou de saída, ao que parece ela quem encontrou companhia, antes de sair do hotel fico de frente para um dos empregados que trás uma bandeja de bebidas na mão...

— Sr Carter vejo que arranjou trabalho?

— Algo temporário. - Ele não parecia confortável com a sua nova ocupação.

— Mantenha-se longe dos problemas.

— Devo dizer o mesmo já que está tão elegante. - Ele olha para mim dos pés cabeça, homens.

— Obrigado, boa noite.

Apanho um taxi e vou para casa, passei os últimos anos da minha vida a tentar chegar até Bruce com sede de vingança e agora estou com medo, Julia vai ter um ataque porque no fundo ela sempre pensou que não seria capaz de me vingar mas aqui estou eu, a um passo de ficar perto de um Morris par me vingar do que o seu irmão fez. Não ia ser corte, iria até ao fim, eles merecem pagar por o que fizeram passar toda a minha família, os meus pais morreram com o desgosto de não conseguirem meter aquele homem na prisão mas eu iria faze-lo em memoria dos dois.