13 - Menina

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Tinham passado duas horas e sentia-me cansada, a preocupação tinha desaparecido porque ali estava segura. Retiro a roupa e entro na cama, acho que Dylan não se vai importar e eu precisava recuperar da noite de ontem, adormeço quase de imediato até sentir uma mão nas minhas costas e perceber assim que Dylan estava ali...

- Desculpa não ter atendido estava a trabalhar. - Ele beija as minhas costas com delicadeza e toda a minha pele se arrepia.

- Eu desculpo porque a tua cama é mais confortável que a minha.

- É bom chegar e ter uma surpresa assim tão boa. - Ele roda o meu corpo para que o encare - O que é que se passa para te refugiares aqui?

- É mesmo sobre isso que queres falar? - Pois eu não.

- Pensei que confiasses em mim.

Fecho os olhos frustrada, ele tem razão eu ainda fico de pé atrás com homens mas eu estou a tentar deixa-lo entrar na minha vida...

- Eu confio, és o primeiro em quem confio, é por isso que estou aqui, só preciso de dar um passo de cada vez.

- Eu não fiz nada do que me acusam. - Eu achava que não mas a suspeita que a filha de Vivian levantou, deixou-me reticente.

- Quero que venhas passar alguns dias comigo a casa da minha irmã.

- Não precisas de fazer isso para... - Coloco a mão nos seus lábios para que não continue a frase.

- Vem comigo, por favor.

Ele não parecia convencido, tive de usar alguma persuasão feminina, passar a mão no seu peito e beijar o seu pescoço

- Adoro o teu cheiro Carter.

- Estou quase convencido.

Empurro o seu corpo para ficar por cima dele, um pequeno sorriso nasce nos seus lábios, dou leves dentadas no seu queixo e lábio, depois passo a lingua no pescoço, peito, abdomen e aí paro para olhar para ele

- Sonho com isto desde o dia que saíste daquela prisão a rebolar com aquela saia justa e salto matadores.

- Tarado!

- Estive sete anos preso Doutora.

- Cabe a mim compensar o tempo perdido? - Mordo o lábio com a ideia.

- Parece que sim Dra Arden.

Ele inverte as nossas posições e fica em cima de mim, não perde tempo e ataca os meus lábios. Ele é atencioso comigo olhando para ele pode-se ter ideias erradas mas sinto que ele tem cuidado para não me desagradar. Quando acordo vejo que a cama está vazia, olho para o telemóvel e confirmo que o despertador tocará em alguns minutos, sento enrolada nos lençóis e vejo que tenho imensas chamadas de Bruce tal como uma dezena de mensagens dele, Julia e Rebecca. Não perco tempo a ler mas coloco som no telemóvel e esfrego a cara, queria tirar alguns dias mas ao mesmo tempo tenho o caso de Dylan para tratar, o som do telemóvel ecoa no quarto, Bruce de novo...

- Porra, ele não vai desistir?

- Estás a falar de quem? - Ele sai da casa de banho com o cabelo molhado.

- Podes vir comigo ao meu apartamento?

- Tudo bem vou só vestir-me.

- Prepara algumas coisas vamos passar uns dias fora. - Saio da cama e começo também eu a vestir-me.

Confesso que estava com medo que Billy ainda estivesse a minha espera mas felizmente nem sinal daquele demônio. Passei na empresa, inventei a minha chefe que tinha um problema familiar para resolver e ela deu-me semana de férias, na verdade mais que merecidas pois tinha vários dias de folga acomulados no banco de horas da empresa. Parto até casa de Júlia e Raphael, quer dizer a casa de férias da família Smith, o meu cunhado vinha de uma família com uma boa situação financeira e eles possiam uma casa com piscina que irei aproveitar ao máximo, o homem ao meu lado parecia desconfortável com alguma coisa, aperto a mão e ele olha para mim de uma forma estranha...

- Fala Dylan.

- Estás a esconder-me algo! - Muitas coisas na verdade.

Levo a mão até a pasta que tinha trazido na bolsa e entrego-lhe...

- Vês a foto dessa menina?

- Quem é? - Ele nunca a viu, normal, estava preso.

- Lê com atenção a sua certidão de nascimento.

Ele fica em silêncio enquanto estuda o documento...

- Vivian é a mãe desta menina? - Provavelmente ele nem sabia que ela tem dois filhos.

- Ela nasceu nove meses depois daquela noite Dylan. - Ele olha para mim incrédulo.

- Então tu achas que fui eu?

- Eu só sei que ela não é filha do Wills e Vivian engravidou essa noite, a menina tem olhos claros.

- Não respondeste a minha pergunta. - Tinha razão, eu tinha de novo um pé atrás.

- A minha consciência de advogada diz que é uma possibilidade, não da forma como Vivian conta a história mas talvez tenham dormido juntos. O meu coração diz que é impossível seres o homem que os Will's dizem que és. - Ele não fica contente com a resposta mas é a verdade.

- Isso significa que ainda tens dúvidas.

- Para ser sincera algo não está certo nesta história, Vivan nunca foi violentada. - Ela podia enganar todos menos a mim, eu fui violada sei como é.

- Porque dizes isso?

- Eu sei, a minha carreira... Sei ver a dor numa vítima e ela mente claramente.

- O que pensas fazer agora?

- Um teste de ADN dessa menina iria provar a tua inocência mas Vivian não vai ceder tão facilmente.

- O tribunal pode obriga-la!- Se tudo fosse assim tão fácil.

- É uma criança, tem dezenas de leis que a vão proteger.

Estaciono na porta da casa que Júlia me havia dito pertencer ao Raphael, ele abre a porta e ela corre até mim, ficamos um bom tempo abraçadas...

- Que saudades! - Júlia já tinha lágrimas nos olhos.

- Olá cunhada. - Abraço o meu cunhado que parece cada vez mais musculado.

- Olá Raphael, eu trouxe alguém comigo.

- Ótimo assim terei companhia. - Ele diz ao ver que é um homem.

- Dylan esta é Júlia a minha irmã e Raphael seu noivo.

- Bem vindo Dylan. - Ambos o cumprimentam e sei que a minha irmã deve estar doida para me bombardear com perguntas.

- Dylan é...

- Um amigo especial, certo? - Dylan responde com um sorriso e pisca o olho, não tinha pensado nesse pormenor.

- Parece que têm um problema para resolver. - Raphael brinca mas Júlia bate no seu braço antes de se aproximar do carro para ajudar com as malas.

- Vamos entrar, vou mostrar o vosso quarto e depois almoçamos, preparei um banquete.

Kendra ArdenOnde histórias criam vida. Descubra agora