Cap 6

129 26 0
                                    

___ Já vi que as coisas estão realmente complicadas pra você ___ comentou com um olhar mais calmo e simples ___ Já está ficando tarde e eu preciso voltar pra casa ___ disse se levantando e indo até o balcão da cafeteria. Ele pagou à atendente e então voltou me encarando com um ar confuso outra vez ___ Você vem ou não?

___ Pra onde? ___ perguntei lhe lançando o mesmo olhar.

___ Pra casa ___ acho que ainda não consegui entender exatamente oque ele queria dizer com aquilo. Kaito bufou e então revirou os olhos ___ Você vem pra casa comigo. Não posso te deixar sozinha aqui ___ dito isso, ele pôs as mãos dentro dos bolsos e esperou que me pronunciasse.

Pra ser sincera, não pensei que ele fosse fazer algo como isso. Na verdade, a única coisa na qual eu consigo pensar, é em como meu pai deve estar se sentindo ao acordar e não me ver em casa, também tem o Lian e a viajem pras montanhas.
No mínimo eles vão achar que eu fui sequestrada; apesar de que ninguém teria motivos para me sequestrar a final eu não sou rica e também não namoro ou conheço nem uma celebridade.
Mas isso não vem ao caso, agora eu preciso organizar a minha vida, em Tokyo.



                              *****



Depois de sair da cafeteria; pegamos um táxi e seguimos até chegar em um grande hotel.
Pra ser sincera eu achei que ele fosse um tarado e estava prestes a correr quando a recepcionista o cumprimentou com um sorriso pretensioso. Ao me ver, pude notar seu sorriso se desfazer e um olhar surpreso tomar o lugar.
Sendo um rapaz bonito, é óbvio que ele atrai olhares, mas o olhar daquela mulher não apenas para ele como para mim, foi de fato tranquilizador. Seu olhar surpreso significa que não é do costume dele trazer mulheres ao seu apartamento, isso muito me alivia, mas ainda me assusta.
"Devo ser muito louca pra confiar em alguém não conheço".
Pegamos o elevador e em silêncio seguimos até, a cobertura!?

___ Lar doce lar ___ disse com certo desânimo.
Seu apartamento era enorme, tinha uma decoração bem moderna, acredito que seja o tradicional do Hotel.
Não haviam fotos, quadros, ou qualquer coisa além do simples e puro branco em todos os lugares; na verdade, ainda haviam algumas caixas no canto da sala, oque significa que talvez ele tenha se mudado recentemente ___ Indo por esse lado, tem um pequeno corredor que leva aos quartos, você pode ficar com o da primeira porta a direita ___ indicou apontando para o lado esquerdo da sala.

___ Eu não tinha notado antes, mas o seu inglês é muito bom ___ Eu realmente não tinha notado, mas considerando que os estudos aqui são bem mais avançados que nos outros países, não me surpreenderia se ele tivesse aprendido a falar inglês fluentemente no fundamental.

___ Eu achava inútil porquê não pretendo sair desse país, a final aqui é o meu lar; mas no fim das contas foi incrivelmente útil ___ sorrio ao me olhar ___ Você não tem nada aqui então eu vou procurar alguma coisa que sirva por essa noite e amanhã nós damos um jeito. Pode ir pro seu quarto tomar um banho e quando sair eu já terei deixado algo pra você vestir ___ disse ao sentar no sofá ainda com seus olhos fixos em mim.
Mesmo que a situação seja incrivelmente estranha e desconfortável; esse homem incrivelmente bonito e educado de maneira suspeita são tudo que eu tenho.

Eu então fui até "o meu quarto" e ele não era diferente dos clássicos quartos de hotéis, mas tinha uma bela Vista pra cidade.
Me pergunto no que ele trabalha pra morar em um lugar como esse.

Depois do banho, vesti um pijama que ele deixou em cima da cama para que eu usasse; mesmo sem roupas íntimas o pijama ficou incrivelmente confortável, apesar de a camisa ser bem folgada, a calça por sorte tinha elástico então não ficou tão frouxo.
Fui até a sala e de lá pude sentir um cheiro incrível de arroz frito.
Fui em direção ao outro lado da sala que era dividida por um balcão separando-a da cozinha e vi ele cozinhando.

___ Espero que goste de comida japonesa porquê estou fazendo arroz frito. Já comeu algo assim antes? ___ perguntou ao notar minha presença ainda com os olhos no fogão.

___ Na verdade sim. Meu pai adora comida japonesa; sempre que chega cedo do restaurante ele prepara ao do tipo pra gente ___ meu pai economizou tudo que pôde pra conseguir abrir aquele restaurante. Aos poucos ele foi fazendo sucesso pela boa comida. Depois de perder a Susuna, meu pai concentrou toda sua atenção e amor em mim e aquele restaurante. Acho que esse foi o geito dele de superar tudo.

___ Seu pai tem um restaurante!? Que legal ___ falou já retirando a frigideira do fogão e pondo em cima do balcão. Seu comentário me fez pensar novamente na sua possível profissão.

___ No que você trabalha Kaito? ___ perguntei e ele me lançou um olhar um olhar que não pude identificar mas parecia incomodado. Talvez eu não devesse ter perguntado, talvez o trabalho dele seja perigoso, talvez ele seja perigoso.

De Repente Japão Onde histórias criam vida. Descubra agora