Cap 18

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___ Dez minutos ___ tentou negociar o tempo em que ficaríamos.

___ Vinte ___ anunciei sem dar espaço para negociações. Ele resmumgou em sua língua original para que não o entendesse, mas seja como for, ficaremos o tempo que for necessário.

Após alguns minutos de espera sentados no sofá; o mordomo da casa veio anunciar que Kaito já poderia ir vê-la.
Kaito se levantou e me olhou profundamente até que tomasse coragem o suficiente para seguir em direção à ela.
Quando ele se foi; permaneci sentada olhando a decoração em volta. Era tudo exatamente como seu apartamento; branco, sem decoração ou fotos em qualquer lugar; uma mansão como as outras.
O mordomo me ofereceu chá e bolo, apesar de adorar bolo, preferi aceitar apenas o chá.
Após quase uma hora, Kaito aparece na sala com uma expressão tão co fuso que tô apavorada, ele parecia incrivelmente atordoado. Rapidamente me levantei e fui em sua direção; ele tinha as mãos entre os cabelos encarando o chão.

___ Kaito ___ chamei sua atenção e lentamente ele ergueu o rosto. Seu olhar foi de estranheza, era como se estivesse me vendo pela primeira vez e isso me deixou aflita ___ Oque houve? ___ perguntei e rapidamente ele segurou minha mão me puxando para fora da casa.

___ Senhor Kikoara o carro que irá levá-los já está em frente à casa ___ anunciou o mordomo com certa rapidez ao ver a pressa com que saíamos.
Eu não conseguia entender; por que estávamos saindo dessa forma; oque houve entre eles que deixou Kaito tão abalado?

Ao chegar em frente aos portões, o carro de fato estava nos esperando e entramos no mesmo com bastante pressa.
Durante o caminho; Kaito não disse uma palavra, e ficou o tempo inteiro encarando a paisagem através da janela. Enquanto isso; as milhares de questões cresciam em minha mente.
Sem perceber, meu olhar recaiu sobre sua calça e em seu bolso frontal tinha um papel dobrado; havia uma pequena parte com algo escrito em inglês, mas não consegui entender.
Deixando isso de lado; estou realmente preocupada com o Kaito.


                              *****

Quando chegamos em casa, ele foi direto para o quarto e se trancou lá. Tente chama-lo mas ele sequer respondeu, então achei melhor dar à ele o espaço que precisa.
Era quase noite e a neve já caia. Peguei meu casaco e deixei um bilhete para ele, avisando onde estaria.
Faltava uma semana para o Natal e o apartamento ainda não tinha sequer uma decoração, enquanto que a cidade inteira já estava enfeitada.
Durante a volta para casa, vi uma pequena loja de decorações perto do prédio e decidi ir até lá para comprar alguns enfeites.
Kaito insistiu que eu ficasse com seu cartão de crédito depois que Tioraka me comprou as roupas; eu nunca o usei para nada, mas já que a decoração será para a casa dele, acho que posso usá-lo.

O local não era longe então fui a pé.
Comprei tudo que precisava.
Enquanto o senhor embalava as coisas e falava apressadamente, eu apenas concordava e sorria sem entender absolutamente nada, oque me fez rir de mim mesma durante todo o caminho de volta.
Aparentemente ele ainda havia saído do quarto então aproveitei para arrumar tudo.
Espalhei algumas luzes pisca-pisca pela sala e também os famosos "rabos de gato", nele pus alguns pequenos enfeites e decorei a mesa de centro com uma pequena árvore de Natal em enfeites minúsculos; por fim, pendurei uma pequena guirlanda na porta.
Já que não sou muito boa na cozinha como meu pai ou mesmo Kaito; comprei ramen no caminho de volta; devo admitir que foi bem difícil trazer tudo isso, mas valeu a pena.

___ Oque é isso? ___ exclamou chamando minha atenção. Ele olhava tudo em volta com uma expressão difícil de ler, parecia surpresa, mas também algo mais.

___ Não sei se você gosta, talvez não goste, mas no meu país é tradição comemorarmos o Natal em família, mesmo que a família em sí esteja conturbada ou dividida. De qualquer forma eu tomei a liberdade de decorar tudo e pensando bem agora eu acho que talvez tenha feito besteira; quer dizer, eu sei que ainda não é Natal, mas eu quis decorar então ... ___ no início eu estava empolgada mas a falta de expressão do Kaito me deixou aflita e consequentemente nervosa; no final das costas eu já estava falando mais rápido do que de costume e também me contradizendo em alguns pontos.
Para minha surpresa, ele começou a rir sem parar, enquanto eu fiquei antonita. Quando finalmente conseguiu se controlar, ele veio até mim lentamente ainda secando as lágrimas de riso.

___ Obrigado por isso. Pra ser sincero, não comemoro o Natal com minha família a anos; sequer demoramos a casa ___ declarou assumindo uma postura mais seria ___ O casamento do meu pai com minha mãe foi algo planejado sem o menor consentimento de ambos, mas eles se tornaram amigos com o passar do tempo. Porém, nunca fomos uma família de verdade ___ sua revelação me deixou perplexa. Não imaginei que ainda houvessem relações assim ___ Eu sei. Mas esse tipo de coisa ainda é bem comum entre famílias ricas aqui no Japão

___ Aí está você lendo meus pensamentos outra vez ___ disse o fazendo rir. Fico feliz que seu humor tenha melhorado, isso muito me alivia.

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