Eu: tava desacreditando do amor, quando de repente num olhar o meu mundo parou, parecia filme, coisa de cinema, mas até que em fim você chegou, todo exarado isso que sou, minha vontade, hoje, era te chamar de meu amor, tô pulando etapas, meio maluquinho, tô tão diferente do que sou, se eu estiver muito, por favor me fala, da um jeito manda eu parar, é que eu não sei pensar em mais ninguém, na roda os meus amigos nem me reconhecem mais, só eu sei o porque eu mudei, vou dizer o que me conquistou, foi esse teu jeito, a cor do cabelo, esse teu sorriso, esse teu calor, o jeito do beijo, esse teu carinho, esse teu corpinho, a gente encaixou tão bem, que eu não tenho mais pretexto, para não te chamar de amor- canto com o copo de cerveja levantando sozinha na mesa.
TT e Alicia foram embora, LR e Menor está na pista dançando agarradinhos, Cobra saiu com uma guria e eu estou aqui bem linda, plena e isolada, mas fazer o que né?! Dou o último gole da minha minha cerveja e vejo uma loira entrando no bar, eu conheço ela! Tento puxar na memória e nem demora muito lembro quem é, logo o Lucas entra também e os dois me olham divertidos vindo até mim, oh droga! Quanto mais faço oração mais o demônio me aparece!
Lucas: sozinha meu amor- fala passando a mão no meu rosto e eu me afasto com medo
Eu: olha Lucas, sem pique tá?! Passei a semana estressada, tô bebendo na santa paz, então não me irrita- falo séria enchendo meu copo de cerveja novamente
Loira águada: que foi gatinha, tá com medo?- pergunta jogando o cabelo loiro tóxico
Eu: medo de você? Aliás, de vocês? Coragem viu minha filha- falo e dou um gole da minha cerveja, o Luca passa a mão no meu cabelo e eu tiro sua mão com tanta brutalidade que quase arranco o braço do homem- não encosta caralho, oxi, quer ficar cego do outro olho também é capitão bigodinho falho?- falo putassa ironizando do seu tapa olho pique de pirata e seu bigode que é mais falho que a minha sobrancelha
Cobra: tá tudo suave aqui?- pergunta sentando do meu lado e o Lucas olha pra ele assustado
Eu: tá sim, os dois já estão vazando, não é mesmo?!- falo e eles confirmam com a cabeça saindo vazados
Cobra: te perturbaram?- pergunta e eu dou de ombros pouco me importando enquanto dou outro gole da minha cerveja
Eu: eu tô amando a energia desse lugar- falo e ele me olha sorrindo de lado
Cobra: aqui é gostosinho mesmo- fala e eu sorrio de lado
Eu: vou dar uma volta que o lugar aqui tá fedendo a perfume paraguaio comprado na feira- falo levantando e ele ri, pego meu celular em cima da mesa e viro minha cerveja.Saio de lá bem plena mesmo, atravesso a rua do barzinho que estava segundo atrás e vou pra calçada da praia, começo a andar bem de boa mesmo, logo tiro meu tênis e minha meia colocando-as dentro do tênis, começo a andar pela areia com os tênis na mão bem de boa, do nada algo dentro de mim me disse para parar e observar o mar, então obedeci, vai que eu acho um baú do tesouro kkkkkk.
Fico ali parada no meio da areia que nem uma tonta observando a água, coloco meu celular no bolso e passo a mão no cabelo jogando ele pro lado novamente, mania isso já! Olho a água e lembro da minha mãe, ela amava praias, cachoeiras, a natureza em sí, puxei muito ela nesse ponto! Sinto como se ela estivesse ao meu lado e sorrio abertamente, uma brisa veio do nada balançando meu cabelo e meus olhos se enchem de lágrimas... Aí mãezinha, quanta falta a senhora me faz aqui💔😪- Tá bem maluca?- pergunta colocando a mão no meu ombro e eu viro vendo o Cobra com os tênis na mão sorrindo
Eu: tô sim- falo e ele me olha desconfiado
Cobra: tava chorando por que?- pergunta e eu seco as poucas lágrimas que ousaram rolar pelo meu rosto
Eu: só estava pensando- falo voltando a olhar o mar
Cobra: pensando o que?- pergunta e eu dou de ombros
Eu: minha mãe- falo e ele senta na areia e me olha como se perguntasse se eu não ia fazer o mesmo
Cobra: se abre ae- fala e eu nego com a cabeça rindo- fala ae mano, fica suave, o que falar aqui fica aqui- fala e eu sento no chão
Eu: tenho o que falar não Cobra, minha mãe adorava a natureza, principalmente praias e cachoeiras, nesse quesito puxei muito a ela- falo sorrio ainda olhando o mar
Cobra: sente a falta dela?- pergunta e eu abaixo a cabeça por uns segundos e olho pra ele confirmando com a cabeça- tô ligado nisso que tu tá sentindo, é mó fita perder os pais cedo mesmo, perdi os meus com quatorze anos tá ligada?! Assumi o morro com dezessete, quando terminei os estudos, mas sempre naquela luta, era eu e a Lorena mano, a guria tinha onze anos, eu tive que criar a mina sozinho tá ligada?!- fala me olhando e eu confirmo com a cabeça
Eu: sente muito a falta deles?- pergunto e ele confirma com a cabeça
Cobra: uma hora tu aprende a viver sem eles- fala e olha pro chão- igual filho, quando você perde um filho, uma hora tu se acostuma com o vazio no peito- fala e eu sorrio de lado
Eu: você perdeu pessoas muito importantes em intervalos muito curtos né?!- pergunto e ele confirma com a cabeça olhando pra baixo
Cobra: por isso não me apego a ninguém Rafaella, perdi muita gente importante e se eu perder mais alguém fico doido- fala e tira o boné passando a mão no cabelo colocando o boné de novo- sei o que faço da vida se perder outra pessoa importante não, principalmente a Lorena, a mina é uma filha pra mim tá ligado? Sempre fui nos negócios do dia dos pais dela, todo ano ela me dá um presente no dia dos pais
Eu: cês são fofos- falo e ele ri
Menor: achamos vocês, vão voltar pro pagode não?- fala parando na nossa frente
Eu: bora- falo levantando da areia
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cria do Asfalto
Teen FictionRafaella Martins, uma garota no auge dos seus 18 anos, solteira e dona das ongs mais conhecidas do país por ajudar crianças e adolescentes carentes, nunca ligou para dinheiro, status ou posição social, perdeu seus pais num grave acidente e hoje vive...