50°

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Alicia: o que você tá sentindo?- pergunta e eu olho pra ela confusa
Eu: nada ué- falo me olhando no espelho do banheiro da quadra
Alicia: o Cobra não despertou nada nesse coraçãozinho de pedra?- pergunta e eu nego com a cabeça
Eu: o Cobra é passado- falo e saímos do banheiro bem plenas, esbarramos num casar que tava quase engolindo e quando eu viro vejo o...
Alícia: uou- fala surpresa
Eu: que porra é essa aqui William?- pergunto já puta- é assim que você fala que vai me fazer a mulher mais feliz do mundo? Sai daqui- falo puta
William: Rafaella me escuta- pede quase implorando e eu nego com a cabeça
Eu: sai daqui antes que eu perca o resto da minha paciência com você- falo e ele vai embora bufando.

Ele que tá no erro e ainda fica todo putinho? Jesus te ilumine viu jovem?!
Voltamos pra mesa e o pessoal já me olharam estranhos.

Cobra: qual era a confusão?- pergunta pra Alicia me ignorando
Eu: William se pegando com uma guria qualquer- falo como se não quisesse nada tirando a aliança
Menor: olha a marca de sol- fala olhando o meu dedo e eu jogo a aliança na mesa que quica e cai dentro do copo dele
Eu: base esconde- falo e o Cobra olha pro dedo dele, olho também e vejo a nossa aliança lá toda linda e plena, disfarço e começo a cantarolar o pagode que tá tocando- alguém tira esse gosto ruim da minha boca- falo sentindo um gosto estranho na boca, pego meu copo e bebo ele todinho num gole só, pego o da Lorena, o da Alicia, o do Igor, do TT do cobra e nada da merda do gosto sair da minha boca- bala, quem tem?- pergunto e a Menor joga o Halls preto em mim, coloco umas três balas na boca e o gosto passa
Menor: parou de fogo?- pergunta e eu confirmo com a cabeça
Eu: qual a boa pra amanhã?- pergunto curiosa
Lorena: eu vou viajar com o Enzo e o Menor- fala e eu solto um "ah"
Alicia: vou pra casa da minha sogra com o TT
Igor: vou pra sampa- fala e eu confirmo com a cabeça
Eu: vou passar meu aniversário sozinha credo- falo e eles dão de ombros
LR: aonde está o Bryan?- pergunta e eu arregalo os olhos
Eu: foi passar o final de semana com o meu tio lá na barra- falo e o Cobra me olha confuso
Cobra: teu filho?- pergunta e eu confirmo com a cabeça- com o carinha lá?- pergunta e eu nego com a cabeça
Eu: eu conheci o William ano retrasado, meu filho vai fazer cinco anos ano que vem- falo e ele parece ficar pensativo- ele não é teu filho- falo mechendo no meu celular e geral na mesa me olha com uma sobrancelha erguida- vou pra casa- falo e tiro um dinheiro da carteira deixando na mesa, saio andando de lá até a minha humilde residência e entro trancando a porta e vou pra cozinha trancando a janela da mesma.

Pego meu celular no bolso e subo pro meu quarto e me jogo na cama olhando o teto, vou resumir essa história pra vocês rapidinho.
Depois daquela confusão toda no presídio eu voltei pra casa e fiquei ruinzona, uma semana depois eu descobri a gravidez e o meu pequeno Bryan, mês que vem ele faz cinco aninhos e o Cobra até agora não sabe que tem um filho, não foi eu que tive essa ideia de esconder a gravidez dele, foi tudo culpa da Lorena, ela tirou meu nome da lista de visita e tudo mais, tudo com a desculpa que eu tenho que superar ele e que o irmão dela merece sofrer um pouco, na minha opinião ninguém tem o direito de tirar um filho do pai, seja quem for, todos merecem acompanhar o desenvolvimento do filho.
Escuto uma barulho na sacada e olho vendo o Cobra pulando a mesma serinho.

Eu: o que você está fazendo aqui?- pergunto me sentando na cama
Cobra: quando pretendia me contar que eu tenho um filho?- pergunta e eu começo a chorar desesperada, ele passa as mãos no cabelo nervoso e me olha puto- eu tinha o direito de saber Rafaella, tu sabe tudo que eu já passei e mesmo assim me esconde um filho pro cinco anos- fala puto e olho pra ele
Eu: eu queria, eu juro que queria te contar, a sua irmã que tirou meu nome da lista de visitas e me proibiu de te contar da gravidez ou do Bryan- falo chorando
Cobra: até parece né Rafaella, foi ela que acabou de confirmar que o filho é meu- fala e eu fungo- e até parece que tu não ia dar o teu jeito pra me contar- fala e eu abaixo a cabeça
Eu: ela me ameaçou tá legal? Ela ameaçou acabar com as ONG's e me tirar o meu filho, eu fiquei com medo, eu já perdi a Valentina, não ia aguentar perder outro filho, tá bom?!- falo e ele me olha negando coma cabeça
Cobra: por que você não consegue apenas assumir que não quis me contar do moleque, para de colocar a culpa da sua irresponsabilidade nos outros Rafaella, minha irmã é inocente nessa história toda- fala puto e vira as costas pra mim passando uma mão no cabelo e a outra ele apoia na cintura- você não sabe a vontade que eu tô de matar- fala e eu fico assustada e me encolho na cama
Eu: por favor Diego, acredita em mim pelo amor de Deus- peço quase sem voz por conta do choro
Cobra: NÃO ME CHAMA DE DIEGO, VOCÊ NÃO TEM MAIS ESSE DIREITO RAFAELLA, VOCÊ ME ESCONDEU UM FILHO, UM FILHO PORRA, EU TE AMO RAFAELLA MAS O QUE TU FEZ NÃO TEM PERDÃO NÃO PORRA- gruta e eu me encolho mais na cama- bora levanta, tu vai comigo buscar o moleque lá no teu tio- fala e me puxa pelo braço na brutalidade mesmo, saímos de casa com os vapores tudo me olhando e ele me joga dentro do meu carro, ele dá a volta e entra no banco do motorista.
Eu: não tira meu filho de mim, por favor- peço e ele me olha puto
Cobra: cala a boca antes que eu te mate Rafaella, você não sabe o esforço que eu tô fazendo pra não meter uma bala nessa tua cabeça- fala puto e eu me calo.

Vou guiando ele pra casa do meu tio e quando chegamos eu toco a campainha e uma empregada atende toda sorridente, mas seu sorriso morre ao me ver chorando.

Dona Edina: tá chorando por que minha menina?- pergunta toda carinhosa
Eu: tia trás o Bryan e as coisas dele pra mim por favor- peço e ela confirma com a cabeça, depois de alguns minutos o meu tio sai da casa com o Bryan no colo e uma bolsa no seu braço
Daniel: o que está acontecendo Rafaella?- pergunta e eu seco meu rosto
Eu: nada tio, vamos filho- chamo o Bryan que pula pro meu colo e me olha estranho
Bryan: tá chorando por que mamãe?- pergunta e eu forço um sorriso
Eu: nada não meu amor- falo e ele me abraça
Cobra: é ele?- pergunta e eu confirmo com a cabeça, ele pega o Bryan do meu colo com cuidado e ele me olhou estranho
Bryan: quem é ele mamãe?- pergunta confuso
Cobra: sou seu pai moleque- fala todo bobo
Bryan: mamãe é verdade?- pergunta e eu confirmo com a cabeça
Eu: é filho, ele é o seu pai- falo secando o meu rosto
Bryan: aonde você tava esse tempo todo?- pergunta pro Cobra
Cobra: tava preso, me acusaram de algo que eu não fiz- fala e o Bryan abraça ele beijando o seu rosto.

O Bryan sempre foi assim, todo carinhoso com todos, sem nenhuma excessão.

Cria do AsfaltoOnde histórias criam vida. Descubra agora