[...]E me ocorreu que todo mundo sofria continuamente, incluindo aqueles que fimgiam não sofrer. Charles Bukowski
A parte mais interessante é que agora manicômios judiciários são chamados de hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico, mudou muita coisa ...Só o mome !
Continua a mesma merda,quem fica curado em cárcere privado, trancado num quarto frio ?
Aberração que o diga,no caso dele sua suite só piorou seu estado !
Ele passou treze anos sendo torturado e mantido em cárcere, e tento que fingir que estava tudo bem .
Como eu irei fazer, e talvez saia igual a ele !Isso aqui não é nem de longe um hospital, é uma cadeia ,a pior das cadeias, pelo menos nas cadeias comuns as pessoas são presas juntas ...
Da pra conversarem entre si...
Brigarem !
Se matarem!
Aqui sou eu e as paredes cheias de rabiscos ,meu novo lugar no mundo ,separada da sociedade, presa e com minha vida controlada .
Talvez me matem aos pucos ,serei um objeto de controle, trancada e esquecida nessa cela de isolamento.Não faço idéia que horas são, ainda não amanheceu por completo, acordo com uma enfermeira gordinha me sacudindo, sem dizer pelo menos um mísero bom dia iniciou seu trabalho.
- Estenda o braço ,e feche as mãos.
Pensei que ela fosse tirar sangue para algum exame, mas ela aplicou algo diretamente na minha veia. ..E doeu!
Queimou como o inferno !
-Agora me siga .
Na porta o carcereiro ou policial não sei como chamar o homem de preto ,sei que ele colocou uma algema em mim,uma algema confortável, uma corrente comprida permitia que movimentasse as mãos um pouco melhor.
Numa espécie de refeitório, como esses de um colégio vagabundo, estavam muitas pessoas sentadas ,se alimentando .Não usavam algemas como eu .
O homem de preto me jogou sobre um banco de madeira, sentei .Uma mulher gordinha , veio trazendo o café, a única mulher com olhar simpático.
-Seu café querida!
-Obrigado moça !
Ela estranhou minha resposta, sorriu discreta e voltou pra cantina. Pelo menos a comida não é ruim,café com leite, pão e só.
Em volta, humanos em outro mundo, me olhavam com uma expressão estranha,e numa mesa mais afastada ,um sujeito .Algemado como eu !
Nem ao menos me notou,concentrado lendo um livro .
-Essa é a nova paciente?
Uma mulher jovem ,bonita, cabelos pretos e sardas no rosto ...Lembrou minha mãe.
-Sim .
O homem de preto estava de pé ao meu lado como um cachorro de guarda
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Sol das Almas (Livro II) CONCLUÍDO
TerrorO doce sabor amargo da meia liberdade, não posso reclamar tanto,estar presa entre os muros do manicômio é bem melhor do que presa apenas entre as paredes pinxadas da minha cela. Agora meus olhos estão mais acostumados com a claridade, ontem foi terr...