Festa X

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                         As coisas mudam .
                         Não significa que melhoram ...
                                                  Dr.House

                 As duas em ponto, estou sentada na cadeira confortável da sala da Doutora

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                 As duas em ponto, estou sentada na cadeira confortável da sala da Doutora . O relógio na parede tem um som irritante, como o antigo relógio do meu avô, mas a mulher não parece reparar o barulho do ponteiro ,está entretida lendo minha ficha .
              -Então quer me dizer alguma coisa?
             -A  mulher da minha cidade fazia perguntas mais fáceis.
             -A doutora Solange  mandou um relatório sobre suas consultas,parece que foi a única que conseguiu as respostas. Você tem consciência de tudo que fez,como sente em relação a isso?
        
      ( Arrependida por não ter percebido a tempo  )

               -Muito  arrependida!
                -Quando sair,fará tudo diferente então?

                (Farei,dessa vez não vou vacilar.)

              -Sim,só quero viver em paz .
             -E qual a motivação que tinha pra manipular todos aquelas  pessoas?
           
              (Era divertido! )

            -Dinheiro.
          -Matou um homem a facadas ,recebeu por isso?
            -Não matei  Luper .
           -Mas aqui consta que confessou a autoria do crime!Se não matou ,porque disse o contrário?
              -Ninguém acreditaria mesmo .
               -Então nunca matou?
                -Não, odeio cheiro de sangue .
               -Já presenciou alguns assassinatos ?Como se sentia ?
               -De onde eu venho não é assassinato doutora,o nome certo é festa .

       (Festas ,muitos mortos numa noite .)

       -Você gosta de "festas"?
       - Depende das atrações!
       -Presenciou a morte de um homem, quando ainda era criança, certo?
            -Mas não tive nada haver com isso .Era uma comemoração, eu estava próxima ao homem e vi quando o outro o esfaqueou .Todas as pessoas da festa também viram .
              -Mas você foi a única que não teve nenhuma reação, era criança e não gritou,nem correu assustada, apenas continuou comendo seu algodão doce .Aqui diz que desde esse dia as outras crianças ficaram com medo de você.
               -Eu não era burra doutora,o assassino matou e saiu correndo. Continuei normal porque gritar e correr não ia ressuscitar o morto nem mudar os fatos .
          -Não sentiu medo?
        -Não, tinha nada haver com os dois caras,nem conhecia.
         -E se conhecesse?
        -Teria agido igual , não ia entrar na frente de faca de ninguém. Posso ir agora?
                 Com um simples aceno de cabeça ,autorizou minha saída .
Everaldo me levou pra minha cela/quarto .Passarei a tarde aqui ,sairei na hora do jantar,e voltarei pra  cá em seguida.

Sol das Almas (Livro II) CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora