CamilaEu parei de ouvir música ao longo dos anos, e nem percebi.
Eu ouvia no carro, claro. Mas eu não explodia mais enquanto estava em casa limpando, tomando banho ou cozinhando, como fazia anos atrás. Ultimamente, porém, isso havia mudado. Eu me vi fazendo coisas que não fazia há muito tempo, cantar junto com a música quando estava no chuveiro, dançar enquanto dobrava a roupa, plantar flores, cozinhar sem uma festa para levar a sobremesa. Sentia-me mais leve e feliz do que em muito tempo. E se quisesse admitir isso para mim ou não, uma das grandes razões para essa mudança era o homem da casa ao lado, que estava atualmente voltando para Montauk.
Uma música do Billy Joel tocou enquanto eu estava no chuveiro, e eu cantei, cantei "Only the Good Die Young" como se estivesse fazendo um show para uma plateia lotada. Foi bom... tão bom. Enquanto eu tirava o condicionador do meu cabelo, fechei os olhos e me juntei a Taylor Swift para uma performance ensurdecedora de "Shake it Off" que culminou com meu canto e dança com a toalha para secar minhas costas. Enrolei meu cabelo em uma toalha e coloquei calças de ioga e uma camiseta. Pegando meu hidratante, limpei a névoa do espelho e encontrei um rosto sorrindo para mim no reflexo, o meu próprio. Eu me senti tonta.
Esta manhã eu tinha feito a aula de ioga ao nascer do sol com Bella e depois saí para uma longa caminhada na praia. Na metade do caminho de volta para casa, meu celular tocou. Era a escola onde fiz a segunda entrevista ontem. Eu consegui o emprego!
Desde então, não parei de sorrir. E eu mal podia esperar para contar à Shawn. Ele estava com pressa para pegar o avião para casa, de Chicago, quando lhe mandei uma mensagem, então imaginei que guardaria minha surpresa até que ele chegasse em Montauk. Meus planos era ir ao supermercado e pegar algumas coisas para fazer sua comida favorita.
Embora esses planos tenham mudado abruptamente no minuto em que abri a porta do banheiro.
Eu me assustei e pulei ao ver um homem casualmente encostado no corrimão da escada a poucos metros da porta do banheiro. Mas então meus olhos se arregalaram e a mandíbula se abriu.
— Surpresa. — Meu filho sorriu e gargalhou. — Muito bom o show que você deu. Achei que você nunca sairia daí. Eu não sabia que você era uma Swiftie9, mãe.
— Oh meu Deus. Ryan! Você está em casa! — Eu o agarrei em um abraço gigante.
Ele riu e me abraçou de volta.
— O que você está fazendo aqui? Achei que você não voltaria para casa durante todo o verão por causa do estágio?
— Eu terminei um projeto em que estava trabalhando alguns dias antes, então perguntei se poderia aproveitar hoje para fazer um fim de semana de quatro dias com o Dia do Trabalho. Eu preciso voltar cedo na segunda de manhã.
— Por que você não me ligou? Como você veio do aeroporto?
Ele encolheu os ombros. — Eu queria te surpreender. Eu peguei o trem e depois um táxi.
— Bem, você conseguiu. — Deus, eu precisava apertá-lo um pouco mais. Eu me aconcheguei em outro abraço. — Senti sua falta.
— Eu percebi que poderia ser um verão difícil estar aqui sozinha pela primeira vez.
Exceto... uh-oh... que eu não estava sozinha.
— Umm... eu me mantive ocupada.
Ele olhou para o meu rosto. — Você está bem, mãe.
Eu bati na toalha enrolada na minha cabeça. — Deve ser o turbante.
Ryan sorriu. — Não... algo está diferente. Você parece... eu não sei... menos estressada, talvez.
