《 Prólogo 》

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  Eu sou Mabel Stwart, tenho 20 anos, moro em uma fazenda com meu pai Afonso, minha mãe faleceu quando nasci, papai fala que me pareço muito com ela, tenho um irmão mais velho, digamos que o senhor Afonso não era um rapaz santo e acabou engravidando Marcela, a ex-namorada, antes de se casar com minha mãe, as duas acabaram virando amigas devido às circunstâncias, foi tia Marcela que cuidou de mim quando mamãe morreu.

  Davi e eu nos damos muito bem, somos unidos como unha e carne, aos dezessete anos ele foi pai, minha sobrinha é a coisa mais linda do mundo, tia Marcela quase o matou quando soube, mas morreu de amores ao ver a neta pela primeira vez.

— Pai, tem alguma coisa errada com contabilidade — falo entrando em seu escritório em casa.

— Como assim filha? — pergunta levantando o olhar de alguns papéis.

— Eu andei revisando os lucros antigos e tem muitos números alterados, as contas não batem com o que eu anotei na agenda pessoal da fazenda, tem alguma coisa errada — respondo espalhando todos os documentos que estava em minhas mãos, sobre a mesa.

— Mabel, você está dizendo que estamos sendo roubados? — questiona tirando os óculos, passando a mão nos olhos.

— Estamos não, já fomos pai. Antes de vir falar com o senhor, liguei para o gerente do banco e a conta da fazenda está zerada, o senhor está entendendo pai, a fazenda está falida e o capataz sumiu, foi embora — digo nervosa gesticulando sem parar.

— Vou contatar nossos advogados.

   Isso foi a quase duas semanas e de lá pra cá, descobrimos uma grande fraude na fazenda além dos roubos do capataz, a polícia já está a procura desse infeliz, mas o maior problema agora é, como vamos pagar as dívidas de tudo que compramos para a fazenda, coisas das plantações, comida e vacina dos animais, além do pagamento dos funcionários.

  Papai está tentando fazer um empréstimos com o banco, mas sem capital o pedido foi negado, com muita dor no coração tivemos que  vender alguns animais, mais o dinheiro ainda não foi o suficiente para pagar tudo e alguns funcionários já começaram a ir embora.

— Pai, o senhor precisa comer, desse jeito não vamos conseguir salvar a fazenda, por favor, por mim — peço oferecendo a xícara cheia de café para ele.

— Tudo bem — cede.

  Finalmente! Penso comigo mesma.

  Era finalzinho da tarde quando recebi a ligação de Carla e Carly, minhas gêmeas preferidas e melhores amigas desde o fundamental.

— Amiga nós vamos sair hoje — Carla começa antes mesmo que eu diga um " a " — E não aceitamos " não ", como resposta — Carly finaliza.

— Meninas, sabem que não posso deixar meu pai sozinho, ainda mais agora — tento recusar o pedido sem deixá-las chateada.

— Querida Bel, seu pai já é um homem adulto e vacinado, creio que sobreviveria por algumas horas longe da filha que mais parece uma mãe protetora — posso ouvir nitidamente o deboche na voz de Carla ao pronunciar tais palavras.

— Passamos para te pegar as 19:30h, esteja pronta se não, levamos você do jeito que estiver — Carly diz antes de desligarem na minha cara.

  Encaro o celular estupefata com tamanha ousadia da parte das minhas amigas.

  Sem alternativa caminho até o banheiro para tomar um banho, lavo os cabelos após fazer uma hidratação neles, depois de seca-los no secador e fazer alguns cachos nas pontas, ando até o guarda-roupa para escolher a roupa que vou vestir, como elas não me disseram onde vamos, então opto por usar um vestido verde com um laço na gola, justo até a cintura e soltinho para baixo, calço uma bota preta de saltinho com franjas na lateral de zíper na parte de dentro.

《 Apaixonada pelo meu... Marido》...Onde histórias criam vida. Descubra agora