História Canções de Amor - Imagine Jung Hoseok

Capítulo 3 - O caderninho amarelo

Checo meu celular novamente. Não havia se passado nem 2 minutos ainda desde que chequei as horas pela última vez. Me sinto afundar em frustração por não conseguir dormir. Em teoria é uma tarefa simples, mas esta noite em especial parece impossível. Toda vez que fecho os olhos sinto novamente a respiração quente de Hoseok em meu pescoço, fazendo me vibrar, ansiando por seu toque. Suas mãos grandes envolvendo minha cintura... eu precisava sentir aquilo novamente. Por que eu fugi? Talvez seja porque no meu subconsciente eu saiba a verdade: isso nunca daria certo.

- Já chega S\N, apenas pare de pensar. Você precisa descansar. – digo a mim mesma, afundando minha cabeça no travesseiro macio.

Não sei dizer quando, mas eventualmente vencida pelo cansaço, acabo adormecendo.

Levanto antes de o despertador tocar, e sinto minha cabeça pesada. Forço o meu corpo a se levantar da cama, e arrasto meus pés vagarosamente até a cozinha.

- Droga! Droga! Droga! Não acredito que deixei o café acabar

Decido recorrer ao meu anjo da guarda. Com certeza ela me daria uma injeção de ânimo. Ainda era muito cedo, o que significava que tínhamos tempo de sobra. Pego meu celular e mando uma mensagem para Marina.

"Prepara o café, estou levando um bolo de cenoura. Ass: S\N"

"Eu sei que é você. Quem mais me acordaria a essa hora. Trás aquele com cobertura de chocolate."

Calcei meus chinelos e desci as escadas. Fui de pijama mesmo, pois ninguém naquele prédio me interessava e Marina já havia me visto com caras piores que a de hoje. Marina e eu morávamos no mesmo prédio, ela no 7º andar e eu no 8º. Nossos apartamentos eram parecidos, só que o de Marina era muito mais espaçoso. Mesmo assim eu não abria mão do meu: ele tinha acesso para o terraço, que era meu lugar preferido para escrever. Escrever era algo catártico pra mim. Foi uma maneira que encontrei de colocar meus pensamentos em ordem, pois me sentia muito sozinha quando mamãe se foi. Por isso desde os 12 anos eu carregava sempre comigo um caderninho amarelo, que já estava surrado, e com algumas folhas soltando, mas repleto de pensamentos meus.

Bato na porta com força, temendo que ela pudesse ter adormecido de novo.

- Nossa, você tá péssima! O que aconteceu? – ela abre a porta, dando espaço para que eu entrasse. Imediatamente sinto o aroma do café vindo de sua cozinha e fico agradecida por isso.

- Só mais do mesmo, insônia. – Digo, bocejando com a mão em frente a boca. – Como foi seu primeiro dia ontem na Asan?

Coloco o bolo de cenoura em cima da mesa e me sirvo do café quente recém preparado.

- Ai amiga, foi incrível. Eles tem equipamentos muito bons, e o coordenador até me emprestou uns livros de estudo. E os outros estagiários também são muito legais ... – De repente ela parou de falar, deixando suas últimas palavras flutuarem no ar. Ela parecia pensativa, mas deixava escapar um sorriso bobo no canto da boca.

- Eu perdi alguma coisa? Conheço muito bem essa cara.

- Tá bom, o nome dele é Kai. – disse de repente, rindo. – Nós fizemos dupla no plantão de ontem. Ele é lindo, super inteligente, e um fofo. E... bem, no final do plantão... ele me convidou pra um encontro.

- OQUE? Marina isso é incrível! – falei de repente sentindo meu corpo vibrar de alegria. – Você aceitou né? Diz que sim!

- Eu entrei em pânico S\N. Eu não sabia oque fazer. Você sabe que meu último relacionamento não deu muito certo. Tenho medo de as coisas darem errado. Eu respondi pra ele que ia pensar.

- Marina, você não pode se privar de amar alguém e ter novas experiências por medo de se machucar. A vida é muito curta. Se alguém quer entrar em sua vida e fazer você feliz, bem, deixa essa pessoa ao menos tentar.