Final alternativo - Magic shop - Parte 1

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S\N de 5 anos de idade - Ano de 1999 (Escola Primária Duan, em Gwangju)

Foi muito difícil prestar atenção na aula de música. Os peitões da professora não paravam de balançar enquanto ela regia a orquestra, como se fossem escorregar do decote e sair rolando pelo chão. Será que um dia vou ter peitões daquele jeito? Espero que sim!

Além disso, um garoto de tênis verde não parava de me encarar. Ele estava sentado na fileira do lado, e sempre que eu encarava de volta fingia estar escrevendo no caderno. Garotos são tão estranhos...

No final da aula minha barriga não parava barriga não parava de roncar. Assim que o sinal tocou, peguei minha lancheira da Winx e corri para o pátio. Sentei de baixo da velha arvore de cerejeira, meu lugar de sempre. Gosto daqui porque é sempre vazio, e as pétalas de cerejeiras cobrem o chão como se fosse uma chuva cor de rosa.

Cruzei as pernas e coloquei minha lancheira no colo. Podia sentir o cheirinho dos bolinhos que mamãe fez mesmo antes de abrir o embrulho. Obrigada omma!

- Olá! - uma voz falou, ao mesmo tempo que um par de tênis verde estacionava de frente pra mim.

Quando olhei pra cima, encontrei o mesmo menino da aula de música. Tinha cabelo castanho escuro que cobria a testa, e dois furinhos que apareciam na bochecha quando ele sorria.

- Desculpe, eu não falo com meninos. - respondi, fechando minha lancheira. Nunca vi ele na escola antes. Ou talvez tenha visto. Sei lá. Não tô nem ai pra meninos. Eles são selvagens!

- Por que não? - ele arregalou os olhos surpreso.

Cruzei os braços.

- Mamãe me contou que meninos são perigosos.

- Perigosos? Por que? - ele perguntou, erguendo as sobrancelhas.

- Ela me disse que meninos roubam corações. E eu gosto muito do meu, obrigada!

- Eu não vou roubar o seu coração! - ele sorriu - prometo! - disse estendendo o mindinho pra mim.

Eu sei que não devia confiar nele, precisava ser cuidadosa.

- Tá bom - falei, cruzando nossos mindinhos - Mas não vou falar meu nome pra você.

- Huuuum... Então vou te chamar então de menina girassol - ele respondeu, apontando pra minha presilha de cabelo amarela. Poxa, ele reparou nela!

- E eu vou te chamar de... de...

Olhei ele de cima a baixo. Além do tênis verde reparei duas letrinhas bordadas no bolso de sua camisa.

J.H.

Será que eram as iniciais do nome dele¿ Meus olhos desceram até seu par de tênis. São de uma cor que a vovó chama de verde esperança.

- Vou te chamar de Hope - decidi, apontando pra letra H bordada na camisa.

- Mas e o J? - ele perguntou, cutucando a letra.

- Não conheço nenhuma palavra em inglês com J, então vai ter que ser J Hope mesmo - respondi, e ele riu.

- Eu gostei! -

- E porque veio falar comigo? - questionei - Ninguém fala comigo aqui na escola.

- Hoje é meu ultimo dia aqui, então fiz pulseirinhas da amizade pra todo mundo lembrar de mim - ele buscou algo dentro do bolso da bermuda, e tirou uma pulseirinha de miçangas muito bonita! - Essa é pra você!

- Gomawo! - agradeci, deslizando ela pelo pulso. Admito que pra um garoto, ele era muito legal - Mas por que vai embora da escola?

- Meu appa conseguiu um trabalho em Seoul, vamos nos mudar pra lá - ele respondeu, olhando pro chão, cutucando o gramado com a ponta do tênis.

História Canções de Amor - Imagine Jung HoseokOnde histórias criam vida. Descubra agora