Azul;

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A cor azul significa tranquilidade, serenidade e harmonia. Um ambiente azul favorece o exercício intelectual e tranquiliza. Ligada ao desapego e ao mesmo tempo à paz interior.

Já haviam se passado duas semanas desde o Quarto Branco.

Duas semanas da experiência mais louca de sua vida, e também do seu colapso lá dentro. Até hoje não entendia muito bem o que havia acontecido ali, e sinceramente, não sabia se queria entender.

Como nenhuma das duas tinha apertado, e depois de uma longa conversa com a produção, ficou decidido anular as punições que ocorreriam caso alguém desistisse, mas os benefícios também seriam anulados.

Sem eliminação e sem imunidade.

Mesmo com a produção a chamando diariamente para conversar com a psicóloga, convites esses que Manoela negava todos, tanto ela como Rafaella tinham a impressão de que a emissora queria apagar o fiasco que foi a dinâmica e fingir que nunca havia acontecido.

Não tinha dado nem um pouco certo, já que as duas combinaram de não falar o que havia acontecido dentro do quarto e nem o porquê de tudo ter sido cancelado deixando assim os outros brothers loucos de curiosidade, fazendo o assunto retornar todos os dias.

Marcela e Gizelly passavam o dia no seu pé tentando arrancar alguma informação que explicasse toda aquela bagunça, enquanto Mari e Bianca enchiam a paciência de Rafa para descobrir qualquer coisa que fosse.

Não estava dando certo, as duas se mantiveram caladas como se suas vidas dependessem disso. E Manoela agradecia todas as noites por Rafaella continuar no voto de silêncio em relação aquele assunto, não estava nem um pouco afim de discutir sobre aquilo na frente de inúmeras câmeras ou correr o risco de algum dos outros moradores da casa acabarem ouvindo.

Era difícil admitir, mas sabia que o que tinha acontecido não era normal e principalmente não tinha motivos para acontecer. Para ela, é completamente louca a ideia de ter entrado naquele estado apenas por influência de seus pensamentos.

Tentava ao máximo esquecer as sensações que sentiu naquele momento, mas ao fechar os olhos só conseguia lembrar do quanto seu coração batia rápido e de como era difícil conseguir respirar.

Também lembrava de Rafaella, lembrava claramente o quão desesperada soava sua voz e do quanto doeu quando caiu na inconsciência ouvindo seu choro. A mineira foi a primeira pessoa que Manu viu quando acordou, estava deitada em uma maca, numa sala de tons azul claro, lembra de Rafa ter comentado sobre o fato de não terem a deixado na enfermaria com receio de que ela acordasse e encontrasse mais uma vez um ambiente completamente branco.

Foi um bom ponto, já que acordou completamente apavorada, como se tivesse acabado de acordar de uma pesadelo horrível e só ficou tranquila quando viu que Rafa estava ali ao seu lado.

O barulho de atenção tocou a tirando de seus pensamentos, apenas se remexeu na cama de casal do quarto céu e continuou encolhida embaixo do edredom. Estava em um de seu dias ruins, aqueles em que só queria ficar na cama completamente alheia ao mundo a sua volta, estar no paredão também não ajudou muito no seu humor ou na sua vontade de sair dali.

— Que inferno! — ouviu o grito abafado de Gizelly e logo depois a porta do quarto abrindo e fechando rapidamente. — Manuzinha? — o tom de voz calmo e totalmente diferente do de segundos atrás fez Manu sorrir. — Bebê, eu sei que você tá dormindo, mas tão chamando você no confessionário.

Manoela suspirou enquanto tirava o edredom do rosto, deixando apenas aquela parte a mostra, seus olhos arderam com a claridade do quarto mas logo sua visão focou no rosto de Gizelly um pouco acima do seu.

Quarto Branco [Ranu]Onde histórias criam vida. Descubra agora