Acolhimento;

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O acolhimento pode ser entendido como a maneira de receber ou ser recebido por alguém. É o jeito como se aproxima de alguém ou se deixa aproximar. No acolhimento encontramos a aceitação, o carinho, o respeito e a compreensão.

Manoela acordou com o calor de um corpo colado no seu, um braço jogado desajeitadamente sobre sua cintura e o nariz enfiado em seu cabelo. Suspirou sentindo a respiração quente e tranquila, e sorriu quando tentou se mexer e o braço aumentou o aperto a impedindo de sair.

Poderia passar o resto do dia ali, apenas aproveitando aquele conforto e ignorando a bagunça que estava o mundo do outro lado da porta do quarto de hotel, mas seu corpo tinha outros planos e sua bexiga queria explodir, então suspirando derrotada decidiu acordar a pessoa que estava atrás de si.

De olhos fechados virou-se rapidamente e encaixou o rosto no pescoço da mais alta, respirou fundo e sentiu o perfume forte e cítrico que a outra usava. Aquele não era o tipo de perfume que Rafaella usava, os perfumes da mineira eram sempre adocicados e que quase não se faziam presentes, aqueles usados apenas para deixar a pele levemente perfumada.

A constatação fez Manu abrir os olhos rapidamente e em meio a névoa do sono viu que aquele corpo não era de Rafa, de supetão empurrou o corpo adormecido a sua frente, fazendo com que a pessoa soltasse sua cintura e rolasse pela cama em direção ao chão. Um baque alto foi ouvido quando o corpo se chocou contra o chão, logo seguido de um gemido de dor.

— Ai, meu Deus, eu acho que quebrei uma costela. — a voz de Bruna pôde ser ouvida, a modelo falava entre gemidos.

— Bruna?! — Manoela arregalou os olhos ao chegar na beirada da cama e ver o corpo da amiga estirado no chão.

— Manoela! Você enlouqueceu?! — o estado dolorido de Bruna logo passou para irritação. — Catarina, sua irmã quer me matar!

— Parem de gritar! Vão vim reclamar com a gente e... — a mais nova saiu do banheiro repreendendo as duas enquanto vestia uma blusa, porém logo parou ao notar Bruna jogada na chão. — Por que você tá no chão?

— A louca da Manoela me jogou da cama como se eu fosse um saco de lixo. — a modelo resmungou enquanto sentava no chão sentindo as costas doerem. — Eu peguei uma semana de férias para ficar com ela e como me retribui? Tentando quebrar todos os ossos do meu corpo.

— Por que diabos você tava me agarrando na minha cama? — a cantora questionou enquanto levantava e ia de encontro a amiga.

— Você que acordou de madrugada me pedindo pra deitar com você, porque em suas palavras desacostumou a dormir sozinha. — respondeu aceitando a ajuda das duas irmãs para levantar do chão. — A pergunta certa é o porquê de você ter tentado me matar.

— Para de ser exagerada, eu pensei que era a Rafa. Me assustei quando percebi que não era o perfume dela. — Manoela revirou os olhos ao ver o sorriso malicioso que cresceu nos lábios de sua irmã.

— Então você já conhece o perfume dela? — Catarina perguntou com o tom de voz sugestivo, fazendo Bruna gargalhar.

— Claro que ela conhece, as duas passavam o programa agarradas. — Bruna provocou. — E ela acostumou a dormir com alguém porque a outra lá só dormia agarrada nela.

— Vocês viram a gente dormir? — Manu perguntou confusa, fazendo Catarina e Bruna rirem ainda mais.

— O Brasil inteiro viu vocês duas fazerem de tudo, Manoela. — a modelo respondeu. — Eu tava esperando ansiosamente um edredom rolar.

— Bruna! Sua pervertida. — Manu repreendeu a amiga enquanto tapava os ouvidos de Catarina. — Tem crianças no quarto.

— Me erra, Manoela. — Catarina resmungou tirando as mãos da irmã de perto de si fazendo-a rir.

Quarto Branco [Ranu]Onde histórias criam vida. Descubra agora