Vermelho;

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O vermelho é a cor do fogo e do sangue, por isso está associado à energia e guerra. Porém também se liga a paixão, desejo e amor. A cor vermelha é amplamente utilizada para indicar perigo.

Manoela acordou com uma sensação ruim.

Tudo bem que seu corpo estava dolorido e sua cabeça latejava, mas a sensação ruim, que começava a tomar conta de si, nada tinha a ver com seus sintomas gripais. Na verdade, nada tinha a ver com seu físico, e sim apenas com seu mental. A sensação ruim era algo parecido com medo.

Mas medo de quê?

Nada poderia lhe fazer mal ali dentro, primeiro teria a produção a postos para garantir que nada de ruim acontecesse com nenhuma das duas e em segundo teria Rafaella, sentindo a firmeza com que os braços da outra circulavam seu corpo, Manu duvidaria muito que a influencer deixaria algo ou alguém lhe fazer algum mal.

Não se sentia apenas segura nos braços de Rafa, sabia que estava segura ali. Mas saber disso não fazia a sensação ruim ir embora por completo, aliviava um pouco, mas ela continuava ali na parte de trás de seu cérebro como um pequeno parasita.

Odiava sentir medo.

— Sua febre passou. — ouviu a voz baixa de Rafa enquanto sentia os lábios da mais alta em sua testa, deixando um beijo delicado.

— É, mas eu preferia a febre. — resmungou enquanto deixava Rafaella distribuir inúmeros beijinhos por seu rosto.

— Por que? — indagou.

— Parece que fui atropelada por um caminhão. — respondeu sorrindo ao ouvir a risada baixa da outra garota próxima a seu ouvido, fazendo os belos de sua nuca arrepiarem. — Você anotou a placa?

— Não, estava mais ocupada olhando seu sorriso. — disse brincalhona afastando-se um pouco para encarar o rosto de Manoela.

— Suas cantadas são bem ruins. Duvido conseguir conquistar alguém com essas cantadas baratas.

— Elas só precisam funcionar com você, é a única pessoa que eu quero conquistar. — a fala deixou Manu envergonhada logo fazendo um rubor tomar conta de suas bochechas. — Você fica muito fofa quando tá envergonhada.

— Para com isso. — resmungou escondendo o rosto no peito de Rafaella.

— Pensei que minhas cantadas eram ruins. — Rafa retrucou enquanto ria.

— E são. — respondeu. — Mas elas me deixam tímida.

— E por que te deixam tímida? — a morena perguntou brincando com os cabelos curtos e macios da mais velha.

— Porque me deixam sem ter o que falar. — murmurou. — E você sabe que eu odeio não ter uma resposta.

— Eu até pararia, mas é uma gracinha ver você toda envergonhada. — a mais alta disse fazendo Manoela empurrar seu peito fingindo uma falsa irritação.

— Odeio você. — dramatizou virando de costas na cama e encarando a parede.

— Odeia nada, você me ama, isso sim. — a missionária soltou enquanto colocava o rosto no pescoço da outra aspirando seu perfume. — Adoro esse seu cheirinho de neném.

— Eu sei, você sempre fala isso. — responde sentindo seu corpo arrepiar, iria sempre sentir arrepios com cada toque de Rafaella? — Nunca vou esquecer do dia que acordei cedo e quando voltei pro quarto você tava agarrada no meu travesseiro.

— Em minha defesa eu não sabia que era seu travesseiro. — Rafa defendeu-se.

— E pensou que era o quê? Um urso de pelúcia?

Quarto Branco [Ranu]Onde histórias criam vida. Descubra agora