22 - Entediado

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Recebi alta hospitalar dois dias depois de acordar

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Recebi alta hospitalar dois dias depois de acordar. Fiz todos os exames que os médicos pediram e todos deram negativo. Mais uma vez eles disseram que era exaustão e recomendaram vitaminas, repouso, muito líquido e uma boa alimentação para recuperar minhas forças.
Meu pai não acreditava nos resultados dos exames. Ele insistia que aquela não era a primeira vez que aquilo tinha acontecido e achava que os médicos não estavam fazendo seu trabalho direito. Minha mãe não sabia o que falar, mas acho que ela desconfiava que tinha alguma ligação com minha avó, pois durante uma conversa que tivemos enquanto voltávamos para casa, ela disse que a mãe dela também foi hospitalizada mais de uma vez por exaustão.

De qualquer maneira, eles ainda não acreditavam que ela era sensitiva.

Contei toda a verdade sobre o que estava acontecendo comigo nas últimas semanas para meu namorado enquanto eu ainda estava internado. Pete reagiu de uma forma totalmente diferente da que eu esperava. Eu achei que ele se culparia e surtaria ao saber que tudo aquilo começou depois do que aconteceu comigo no lago, mas foi exatamente o contrário. Pete me apoiou, me confortou e disse que me ajudaria tanto na questão do Nathan quanto a controlar minha nova e incômoda habilidade. Ele também levou todos os papéis e atestados médicos para o reitor da faculdade para justificar minhas faltas.

Mesmo já me sentindo bem, eu teria que ficar mais uma semana em casa em repouso absoluto.
Aquilo era o que mais me deprimia.

As festas de fim de ano estavam próximas e o inverno ficava mais rigoroso a cada dia. Enquanto eu morria de tédio em minha cama jogando campo minado no notebook, observava ao mesmo tempo a neve caindo lentamente através janela.

Eu estava deprimido.

Mesmo meus pais, meu irmão e meu namorado me dando toda a atenção quando chegavam de suas obrigações, eu não conseguia não ficar entediado.
Até a incômoda presença do Nathan me fazia falta.

— Nate? — O chamei enquanto procurava outro jogo no notebook para passar o tempo.

Ele não apareceu.

— Nate, você está aí? — chamei mais uma vez.

Nada.

Fechei os olhos e me concentrei igual a primeira vez que eu o tinha chamado. Eu sabia que se fizesse uma prece, ele me ouviria.

Contra o Oculto (Suspense Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora