DOIS

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-MEGAN.

Já era noite e eu queria ter ficado em casa, mas Gaby me mandou uma mensagem, me chamando para ir até uma balada que tem perto da minha casa.

Eu realmente estava muito bonita essa noite. Estava usando um vestido curto, preto e brilhoso. Usava salto alto para destacar tudo e uma maquiagem leve para não ficar tão forçado.

Assim que fiquei pronta, fui em direção a casa da Gaby, que não ficava nem um pouco longe da minha. 

- Oi, florzinha!- disse entrando no carro e me dando um beijo na bochecha.- Hoje eu vou beber até esquecer meu sobrenome!

- Irei ficar apenas no meu bom e velho drink de sempre.

- Você fala isso como se os drinks que você ingere não fossem de uma qualidade duvidosa. - ela diz rindo. 

- Eles não são de qualidade duvidosa e são extremamente gostosos, ok? - os defendo. -  Vamos? 

- Óbvio! Aliás, adorei o seu carro novo. Ele tem um ar de "sim, vadia, eu sou gostosa e o meu carro é chique." 

- Graças ao salário que a M. Model's me paga todos os meses, eu finalmente consegui comprá-lo.

[...]

Chegamos na balada e havia uma multidão de pessoas do lado de fora. Porém, como a Gaby já tinha comprado o nosso ingresso antes com um conhecido, passamos direto.

- Isso aqui está lotado de homem bonito! - Gaby diz assim que chegamos no bar. - Boa noite, gostaríamos de fazer os nossos pedidos. - disse educadamente com a moça que cuidava do bar. 

- Claro, do que gostariam? - pergunta.

- Um drink de morango e um shot de vodca. 

- Em 5 minutos eu volto com os pedidos de vocês. - a moça afirmou saindo.

- Menina, tem homem bonito mesmo, mas não estou afim de ficar com ninguém hoje não. - digo conferindo as pessoas que estavam ali presentes.

- Quando foi que você se tornou essa mulher careta? - Gaby questionou virando seu rosto para mim. 

- Não sou careta, apenas não estou afim. - disse pegando os drinks que haviam ficados prontos. - E nenhum deles conseguiu chamar a minha atenção. - dou de ombros bebendo o meu. 

- Ah sim, claro... - debocha. - Sempre bom lembrar de que acabamos de chegar e a noite é bem longa. - disse Gaby virando seu shot de uma única vez. -  Aí meu Deus! - disse dando um sorrisinho malicioso.

- O que houve? - pergunto sem entender nada.

- Olha quem acabou de chegar - viro pro lado que ela está olhando e vejo ele...

Poxa, não podia ser outra pessoa? Henrique estava ali com uma turma de amigos e com algumas mulheres ao lado deles.

- Aquele ali não é o empresário do Brasil que é dono da agencia que você trabalha? - Gaby fala no meu ouvido rindo.

Era ele mesmo. Henrique vestia uma roupa casual e parecia bem diferente do que havia visto no meu último ensaio fotográfico. 

- Se eu fosse você, eu iria até lá cumprimentar ele. - Gaby incentiva. 

- Eu nunca nem ao menos troquei uma palavra com ele e é o meu chefe, esqueceu? 

- Não digo mais nada também. - disse dando de ombros. 

- Acho bom mesmo. Agora chega de papo e vamos dançar, por que foi isso que viemos fazer. 

Puxei ela para o meio da pista de dança que assim como os outros ambientes da balada, estava lotada. Começou a tocar uma música brasileira e assim como várias daquele país, era impossível não começar a dançar automaticamente. 

Gaby e eu dançamos aquela música e todas as seguintes, até eu sentir que havia alguém me observando. Após procurar por cada pedaço daquele lugar com o olhar, os meus olhos cruzaram com ninguém mais, ninguém menos do que os do Henrique. Ele me secava de uma maneira que alguém jamais havia feito. 

Tentando ao máximo fingir que não havia sido afetada com aquele olhar penetrante, dancei por mais alguns minutos, até decidir voltar ao bar e pedir por mais um drink do qual eu havia tomado no inicio. 

Gaby sumiu no meio da multidão, com a desculpa de que ia ao banheiro, mas eu sabia bem na verdade, ela ia ficar com um moreno bem gato que tinha chegado nela enquanto ainda estávamos dançando. 

Após um tempo bebendo minha bebida sentada no bar, voltei pro meio da pista para dançar. A música estava bem mais envolvente do que quando estava aqui anteriormente. Senti alguém segurando na minha cintura, mas provavelmente por conta do álcool, não me importei. Apenas continuei a dançar.  Olhei pra trás e era um homem MA-RA-VI-LHO-SO, mas não mais que o Henrique. Ele dançava junto comigo, mas do nada parou. Sabe aquela sensação de que outras mãos estão na sua cintura? Olhei rapidamente para trás e encarei o homem que estava ali. 

- Aí meu Deus!- sussurro assim que consigo ver quem estava me segurando.

- Que foi? - diz com um sorriso malicioso nos lábios. 

- Não era você que estava atrás de mim! - paro e viro o meu corpo inteiramente para conseguir encarar ele. 

- Agora eu estou. - disse Henrique sem tirar as mãos da minha cintura. 

- E não devia.- digo rápido e sem pensar.

- Por que eu não devia? - disse ficando cada vez  mais próximo de mim, nos deixando quase colados um ao outro.

- Você é meu chefe.

- E qual o problema nisso? - passa a boca no meu pescoço me provocando.

- Eu não fico com meu chefe.

- Tem certeza?- beija meu pescoço novamente.

- T...tenho - digo afetada com seus beijos.

- Eu acho que está mentindo!- ele me beija.

Nossas línguas dançavam no mesmo ritmo, minhas mãos foram pro seu pescoço e cabelo. Era um beijo bom, NADA calmo. Paramos por falta de ar e continuamos com as testas coladas uma na outra.

- Tem certeza que não fica?- pergunta novamente.

- Eu preciso ir. - falo saindo de suas mãos, mas ele me segura pelo braço.

- Por quê?

Ele pode ser um Deus grego, mas continua sendo o meu chefe.

C- H- E - F - E.

- Eu não podia ficar com você!- falo, mas me arrependo pela cara que ele fez, que não era nem de longe uma expressão feliz.

- Certo.- disse dando um passo para trás e ficando com uma expressão séria. 

Após me encarar por mais alguns segundos, ele saiu de perto voltando para onde estavam seus amigos. 

É serio que ele nunca havia tomado um fora na vida?

Fico parada no meio da pista pensando no que aconteceu. O pior de tudo é que eu havia gostado e isso não deveria ter acontecido nem mesmo nos céus!

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HENRIQUE #1- DOIDAS POR UM TERNOOnde histórias criam vida. Descubra agora