Cap. 16 - Merecer

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Oi gente. Como vcs estão?? Vou deixar vcs com a reflexão desse vídeo mais tarde eu volto aí. 

Xx Boa leitura.

{Palavras: 3.249}


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• Zayn •


— Zayn. — Abriu apenas uma fresta da porta. — Posso conversar com você?

— Claro. Entre. — Tirei os fones, eu ainda tinha uma hora do meu horário de almoço.

— Na verdade, eu preferia conversar com você lá fora. Em particular, não é, Wali? — Ele nem precisou aumentar o tom para provar seu ponto.

— Merda! — Resmungou baixinho. — Eu não consigo te entender, pai. O que disse? — Apontou para a parede provando o quão finas são.

No caminho para o quintal, Waliyha abriu a porta do seu quarto e disse um "se fodeu" para mim sem fazer som algum. Engoli em seco, ela estava certa. Meu pai nunca foi um homem de muitas palavras, ele estava sempre lá, mas não falava muito. As vezes que ele conversou sério comigo, foram bem... intensas.

— E então? O que aconteceu? — Senti seu olhar queimar em mim, mas por motivos desconhecidos, eu não consegui encará-lo de volta.

— Dona Trisha não te contou? — Eles compartilham tudo, até onde eu sei.

— Não. Ela disse que era uma coisa sua e que você que deveria falar se quisesse, que não cabia a ela. — Ok, isso me surpreendeu um pouco. — Toma essa, Zayn. Sua mãe respeita sua privacidade. — Touché.

— Eu... — Será que eu deveria contar para ele? Será que ele vai entender? Você só vai saber se tentar. Inegável. — Eu estava vendo esse cara. Liam. A gente tava saindo há uns três meses quando ele disse que queria dar um passo na nossa relação. — Acho que me acostumei a conversar com pessoas impacientes que pressionam minhas respostas. Com meu pai era diferente. Ele me daria o tempo que eu quisesse para continuar, ele não faria perguntas até que eu terminasse de falar, ele não me pressionaria. É uma boa característica, na maioria das vezes, mas eu não gosto. Eu prefiro responder pressionado, porque de alguma forma fere menos o meu orgulho do que falar espontaneamente. Eu tô começando a ficar igual a doutora Kiara. Jesus. — E eu não quis. — Mesmo sabendo o quão aliviante era desabafar, ainda era algo muito delicado para mim. Principalmente, quando a primeira reação do meu pai foi rir. — Por que você está rindo?

— Eu não sabia que você era esse tipo de cara "ah, eu não quero compromisso. Tenho muito o que viver ainda". Não combina com você, é meio destoante.

— Não é isso. Não é porque quero curtir a vida de solteiro até não dá mais. Eu gosto do Liam. Gosto muito dele, mas eu não posso dar a ele o que ele precisa. Eu sei que, eventualmente, eu vou foder tudo. — O palavrão e a profundidade das outras palavrinhas ficaram presas no ar, a conhecida tensão voltou a fazer morada nos meus ombros.

— Zayn. O quanto você gosta dele? Você o ama? — Foi preciso somente uma pergunta para fazer o tempo parar. Eu o amo? Pra valer? É tão sério assim? Eu tô assim porque o amo ou porque não é fácil esquecer três meses da noite para o dia? Eu sinto falta dele porque o amo ou porque convivi muito com ele? Eu quero manter contato com ele porque o amo ou porque conversei muito com ele durante o tempo que ficamos juntos? É amor ou eu só me acostumei com nossa relação? Eu o amo por uma quantidade infinita de tempo ou eu o amo só por alguns meses? Eu já confundi isso antes. Achei que amava alguém quando, na verdade, eu só gostei por alguns meses. E me lembro que foi fácil esquecer depois de umas duas ou três semanas. Bem fácil. Vale a pena passar por todo um desgaste emocional para no fim descobrir que não era duradouro?

• 1968 • {Ziam}Onde histórias criam vida. Descubra agora