Ver meu pai ali me olhando emocionado me causou tantas coisas de uma vez só, que tive que me controlar muito. Pela Malu, eu não poderia me emocionar muito. Henrique me deixou dizendo que estaria por perto, levando com ele todo mundo que estava no quarto.
- Pai? - disse após ver que ele não falaria nada se eu não tomasse a iniciativa.
- Você... Você está... Me perdoa, Sophia? - disse ele deixando as lágrimas caírem e se sentando na beirada da cama. Precisei respirar fundo pra não chorar também. - eu fui um completo imbecil, medíocre com você. Não sei onde eu estava com a cabeça pra ter feito o que eu fiz. Só queria que você entendesse que pra mim foi difícil aceitar que vocês dois... O Henrique é meu amigo e eu jamais imaginaria que um dia...
- Não é apenas pra mim que o senhor deve pedir perdão, pai. O Henrique jamais faria alguma coisa para meu machucar ou pra acabar com a amizade de vocês. E eu não sou mais uma menininha mimada, eu cresci. Eu to me acabando naquela empresa pra te mostrar que eu hoje sou uma grande profissional e o Henrique tem sido o meu maior apoiador nisso. Aconteceu que a gente se apaixonou há muito tempo mas só agora conseguimos ficar juntos.
- Vocês... antes de você ir pra Espanha...
- Não! Nunca! Apesar de eu já ser apaixonada por ele e ele por mim, a gente nunca nem havia se aproximado, pai. O Henrique sempre me respeitou muito. Mas agora é diferente, eu já sou uma mulher e estamos muito certos de tudo o que estamos fazendo. E agora teremos a Malu pra nos unir pra sempre. - disse pegando na minha barriga e meu pai sorriu.
- Eu vou ser avô.
- Sim.
- Eu não quero que minha neta cresça longe de mim por causa do meu egoísmo, Sophia. Eu respeito e apoio o relacionamento de vocês dois.
- Obrigada, pai! É muito importante pra mim. Nunca quis te magoar. Muito menos o Henrique. - disse sendo um pouco fria. Era dificil pra mim não ficar magoada mais de uma hora pra outra. O desprezo do meu pai doeu muito mas acho que somente o tempo iria voltar tudo ao que era antes.
- Vou deixar você descansar agora. - disse se aproximando e beijando a minha testa. - amanhã volto pra ver vocês. - e acariciou a minha barriga. Sorri leve. - o vovô ama você, princesa!
- Não vai mimar ela como fez comigo, ok. - disse brincando. Ele saiu sorrindo e logo em seguida Henrique entrou acompanhado de minha mãe, Margô e Arthur.
- Como você está, meu amor? - perguntou se aninhando perto de mim na cama. Me aconcheguei nele.
- Ótima! Só um pouco sonolenta ainda.
- E a minha princesinha?
- Mexendo a toda hora. Não para quieta.
- Se puxar a mamãe teremos sérios problemas.
- Idiota.
- Como foi com seu pai, filha? - minha mãe perguntou abatida.
- Nos perdoamos. Espero que ele procure o Henrique para se desculpar também.
- Não precisa disso, meu amor.
- Precisa sim, Henrique! Ele foi péssimo com você que o ajudou a contruir a fortuna que ele tem hoje.
- Sophia tem razão, Henrique. - disse mamãe. - Paul jamais poderia ter agido daquela forma com você. Muito menos com a Sophia.
Ficamos conversando mais um pouco e o cansaço começou a tomar conta de mim. Os outros se despediram e praticamente expulsei o Henrique e a mamãe do hospital. Eles precisavam descansar. Ângela se prontificou em passar a noite lá comigo e foi uma excelente companhia. Graças a Deus eu tinha muita gente que me amava e que me enchia de carinho. Minha filha nasceria cercada de muito amor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Sociedade
RomanceSophia Robbins passou os dez últimos anos em Madrid se preparando pra assumir o lugar do seu pai nos negócios da família. Na memória de Henrique, sócio e amigo do seu pai, Sophia era aquela menina inocente que chorava sempre que ele a chamava de bra...