Um mês se passou e estou praticamente dividindo minha vida com Henrique. Dormimos juntos quase todas as noites, cozinhamos juntos, bebemos, dançamos e ouvimos música juntos. Descobrimos que temos muito em comum e eu não imaginava isso. Na empresa, nos comprometemos a sermos discretos pois não queria que fôssemos motivo de fofoca no cafezinho, considerando que sem dar motivos já éramos. Mas sempre dava pra aliviar um pouco da vontade com um beijo rápido ou um carinho quando estávamos sozinhos. Betty havia se tornado uma espécie de cúmplice nossa.
Agora Henrique e eu estávamos cozinhando em meu apartamento e ouvindo Beatles, que ambos gostávamos. Entre uma mexida e outra de panela, ele me puxava para dançar ali mesmo na cozinha. Eu gargalhada quando ele me pegava no colo como se eu pesasse 5 kg apenas. Isso o tornava ainda mais sexy.- O tempero ta bom? - perguntei pedindo a ele que experimentasse o molho que eu fiz. Ele me olhou maldoso e sorriu de canto. Eu enlouquecia com aquilo.
- Seu tempero é maravilhoso, amor. - disse me beijando. Eu vestia uma blusa social dele e ele uma calça de pijama. Aliás, já tinha roupa minha no closet dele e vice versa. Isso me preocupava. Estava muito rápido.
- Amor?
- Amor, linda, gostosa, bebê, bonequinha, maravilhosa, sócia mandona... O que você quiser. - ele se divertia com a minha cara.
- Besta! Vamos terminar isso logo porque eu estou morrendo de fome.
Jantamos e depois fomos assistir uma série que estávamos acompanhando juntos. Era uma sexta e não acordariamos cedo no dia seguinte. Após a série, veio um filme que assistimos pela metade, pois Henrique começou a se animar e nos amamos ali mesmo no sofá. Ele estava me "ensinando"algumas posições que eu achei deliciosas e o sexo com ele nunca era igual, só melhorava. O prazer só ia aumentando. Quando acabamos ele se recusava a sair de cima de mim e eu ri.
- Henrique?
- Hum... - disse com a cara enfiada no meu cabelo e pescoço.
- Vamos pra cama? Já ta tarde e precisamos de um banho também.
- Vou dar banho em você! - disse se levantando e me pegando no colo se dirigindo para o meu quarto. E ele me deu banho como prometeu. Estávamos cansados e com sono e ele praticamente me ninou cantando "And I Love Her" dos Beatles. Ele até cantava direitinho, achei muito fofo ele me fazendo cafuné enquanto eu me aninhava no peito dele e ele cantava bem baixinho, beijando minha cabeça.
- Posso te dizer uma coisa? - disse sério.
- Hum.
- Eu to amando muito você, sabia? - fiquei em silêncio mas cada célula minha sorria. Meu coração disparou. - seu jeito, seu corpo, seu cheiro, sua voz, sua inteligência e até sua arrogância, que eu sei ser uma defesa sua. Parece que você foi feita pra mim, Sophia. Parece que eu te esperei a vida inteira pra ter isso aqui agora. Eu me sinto inteiro com você.
- Henrique... - Eu estava emocionada com aquilo e não sabia o que dizer.
- Não to te cobrando uma resposta quanto a isso. Só queria que soubesse que eu não quero e nem consigo mais ficar sem você. Eu te amo, Sophia! Muito mesmo!
- Eu amo você, Henrique! Eu tive ódio de você mas eu não consigo mais lutar contra o que eu to sentindo. - disse olhando pra ele.
- Então não luta, Sophia. Só fica comigo.
Nos beijamos e nos amamos de novo, com sede e pressa. Tinha impressão que ainda iríamos incendiar nossos quartos, banheiros, sofás e até cozinha.
Acordei com uma dorzinha entre as pernas e sorri lembrando da noite deliciosa que tivemos juntos. Senti meu corpo sendo protegido por aqueles braços fortes. Ele murmurava alguma coisa. Estava sonhando. Achei muito lindo aquilo. Não contive meu sorriso e tentei não interromper.- Sophia... Fica mais um pouquinho, hã?! Vem ca, deixa eu amar você mais um pouco, minha princesa! - ri baixinho. O miserável tava sonhando comigo. Olhei suas calças de pijama e havia um volume considerável ali. Resolvi brincar. Subi em cima dele e comecei a beija-lo.
- To aqui, meu amor. Quem é sua princesinha, hein?
- Você, meu amor. Minha princesa linda. Me beija, gostosa!
Ri mas realizei seu desejo. Ele começou a abrir os olhos devagar e eu quase mordi ele de tão fofo que estava. Aquele idiota era muito lindo acordando.
- Bom dia!
- Eu não tava sonhando? - disse confuso e eu gargalhei.
- Mais ou menos. - ele me puxou se jogando em cima de mim e eu já sabia que ele queria se aliviar um pouco. Da minha parte eu estava amando esses sexos matinais com ele. Era delicioso!
Descemos após um longo banho e ele vestia só um short e eu uma camiseta velha de banda e um shortinho jeans rasgado que eu sabia que ele amava.
- Sua bunda fica espetacular nesse shortinho, sabia? - disse me abraçando por trás enquanto eu fazia o café. A campainha tocou e nos olhamos intrigados. Fiz sinal pra que ele ficasse quieto e fui olhar pelo olho mágico. Era o Arthur. Olhei pra ele e fiz sinal com a boca e ele entendeu. Continuou na mesa da cozinha apreensivo enquanto eu abria a porta. Já tava na hora do meu irmão ficar atualizado dos últimos acontecimentos.
- Oi, meu bem! - disse entrando. - seu café ta cheirando lá no saguão. - beijou minha testa e se dirigiu para a cozinha. - Henrique?
- Oi, Arthur! - Henrique acenou nervoso. Arthur me olhou reprimindo o riso e eu revirei os olhos.
- Para! Senta aí e toma café com a gente.
- Vocês dois... estão... - ele revesava os olhares pra mim e pra Henrique se sentando e servindo um café.
- Sim, Arthur, estamos.
- Uau! Enfim! Só se controlem porque eu não to preparado ainda pra ser tio, ok.
- Olha, Arthur... - Henrique tentou falar mas meu irmão cortou.
- Relaxa, Henrique! Eu to com vocês, ok. Vocês têm muita química, aliás... Vocês são a tabela periódica inteira. - disse maldoso.- E os velhos? - falou me olhando.
- Esperando eles voltarem de viagem. Aliás, to meio receiosa quanto a isso ainda.
- O papai vai surtar no começo, você sabe. Pra ele você é um bebê ainda.
- Eu vou conversar com ele, Arthur. - disse Henrique recuperando a segurança. - não estamos fazendo nada demais, somos dois adultos e apaixonados.
- Own... Seu fofo! - brincou me fazendo rir. - Boa sorte pra vocês! Vou nessa, deixar vocês se curtirem. - Arthur disse se despedindo. - vim ver se queria sair e se divertir um pouco mas cheguei atrasado. - riu sarcástico e olhou sério pra Henrique. - Você pode ser meu melhor amigo, cara, mas Sophia é minha irmãzinha. Se fizer ela sofrer eu acabo com a sua raça. - Henrique segurou o riso e eu revirei novamente os olhos.
- Deu ne, versão 2.0 do papai. Se quiser ficar aqui com a gente e almoçar, sinta-se convidado. - Henrique fez uma careta.
- Deus me livre! Vou a caça ao invés de ficar de vela pra vocês dois. Fui! - disse me fazendo cosquinha e beijando minha testa. Tranquei a porta e suspirei fundo. Um já foi! Só falta o resto!
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Sociedade
RomanceSophia Robbins passou os dez últimos anos em Madrid se preparando pra assumir o lugar do seu pai nos negócios da família. Na memória de Henrique, sócio e amigo do seu pai, Sophia era aquela menina inocente que chorava sempre que ele a chamava de bra...