Malu- Maria Luísa Robbins Stewart 👶

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- Se comporte! Vou tentar chegar mais cedo hoje. - disse Henrique terminando de se arrumar enquanto eu arrumava a cozinha do café. Sandra me ajudava e brigava comigo ao mesmo tempo para que eu não fizesse esforço. Aff, um milhão de vezes aff. Era excesso de zelo de todos os lados. Henrique me deu um beijo e saiu apressado.

- Mais um dia com nós duas enfiadas dentro desse apartamento sem fazer porra nenhuma. - disse conversando com a minha filha dentro da barriga. Com toda a certeza a coitadinha também estava entediada.

- Dona Sophia, vou precisar sair mais cedo hoje porque tenho que buscar a minha filha na rodoviária. Ela chega hoje. Algum problema da senhora ficar algumas horas sozinha?

- Sandra, quantas vezes já te disse que não sou nem dona e muito menos senhora de ninguém? Pode ir. Vai curtir sua filhota, nós vamos ficar bem. - acariciei minha barriga divertida.

- Tem certeza? O senhor Henrique me mata se acontecer alguma coisa.

- Se acontecer alguma coisa, que não vai acontecer, eu ligo pra ele e em cinco minutos ele chega aqui. Pode ir tranqüila.

Sandra saiu agradecendo e enfim eu estava só com a minha pequena dentro de mim.

- Agora somos só nós duas.

Fiz brigadeiro, conversei com mamãe e Arthur pelo whatsapp e quando terminava a tarde, fui tomar um banho de banheira para relaxar. Henrique havia ligado mais cedo para se certificar de que estava tudo bem e não gostou nenhum pouco de eu estar sozinha. Como o trabalho dele dobrou sem mim na empresa foi impossível ele chegar mais cedo. Eu acabava me sentindo culpada por isso. Afinal eu era a presidente daquilo lá. Agora eu somente lia e assinava documentos que ele trazia. Ia sair da banheira quando senti uma pontada forte na barriga. Não era possível!

- Calma aí, apressadinha! Sua passagem ta agendada pra daqui a quinze dias. Relaxa aí!

Saí da banheira e me troquei. Quando estava descendo as escadas pra ir pro escritório, outra pontada me fez dobrar e sentar no degrau.

- Porra, Malu! Essa foi forte, hein? Você quer que eu me deite, é isso? - essa era eu tentando enganar a mim mesma porque era óbvio o que estava acontecendo. Subi novamente e me deitei. As cólicas só foram aumentando. Bom, o jeito seria ligar pro meu marido. No segundo toque ele atendeu.

- Oi, meu anjo!

- Você ta muito ocupado aí?

- Um pouco, por que? - nova contração.

- Porque meio que tipo... a Maluzinha resolveu que meu útero não é mais um lugar tão agradável e resolveu sair... Ai!

- O... O que?

- A sua filha ta nascendo! - houve um silêncio do outro lado da linha e eu até podia ver o rosto daquele idiota lindo todo confuso.

- Sophia, isso é sério ne?

- Você acha mesmo que... Ai... Eu ia brincar com um negócio desses? Anda logo!

- Já to chegando aí. - e desligou.

Juro por Deus que foram menos de cinco minutos que ele gastou da empresa aqui. Eu já estava com nossas bolsas do lado quando ele entrou no quarto nervoso e sorrindo ao mesmo tempo.

- É sério? - disse pegando na minha barriga. Eu já estava pregando suor e branca.

- Henrique!

- Ta, vamos! - me pegou no colo junto com as bolsas e desceu pra garagem. Em dez minutos já estávamos no hospital.

Henrique

Ouvir o chorinho da minha bebê fez com que eu e Sophia nos acabassemos de chorar também naquela sala de parto.

- Ela é a sua cara. - disse chorando.

- Os olhos são seus.

- Ai, meu Deus, eu to fodido demais com vocês duas... - a gente ria e chorava ao mesmo tempo. Eu, pai!- Maria Luísa era enorme e muito saudável. O hospital já estava cheio de familiares e amigos. Os padrinhos, Beatriz e Arthur estavam radiantes. Até demais pro meu gosto. Quando cheguei com a Malu no vidro para a família conhecer, eles se abraçaram de uma forma muito amistosa a meu ver. Depois me contem!

O parto foi normal e Sophia, após ser colocada no quarto, apagou. Malu só se juntaria a nós mais tarde para amamentar. E foi lindo, a cena mais linda que vi na vida. Minha Sophia amamentando a minha Malu. Estávamos nós três ali após eu ter feito a minha filha arrotar. Ponto pra mim! Me senti o cara! As visitas já haviam ido embora e agora éramos nós dois cuidando do nosso serzinho, nosso pacotinho.

- Ai, eu acho que vou explodir! - disse Sophia olhando encantada pro nosso projetinho.

- Somos imbatíveis juntos. Olha o que fizemos? - eu disse sério e ela riu.

- O nosso melhor projeto, sem dúvidas!

- O primeiro de muitos. - ela me olhou assustada.

- Pensa que o meu útero é uma fábrica de mini Stewart?

- Quem sabe mais uns dois?

Sophia fingia assustada mas no fundo eu sabia que ela, assim como eu, queria e muito viver essa experiência novamente. Sem dúvida nenhuma, hoje, nós dois éramos o casal mais feliz desse mundo.

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