Por mais que o Henrique tenha mantido as coisas em ordem na minha ausência, eu tinha muito o que fazer nesse meu retorno à empresa. Estava tão concentrada que nem vi quando meu irmão bateu uma foto minha da porta da sala. Sorri e sacudi a cabeça.
- Estragou a foto, querido!
- Sempre linda, ainda mais assim distraída. - ele entrou e veio me abraçar. - que saudade de você, bebê! - disse me apertando.
- Hum, muito bom começar o dia com esse carinho todo.
- Como você ta? E a sua amiga?
- Eu cansada e ela sobrevivendo. E você?
- Trabalhando, caçando... A vida de sempre. Mas vim aqui te fazer um convite.
- Hum, adoro! Qual boate vamos falir?
- Na verdade é um pequeno jantar lá em casa. Só família mesmo e o seu namoradinho. - disse divertido e um frio na espinha me tomou conta.
- Família significa que...
- Sim. Ele vai. Ta na hora de vocês dois pararem de graça, Sophia.
- Eu com graça, Arthur? O papai que virou a cara pra mim e pro Henrique do nada. E quer saber? Quando ele souber que nós iremos, ele não vai colocar os pés lá.
- Deixa isso comigo.
- Depois, não to afim de outro barraco. Já basta ontem.
- Ontem?
- A Einstein da sua priminha que tentou armar pra cima de mim e do Henrique. Mas como uma formiguinha de açúcar tem mais inteligência que ela, o plano não deu certo.
- Aquela ali não desiste de te infernizar, não é? - disse rindo.
- Aliás, aqui e no prédio do Henrique a entrada dela já foi proibida. Espero não ter o desprazer de encontrá-la no seu jantar.
- Não, já pedi pra mamãe e pra Ângela não comentarem nada.
- Então estaremos lá.
- Hoje a noite. Agora preciso ir porque tenho que encontrar pessoas distraídas por aí que me proporcionem lindas imagens.
- Você é o meu artista!
- Te amo! Se cuida. - disse me abraçando
- Também amo você!
Ao final do expediente entrei na sala do meu querido sócio afim de dar-lhe um beijo e seguir pra casa. Ainda não havia colocado meus pés no meu apartamento desde que retornei e se não fosse a minha diarista que tomou conta de tudo pra mim, provavelmente as coisas teriam virado um caos.
Henrique aparentava estar ainda mais cansado que eu, considerando a noite... agitada que tivemos juntos.- Você fica lindo distraído. - disse me aproximando de sua mesa sorrindo. Ele nem se surpreendeu de tão cansado.
- Como é bom ver você de novo. - disse imediatamente se levantando e se atirando em meu colo. Afundou a cabeça em meu pescoço e ronronou abafado. - senti tanta falta do seu perfume que quase invadi seu apartamento em busca dos seus cremes deliciosos. - beijou meu pescoço e logo me acendi.
- Vim me despedir de você. - ele fechou a cara me olhando fazendo uma careta linda. - tenho que ir pra casa. Daqui a pouco os sem teto invadem.
- Não tem graça, Sophia! - disse cansado me enchendo de selinhos. Me deixei levar desligando meu cérebro. Henrique exercia esse poder sobre mim. - fica comigo! Vamos pro meu apartamento, eu cuido de você todinha, cozinho, dou banho, ponho pra dormir mas não me deixa sozinho hoje.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Sociedade
RomanceSophia Robbins passou os dez últimos anos em Madrid se preparando pra assumir o lugar do seu pai nos negócios da família. Na memória de Henrique, sócio e amigo do seu pai, Sophia era aquela menina inocente que chorava sempre que ele a chamava de bra...