Flashes e mais flashes em cima de mim e do Henrique. Cá estava eu no badaladissimo "Encontro dos Empresários do Vale do Silício". Olhei para o lado e o sorriso do meu sócio iluminava mais que as luzrs dos fotógrafos. Ele mantinha a mão na minha cintura para as fotos e eu sorria tentando esconder o meu incômodo com aquilo.
- Sophia, Sophia! - berrou um repórter. - como está sendo a experiência de ser a Ceo mais jovem dos Estados Unidos?
- Está sendo muito gratificante, tenho aprendido bastante. - tentei desviar mas outro repórter quase enfiou o microfone na minha cara.
- Estão dizendo que o seu modelo de gestão é bastante agressivo. Como o seu sócio tem lidado com isso, uma vez que ele tem um perfil mais tradicional e relacional?
- Pergunte pra ele. - Henrique riu ao ver a cara do jornalista.
- Sr. Stewart?
- Tem sido desafiador trabalhar com a Sophia, mas temos conseguido êxito sob a sua gestão. Estamos todos sob o poder de seus scarpins vermelhos.
Sei... Ele me puxou e entramos.
- Desafiador? - perguntei sorrindo.
- Você sempre foi o meu melhor desafio. - ele sorriu e eu tirei sua mao da minha cintura. Não éramos um casal!
Eu odiava essas festas! Muita falsidade e um único objetivo: se dar bem. Henrique parecia em casa, impressionante. A cada frase de efeito eu me controlava para não revirar os olhos e não pegar mais uma bebida. O excesso de álcool não era uma boa por aqui.
- Sophia, você cresceu! - disse um senhor, provavelmente conhecido do meu pai. - Não se lembra de mim, não é? Sou Will Callaghan, da Callaghan Transportes. Sou amigo do Paul.
- Realmente não me lembro, desculpa. Como vai, Will?
- Muito bem. E como estão o Paul e a Claire?
- Curtindo a vida pelo mundo.
- Merecidamente! Mande um abraço meu e de Inês.
E assim foi por uma boa parte da noite, todos me cumprimentando e mandando lembranças pro meu pai. Já Henrique precisou lidar com as piadinhas de estar sendo "comandado" por uma garota. Afffffff! Muito machismo! Ele se esquivou até bem das brincadeiras idiotas. Ponto pra ele. Também conseguimos firmar algumas parcerias, agendando cinco reuniões. Eu não podia negar que éramos uma boa dupla. Me recuso a acreditar que seja pelo motivo alegado anteriormente por Henrique, esse negócio de que eu encantava os caras e blá blá blá. Tenho ótimas técnicas enquanto uma caçadora de clientes.
Após alguns discursos sobre os avanços do mercado tecnológico e algumas premiações, foi servido o jantar e depois todos foram pra pista de dança. Com muita insistência, Henrique me convenceu de dançar duas músicas com ele. Aquele contato era muito pra mim. Meu psicológico ainda não estava preparado pra isso. Tentei me manter afastada o máximo que consegui do corpo dele mas ele insistia em me puxar mais.- Nem parece que sabe dançar...
- Do que você ta falando?
- Da pra passar um caminhão entre nós. Isso não é música eletrônica, Sophia!
- E você quer o que? Que eu me agarre em você?
- Seria ótimo mas não é o lugar mais adequado pra isso. Só se mantém um pouquinho mais perto porque o meu braço já está doendo de ficar tentando te alcançar.
- Não costumo dançar colada a ninguém.
- Não foi o que pareceu na festa do Arthur...
- Vai começar, Henrique?
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A Sociedade
RomanceSophia Robbins passou os dez últimos anos em Madrid se preparando pra assumir o lugar do seu pai nos negócios da família. Na memória de Henrique, sócio e amigo do seu pai, Sophia era aquela menina inocente que chorava sempre que ele a chamava de bra...