Nem só de trabalho vive a mulher 💃

337 24 0
                                    

- Você também não vai me contar nada do que aconteceu na minha festa, né? - Arthur, insistentemente, me sondava enquanto eu passava o café. Era Domingo e ele havia passado a noite em meu apartamento assistindo filme comigo. Também secamos uma garrafa de vinho.

- Você não vai desistir, né?

- Não mesmo! - disse enquanto eu o servia.

- Foi só um beijo, Arthur. Já conversamos e ta tudo bem.

- Só um beijo? Parecia que tinha passado um caminhão em cima do coitado.

- Coitado, Arthur? Sério isso? Você se esqueceu do que eu já passei nas mãos dele quando era mais nova?

- Você não conhece mesmo a história da rapoza e das uvas, né? O cara baba por você, sua sonsa! E, sinceramente, vocês fazem um puta de um casal. Inteligentes, bonitos, ricos e apaixonados. - riu enquanto eu atirava um pãozinho nele.

- Idiota!

- Sério, mana. Da uma chance pra vocês dois e esquece essa merda de vingança. - fiquei em silêncio encarando minha xícara de café. - ok. Aqui, o Bryan me convidou pra um passeio no barco dele hoje. Vai uma galera e ele disse que se eu aparecesse lá sem você nem chegaria perto do barco.

- Ah, não, Arthur... Sem clima pra isso hoje.

- Deixa de ser idosa, porra! Você entendeu a parte que se você não for eu não vou?

- Sem chance!

Três horas depois estava eu subindo no Clean Ocean, sendo auxiliada pelo próprio Bryan. O Arthur sempre, sempre conseguia tudo de mim. Não sabia resistir à insistência dele.
O barco era incrível, realmente. Me senti meio deslocada pois só conhecia o Arthur e o Bryan que não saía de perto de mim.

- Seus amigos devem ta sentindo sua falta. - tentei argumentar entre um champanhe e outro pra ver se ele desconfiava.

- Eles já são de casa, você é minha convidada especial.

- Lisonjeada... - quase revirei meus olhos.

- Você sumiu naquela noite, fiquei te esperando.

- Bryan, olha... Foi ótimo o nosso beijo, a dança, tudo mas...

- Não sou eu, é você. - ele riu irônico. - eu não desisto fácil, Sophia.

- Olha, eu realmente sinto muito mas não quero repetir.

- Uau, você é cruel, garota! Já sei, tem outro na jogada.

- Digamos que minha cabeça está voltada pra outras prioridades no momento.

- Entendi. Bom, espero que consiga te fazer mudar de ideia um dia.

- Sério que vai insistir?

- Na dosagem certa. Você não é mulher pra se desistir no primeiro não.

E assim seguimos regados à muito champanhe até o final da tarde quando Arthur me deixou em casa e seguiu pro ap dele com uma menina que conheceu no barco. De cara não gostei dela, muito enjoadinha pro meu irmão. Sim, eu sou muito ciumenta mesmo! Se for pra ficar agarrando os outros na minha frente, que seja minha amiga Betty que é maluca por ele.

Henrique

- Não, você não fez isso, Sam... - eu olhava incrédulo pra minha secretária nervosa com um contrato na mão. Eram seis da tarde e eu tinha até a meia noite pra enviá-lo pro investidor e precisava da assinatura da Sophia. Já deveria ter sido enviado há dias pela Sam que esqueceu de pegar a assinatura. E Sophia não assinava absolutamente nada sem ler com muita calma. Porra! - Vai na sala dela e resolva essa merda! E corra antes que ela saia.

A Sociedade Onde histórias criam vida. Descubra agora