Resistência💪

327 25 0
                                    

Muito difícil ter resistido àquelas palavras do Henrique. Ele simplesmente me despiu sem tocar em mim. Eu imaginava que ele seria bom de lábia, mas não dessa forma. Meu sócio sabia muito bem fazer mulheres se atirarem em cima dele.

Ao chegar em casa, acabei não resistindo e soltei minha imaginação na banheira, pensando em suas palavras e em seu olhar. O que tava acontecendo comigo? Foco, Sophia! Me cobrei ainda ofegante no meio da espuma. Saí, me enxuguei e vesti uma camisolinha azul bem fresquinha. Los Angeles estava um inferno de quente e eu não gostava de abusar muito do ar condicionado.

- Contrato enviado!

Quase pulei com o toque do celular. Desgraçado! Ele sabia que me mandando mensagem a essa hora eu voltaria a pensar nele até dormir. Dito e feito!

Cheguei cedo na empresa e fui direto pra minha sala com o meu café. Como não tinha nenhuma reunião agendada, pude me concentrar em ler e assinar alguns documentos importantes. Detestava essa parte burocrática de gestão! Eu era da ação, bolar estratégias, correr atrás de clientes, colocar a roda pra girar. Essa antipatia de papelada era mais a cara do Henrique. Henrique... Ele ainda não deu o ar da sua graça após o incidente na academia de dança. Deveria realmente estar muito ocupado.

Almocei sozinha, pois Betty disse que tinha coisas pra resolver no horário de almoço, Arthur durante a semana meio que sumia por conta do seu trabalho. Acabei me sentindo meio carente naquele restaurante cheio de pessoas sorridentes falando de negócios, filhos, carros e romances. Eu carente era um perigo!

Voltei pra empresa e Betty já se encontrava lá.

- Sophia, o Henrique pediu pra você ir na sala dele assim que chegasse.

- Ah, droga! O que será dessa vez?

Segui pra lá, um andar abaixo do meu. Ele ocupava o cargo de vice-presidente. Era assim desde o começo da sociedade com meu pai. Ao chegar notei que a sua secretaria não estava. Fiquei meio receiosa de entrar sem ser anunciada. Mas ele fazia isso comigo a toda hora. Bati, ouvi um "entre" com aquela voz firme e arrepiei, mordendo meu lábio inferior. Entrei e ele sorriu quanto seus olhos encontraram os meus.

- Sophia! Que bons ventos a trazem aqui na minha humilde sala?

- Deixa de ser palhaço, Henrique! Recebi seu recado pra vir aqui. O que você quer?

- Sente-se! - ele me olhava divertido. Tava armando qualquer coisa pra mim.

- Diga!

- Você sabe que o nosso trabalho vai muito além dessas paredes não é, Sophia.

- Hum... Prossiga!

- Haverá ocasiões em que precisaremos nos unir em busca do sucesso dessa empresa.

- Direto ao ponto, Henrique!

- Seu pai me ligou solicitando a nossa presença em um jantar com empresários do Vale do Silício. Ele soube pelo LinkedIn e me ligou perguntando se a R&S havia confirmado presença.

- Ok, acho que deva ir nos representando. Será interessante. - fui me levantando pra sair.

- Acho que você não entendeu. Nós dois iremos!

- Não há necessidade.

- Sophia, você pode ser muito boa à frente dos negócios mas dos bastidores desse mundo ainda precisa aprender muito. Sua bela e encantadora presença pode nos render bons frutos e a minha presença garantirá que nenhum velho babaca ou playboysinho ultrapasse os limites.

- Que machista, Henrique! To com nojo!

- Sophia, bem vinda a esse mundo! - ele se levantou e se aproximou de mim. Ai.meu.Deus! - é só sua presença Sophia, ninguém vai encostar em você. Sua beleza é hipnotizante e isso pode deixar as pessoas meio entorpecidas e vulneráveis. - ele estava perto demais. Me levantei mas não consegui ir muito longe. Ele me prendeu na sua mesa me fazendo sentar nela feito um gatinho amuado.

- Você não vai me usar pra fechar negócios, seu cafetão!

- Você usa sua beleza o tempo inteiro pra foder com a droga do meu juízo, Sophia. Não se faça de inocente que isso você não é! - disse sussurrando no meu ouvido. Meu Deus, tira esse homem de cima de mim. Não vou aguentar.

- Você ta confundindo as coisas. - resmunguei.

- Mesmo, Sophia? Você não precisa abrir a boca pra enlouquecer um homem. Mas aí você abre ela com sua arrogância e fica ainda mais sedutora. - e ele pega na minha cintura. Resiste, Sophia, resiste!

- Me larga, Henrique! Eu vou nessa droga desse jantar mas não vou seduzir ninguém.

- Ninguém além de mim... - disse dando um beijo leve no meu pescoço. O cheiro dele, o calor, Dios...

- Não tenho culpa se você é um fraco! - ele se afastou e se sentou novamente em sua cadeira.

- Você tinha que estragar tudo! - disse passando a mão nos cabelos e no rosto. Ele estava vermelho.

- Não é você que gosta de ficar lendo as pessoas? Eu também sei jogar esse jogo, Henrique!

Me levantei tremendo da mesa e saí dali nervosa e completamente desestabilizada.

Henrique

Puta merda! Foi por pouco dessa vez. Não sei se começasse um beijo ali na minha mesa, se conseguiria parar. Ela queria tanto quanto eu. Estava paralizada e não era de medo. Sophia, Sophia, Sophia! Você vai me destruir, menina...

O resto do dia foi tocado com a barriga, ela sugou meu cérebro e o perfume dela tava ali, zanzando pela minha sala, feito um fantasma. Não sei quem vai perder a cabeça primeiro mas esse jantar testaria o foco e a força de nós dois.

A Sociedade Onde histórias criam vida. Descubra agora