Henrique
Eu ainda estava meio aéreo com a notícia de que eu seria pai. Pai de um filho da Sophia, o amor da minha vida. Sempre que eu ia dizer que a amava, sentia um medo dentro de mim, pois pra mim um "eu te amo" era a frase mais importante dita a alguém. Eu nunca disse isso a ela da boca pra fora, por dizer. E agora tinha mais um serzinho que ouviria isso de mim pra sempre. Olhei Sophia apagada no meu colo enquanto eu assistia ao noticiário. Joguei um cobertor nela e involuntariamente minha mão foi pra sua barriga.
- É, bebê, esse mundo ta maluco... Só guerra, confusão, gente ruim. O papai espera que sua geração conserte isso. Será o que você vai ser quando crescer, hein? Se você for um carinha, talvez siga os meus passos e da sua mãe. Ou vai ser um médico que vai salvar vidas como o seu avô, pai do papai. Mas se for uma princesinha também pode fazer tudo isso. Só to ferrado se for tão linda e geniosa feito a mamãe. Aí eu vou ter muita dor de cabeça com você, mas também muito orgulho. Ela é demais, né? É... Eu sei. É a mãe mais gata do mundo. Ela ama muito você também e vai ser uma ótima mãe. Vai surtar de vez em quando com nós dois mais vai ficar tudo bem.
- Eu também amo muito vocês! - resmungou ela se ajeitando nos meus braços me fazendo abrir um sorriso enorme.
Liguei para os meus pais que estavam no Brasil, terra da minha mãe, para contar a novidade. Eles já sabiam da Sophia e sempre gostaram muito dela. Minha mãe e minha irmã Beatriz então a idolatravam. Prometeram vir para o nosso casamento que ainda nem tinha uma data definida. Marcamos um almoço com Claire, Ângela e Arthur para contarmos as novidades e foi uma gritaria e choradeira no restaurante. A esta altura o meu sogro também já deveria estar a par das notícias, mas ainda não se manifestou. Com ele ou sem ele em nossas vidas a Sophia e o meu bebê seriam felizes, isso era um compromisso meu.
Acordei com minha mulher se acabando de vomitar no banheiro. Agora todas as manhãs eram assim. Ela estava com um mês de gravidez e marcamos a primeira consulta pro final desta semana.
- Oh, meu Deus... - disse me abaixando junto a ela segurando o seu cabelo e fazendo carinho em suas costas. - não tem nada que eu possa fazer, amor?
- Infelizmente não. Nem remédio pra isso tem. Quer dizer, tem mas não é recomendável. Não sei se eu vou aguentar.
- Claro que vai, meu amor! Você é forte, saudável e é a minha heroína linda. Claro que vai conseguir. E eu to aqui pra te encher de mimo e comida. - ela riu em meio às lágrimas que ainda caíam. Na verdade, Sophia havia virado uma bomba nesse último mês. Dizem que são os hormônios e eu teria que ter paciência. Pra compensar tudo isso, o apetite sexual dela também estava incrível e suas curvas acentuadas. Obviamente eu estava aproveitando isso tudo que era só meu.
- Vamos tomar um café porque eu ainda tenho uma empresa pra tomar conta, não é bebê? Você vai deixar a mamãe comer direitinho e depois trabalhar senão o papai vai precisar fazer hora extra pra pagar as suas roupinhas sozinho.
Eu babava quando a escutava conversando com o nosso bebê e já estava ansioso pra saber se seria menino ou menina. Eu sei que isso é bobagem mas já queria escolher o nome, as roupas, tudo! Enquanto Sophia atacava um sanduíche e seu suco e falava sobre a reunião de hoje eu a admirava feito o idiota apaixonado que eu era. Ela tava tão mais linda grávida, se é que isso era possível. Os olhos estavam mais brilhantes, assim como os cabelos e a pele mais linda ainda. Se isso tudo que nós estamos vivendo juntos for um sonho, eu não quero acordar.
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A Sociedade
Roman d'amourSophia Robbins passou os dez últimos anos em Madrid se preparando pra assumir o lugar do seu pai nos negócios da família. Na memória de Henrique, sócio e amigo do seu pai, Sophia era aquela menina inocente que chorava sempre que ele a chamava de bra...