O seu bom-humor naquela ensolarada manhã de sábado não era exclusivamente resultado de como terminara a noite anterior. Havia ido parar na banheira da suíte do padrinho do casamento sem levantar suspeitas e habilidosamente deixara-o para trás algumas horas depois, voltando para seu quarto e garantindo não passar dos limites. Tomar café da manhã em hotéis lhe deixava de bom-humor, adorava o conceito de um buffet livre de doces e salgados deliciosos. Não sabia explicar, era agradável. Gostava de observar a logística e a dinâmica do hotel, tomando notas mentais por pura curiosidade. Era interessante ser responsável pelo bem-estar alheio por alguns dias, era o que hotéis faziam. E um belo buffet de café da manhã era parte essencial da satisfação do cliente, sem dúvidas.
Encostou-se para trás, em sua poltrona na mesa onde dividia com Jongin e Krystal. Eventualmente, seu olhar vagava pela entrada do salão, na expectativa de um certo alguém. Era incrível como essa expectativa havia se tornado frequente em sua vida, aquele frio na barriga que o fazia sorrir de canto, uma sensação que não sentia desde a adolescência. Não imaginava que ainda poderia ter sentimentos tão intensos, afinal, os últimos anos de sua vida não haviam facilitado para que ele tivesse alguma expectativa. E agora corava e sentia sua barriga arder como se tivesse quinze anos novamente. Gostaria de continuar se sentindo assim por muito tempo.
- Chegou tarde no quarto e levantou mais cedo que eu... Com esse sorriso no rosto, eu diria que algo interessante aconteceu depois do ensaio – Krystal comentou, levando o garfo com um pedaço de morango cortado até a boca. – Ninguém dorme tão pouco e acorda com tanto bom-humor – Chanyeol lhe encarou, mantendo o sorriso de canto, e deu um gole na xícara de café que segurava.
- Você acha?
- Eu tenho certeza.
O diálogo, que era acompanhado por um Jongin curioso, fora interrompido. O copo de uísque havia sido largado em um dos lugares vagos da mesa, e Sehun entrara em cena, sentando displicente em uma das poltronas.
- Uísque a essa hora? – Jongin murmurou, fazendo uma careta.
- O bar já abriu, o que significa que já é hora de beber – Sehun explicou, distraído. – Estou só começando. Absolutamente tudo me entedia em eventos sociais formais como um casamento. Preciso de estímulo.
- Está em um resort, o que não falta é estímulo. A praia está logo ali. Quero me mudar para cá – Chanyeol respondeu, espreguiçando-se. – Vir para a praia só me fez perceber o quão estressante e sufocante é a cidade grande. Quer dizer, olhe pelas janelas. O horizonte não tem fim. A natureza é milhões de vezes melhor do que a cidade.
As grandes janelas de vidro do salão exibiam o oceano atlântico ao longe, com o sol já em pé iluminando o azul da água.
- Já sinto falta do caos, nasci no meio dele. Faz parte do meu ser. Praia só durante as férias, morar em uma me enlouqueceria – Sehun rebateu. – É muito calmo. Eu odeio silêncio. – Deu um gole no uísque, fazendo as pedras de gelo se chocarem.
- Também nasci na cidade, como todos nós. Mas estou cansado. Do caos, digo. Das pessoas cuidando da vida das outras, da falta de espaço e privacidade. É assim que me sinto vivendo em metrópoles.
Ninguém o respondeu, porque não havia muito o que responder. Depois do escândalo, que ainda era muito recente e delicado, todos pisavam em ovos quando se tratava de algo que se relacionasse minimamente com o que havia acontecido. E sem falar que Chanyeol tinha muitas responsabilidades na empresa e não poderia se dar o luxo de realizar aquele desejo de se afastar do caos. Não havia o que comentar a respeito daquilo. Era o seu dever ficar na cidade e administrar a empresa, por mais que já estivesse cansado de tudo aquilo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Melhor de 3
FanfictionNoah Byun é um coreano-americano recém formado em Administração na Universidade de Nova York. Ao descobrir que o CEO da empresa coreana de acessórios íntimos Pleasure Factory está à procura de um assistente, não pensa duas vezes em ir atrás dessa va...