White Anxiety

1.5K 138 88
                                    

O som alto e repentino do alarme fez Noah se sobressaltar, o coração acelerando dentro do peito. Depois do susto e das batidas do coração normalizarem, notou que havia algo diferente do usual. Algo que, na verdade, o pegou de surpresa, porque nunca havia acontecido antes. Era até engraçado, se não estivesse completamente mal-humorado ao perceber como seria o seu dia.

- Já? – resmungou, a voz grogue e emburrada. Sentiu seu bumbum ser liberto de um peso incomum por um instante, um breve instante. A seguir, o peso voltou para o mesmo lugar. Olhou para baixo, estava deitado de bruços e perpendicularmente no colchão. Como havia chegado naquela posição? Não fazia ideia. O que importava era que Chanyeol estava literalmente usando seu traseiro nu de travesseiro e não sabia se ria, se se excitava ou se ficava mal-humorado pelo despertador interromper aquilo tudo. A bochecha do mais velho estava apoiada em uma das bandas, enquanto uma das mãos descansava em sua coxa, logo abaixo do bumbum. A outra estava apoiada logo ao lado de seu rosto, também em cima do volume avantajado.

Chanyeol não parecia querer se mover.

Noah o observou voltar para o seu estado sonolento, fingindo que o despertador não havia tocado. E então sentiu-o apertar carinhosamente sua coxa, logo depois virando o rosto até encostar os lábios na pele macia e lhe dar um beijinho quente e carinhoso, muito diferente do que havia feito na noite anterior. Não conseguia decidir qual dos dois tipos mais gostava.

- Me desculpe – Chanyeol murmurou, os lábios ainda contra seu bumbum, roçando a pele e fazendo Noah se arrepiar todo. – Droga. – O resmungo foi seguido de seu braço arrastando-se por cima das pernas de Noah e o envolvendo melhor. – Não quero sair daqui.

- Então não saia – Noah murmurou de volta, imóvel para que o movimento de seu corpo não fizesse Chanyeol se sentir desconfortável. O deixaria ali para sempre se pudesse. Mas sua imobilidade não foi o suficiente para manter Chanyeol ali. O mais velho resmungou um som incompreensível e levantou o rosto, encarando finalmente o traseiro de Noah.

- Como viemos parar nessa situação? – perguntou, franzindo o cenho. O ambiente ainda estava muito escuro porque o sol provavelmente ainda não havia nascido.

- Não lembro direito. Acho que eu ofereci e você aceitou. – Noah explicou, forçando o cérebro a lembrar. É aquele tipo de momento durante o sono no qual você faz coisas e não está totalmente consciente de suas ações.

- Não deveria ter aceitado – Chanyeol fez uma careta, deixando Noah confuso. O encarou e abriu um sorriso. – Agora vai ser difícil sair daqui.

- Tenho meus artifícios, senhor Park, se ainda não percebeu. Consigo tudo o que quero. - A constatação ousada arrancou uma risada baixa do mais velho, que inclinou o rosto e lhe deu mais um beijo na carne macia. – Gosta mesmo da minha bunda.

- Eu sou apaixonado pela sua bunda, Byun – Chanyeol confessou sem tirar os olhos dela, a admirando através da escuridão parcial. – É inumana.

- Fico lisonjeado. Gostaria que você tivesse visto ela durante minha entrevista de emprego. Teria nos poupado algumas inconveniências.

- Não seja bobo. Ela só é extraordinária porque está no seu corpo. Não teria graça nenhuma se fosse em qualquer outra pessoa.

- Você está realmente querendo que eu lhe mantenha em cativeiro por dias, não está? Vem aqui. – Chanyeol ergueu os olhos ao ouvir o chamado em coreano. Moveu-se na cama de forma a se aproximar do tronco de Noah, que ainda estava deitado de bruços, o rosto grudado no colchão. Chanyeol, surpreendentemente ousado, empurrou o tronco de Noah com delicadeza para que ele se deitasse de costas, de barriga para cima, usando a mão que ainda estava com o curativo. – Olha o que vai fazer comigo, senhor Park. – Sem tirar os olhos de seu rosto mal iluminado, pegou a mão machucada com suas próprias e levou os dedos grandes até seus lábios, beijando a ponta dos dedos devagar. Chanyeol seguiu seus movimentos e tomou o controle da situação, acariciando a carne macia dos lábios do mais novo, que fechou os olhos satisfeito.

Melhor de 3Onde histórias criam vida. Descubra agora