A tarde em São Paulo está mais agradável, o vento circula com mais facilidade em todas as direções, fazendo dançar a saia do meu vestido rosa. Ao comunicar a mamãe sobre o convite da filha mais nova dos Brás, ela ficou imensamente feliz e rapidamente começou a escolher minhas vestes, nem mesmo se importou que Lúcia e eu fomos as convidadas diretas. Para mim fora uma grande surpresa nós duas sermos as principais convidadas, não é costume ao qual estou habituada, Lúcia também ficou igualmente surpresa, ainda estou desconfiada sobre o real motivo para tudo isso e não ouso contar para ninguém. Pelo pouco do meu conhecimento, o convite deveria ser da mãe Aurélio e Bento, não da irmã. Ergo meu olhar mais uma vez, mamãe caminha a nossa frente na direção da sacada do palacete da família, eu e Lúcia caminhamos a dois passos atrás.- Estou feliz que também foi convidada. - sussurro para Lúcia, tivemos pouco tempo para um conversa íntima, depois de o comunicado chegar a mamãe, me tomou para os preparativos, como se tivéssemos indo para outro evento e não apenas uma visita a uma família conhecida, - seria difícil convencê-la a me acompanhar e não posso mentir, não gosto nem um pouco em está nessa posição. Tenho a sensação que mamãe está me expondo mais que o necessário e sendo uma ação diferente e imprevisível, isso é bastante ruim.
- Fora muito atencioso da parte da jovem Nora em estender o convite, de fato, principalmente quando não conhece-me. - Lúcia afirma, também sussurrando. Uma empregada abre a porta quando mamãe se aproxima, como se estivesse à espreita esperando por ela por bastante tempo, olho para a mulher reconhecendo pela postura ser a governanta da família.
- Também não sou a pessoa mais conhecida, mamãe sim conhece a todos. - afirmo em minha defesa, Lúcia sorri e para de olhar para mim, levando seu olhar para a porta aberta. Afasto-me dela e começo a retirar meu pequeno chapéu, seguido das luvas e ela faz o mesmo, - mas sejamos sinceras, o que está achando de tudo isso? Quero a sua opinião sincera e dura, seja ela qual for. - dada as circunstâncias sei que Lúcia vê o mesmo que eu, apenas não tenho coragem para falar tão abertamente sobre isso, na verdade quero manter distância de qualquer coisa.
- Minha opinião continua a mesma, - Lúcia sussurra, paro de encarar a governanta e mamãe e olho para ela, sabendo o real significado de suas palavras, - d. Isabel está muito empolgada com apenas uma visita, sobretudo por não fazer você fazer muitas na fazenda ou receber alguém, nem importou em ser convidada e ela não gosta de mim. Sua mãe, Chica, está com muitos planos e começo a chegar à conclusão que nossa viagem para São Paulo não fora apenas para um passeio simples ou passar o inverno nessas bandas. A minha opinião não mudou nesse espaço, acredito também que faz essa pergunta não por não saber a resposta, mas por medo de escutar tais palavras saírem dos seus lábios. - abaixo meu olhar, encarando os níveis dos degraus.
- Deveria saber menos sobre mim. - afirmo quando volto a ergue os olhos, - obrigada.
A governanta da família fora muito amável e em pouco tempo estava entrando no grande palacete, por ser a residência oficial e a quantidade de filhos, a mansão é maior que a de papai e muito mais clara. Para minha surpresa não seríamos recepcionadas na sala da família e sim numa área mais próxima da jardinagem, tendo uma estrutura circular e de teto de vidros, o espaço fazia uma linda ligação com o jardim em frente às grandes janelas, como se os ambientes externos e internos fossem um só. Meus olhos primeiro encontram o teto em vidro, deixando entrar com bastante intensidade a luz do sol, iluminando não apenas essa ambiente como toda a casa, depois segui observando ao redor: algumas plantas tropicais ornam os cantos e também os sofás em tons brancos e azuis.
- Senhora Isabel. - no mesmo momento que escuto a saúda, volto a olhar para o rosto desconhecido, a mulher de vestido azul marinho abraça mamãe com muito afeto, depois se afasta ainda com um sorriso no rosto e se aproxima de mim e Lúcia, - senhorita Francisca, senhorita Lúcia. - sorriu e em pouco tempo a senhora de sorriso fácil me abraça, em seguida faz o mesmo com Lúcia.
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Amor entre Conveniência
Historical FictionBrasil, 1892. Francisca Lopes de Castro, filha de um grande produtor de café paulista, acredita fielmente que morrerá solteira. Tendo em vista que, todas as moças da região são casadas, a reclusão na fazenda também reafirma seu argumento, no entanto...