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Eve Angel━━━━━ • ஜ • ❈ • ஜ • ━━━━━

Mais tarde

Parece que fazem dias que estou aqui, presa dentro dessa gruta cavernosa, a fenda úmida e não agradável acabou me irritando e por isso, decidi sair. Ann que viesse atrás de mim, ela mesma disse que era uma ótima farejadora.

- Ai! - resmungo ao acertar um mosquito, que insistia em me picar. Sinto-me mais fraca que o normal, preciso de um banho urgentemente, nem ao menos posso pentear meus cabelos, a loira disse que iria tentar trazer algumas trouxas de roupa e até mesmo utensílios de beleza e até agora, nada.

Um barulho de água capta minha atenção e atiça minha curiosidade, queria descobrir para onde o barulho me levaria, escorria rapidamente pelas paredes rochosas da caverna, olho para dentro do lugar escuro, arrepiei apenas ao lembrar de como poderia ser estranho estar lá dentro, entretanto, a minha curiosidade é maior, não iria aguentar olhar o caminho d'água e não segui-lo. Então, decido entrar e seguir o que quer que esteja por lá.

- Um lago secreto? - pergunto, ao notar um lago com água cristalina. De quem será? Claro que é para mim, apenas eu vivo nessa caverna e não poderia esquecer de uma raposa vermelha que me visitava.
Olho em volta, certificando-me que não haja alguém, tolice! Como eu mesma disse, não há ninguém aqui além de mim, dispo-me, entregando meu corpo a água eletrizante.

Péssima ideia, a água está muito gelada, meus dentes rangem contra o queixo várias vezes, má ideia dupla, entrar na água sem vestimenta. Pensando bem, nem tão mal assim, se eu entrasse na água vestida, não teria roupas secas mais tarde e essa caverna que estou é muito fria e sem entrada solar. Fujo rapidamente da água, a adrenalina intensifica-se, meu corpo pedia para permanecer quente.

- Merda de ideia! - praguejo, com os lábios trêmulos, visto-me e sento no chão.

- EVE!? - um grito ecoa por toda caverna, levanto em um salto, indo de encontro a ele. Vejo Ann, em forma de lobo, ela também me vê, rosnando em seguida.

- Você demorou. - digo, séria.

O rosto lupino de Ann parecia confuso, suas orelhas estavam arqueadas para trás, enquanto ela me encarava intensamente, quero saber o que se passa na cabeça dela.

- Você consegue me entender? - ela perguntou, aproximando-se, sorrateiramente, arrepio-me por inteiro.

- Sim? - pergunto, retoricamente. Eu não entendia, eu conseguia muito bem entendê-la, isso era errado? Nem todos os humanos podiam?

Ela grunhiu, voltando a forma humana, viro meu rosto. Ann deve adorar ficar nua na minha frente, não é possível!

- Isso é impossível! Uma humana comum como você ... - ela para, analisando sua fala, reviro meus olhos - Digo, apenas seres sobrenaturais podem nos entender. Você é apenas uma humana, Eve Angel.

Arrepio novamente, Ann nunca havia me chamado pelo meu nome completo.

- Vamos comigo, Eve... - tentou me puxar pelo braço, neguei, me afastando.

- E se eu não quiser ir? - contesto, ficando chateada.

- Você gosta do Klau? - sua voz estava trêmula, faço careta, por que ela estava me perguntando isso? Por que sinto que Ann anda me escondendo algo?

- O que? - elevo a voz - Está brincando, né? Desculpe-me, eu não gosto nem um pouco daquele animal, sem querer ofendê-la.

Ela sacode os ombros, rindo em seguida, parecia aliviada.

- Seria uma ofensa caso você mentisse para mim, sei que não gosta dele, muito menos de Kdu e Kayo. Você parece nos odiar...

- Ei! - exclamo - Não odeio a todos ...

Ela me encara, com a sobrancelha arqueada, minhas bochechas esquentam por ter sido pega no flagra.

- Talvez eu odeie. - admito, era verdade - Menos você, eu gosto muito de você, Ann. Você esteve comigo esse tempo todo e me ajudou em diversas coisas, inclusive na solidão...

- Eu também gosto muito de você, humana. Eu trouxe algumas coisas para você - ela se afasta, olhando para trás em seguida - Vem!

Sigo-a, ela para de andar, fazendo-me trombar contra seu corpo, resmungo.

- Beba. - ela me estende uma taça, com um líquido roxo dentro, reviro meus olhos ao notar do que se tratava.

- De novo? Isso tem um péssimo gosto - reclamo, lembro de quando ela me levou para a gruta, também havia me dado um gole dessa mesma bebida.

- Apenas beba, Eve. É para o seu bem. - sua voz melindrosa me deixava ansiosa, e aqueles seus olhos brilhavam em tons azuis e amarelos, o que piorava a situação. Eu tinha certeza que ela me escondia algo.

Balanço a cabeça negativamente, tomo a taça de suas mãos e começo a ingerir o líquido pastoso e com um péssimo gosto, tremi ao sentir calafrios.

- Para que serve? - perguntei, devolvendo a taça.

- Para sua proteção, assim ninguém poderá te farejar aqui. - diz entre os dentes.

Assinto, de repente, uma onda de cansaço me atinge, coço meus olhos, bocejando em seguida.

- Está com sono? - a voz mansa de Ann me deixava ainda mais sonolenta.

- Um pouco. - afirmo, torcendo os lábios.

- Então durma. - ela sugeriu, em um sussurro.

Ann estava esquisita, o que poderia está acontecendo com ela? Seus olhos continham algo a mais, como se estivessem em constante alerta, ela olhava para todos os lados, como se estivesse procurando por algo.

- Você está bem? - decido perguntar, tocando em seu ombro, ela estava gelada e suando. - Você não está bem, me conte o que aconteceu...

- Não é nada! - é rude ao dizer, suspirando em seguida ela continua - Durma, Eve, eu ficarei aqui até você dormir.

Respiro fundo, acho que ela não me contará, essa loira consegue ser mais cabeça dura que eu quando quer.

- Está bem! - me rendo, ela me ajuda a montar uma pequena ... tenda? Como ela conseguiu trazer isso para cá? Meu cansaço era tanto, que eu mal conseguia perguntá-la, apenas deitei meu corpo sobre os lençóis grossos e adormeci.

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Frio, sombrio e analítico.

Era assim que os trigêmeos o enxergavam. Embora sempre sofressem em suas garras, tinham um grande respeito e admiração pelo mais velho, oras, o que esperar? Tinham laços de sangue com o mesmo.

- Encontrem a humana, quero ela aqui! - ele ordena, sem olhá-los, estava inquieto demais,

Seus irmãos continuam olhando para ele, irritando o mesmo: - Vão! - ele grita.

Estava parado em frente a grande janela, ele olhava para as pradarias em direção as montanhas, onde em algum lugar, ele sentia os batimentos cardíacos de Ann e também, o da humana. Sabia que An-nastacia estava metida nisso, ela sempre causou problemas. Faria a mesma pagar caro por isso e especialmente, por usar o Líquido de Lux.

Porém, ele sentia algo além dos batimentos cardíacos daquelas que em breve sofreriam em suas mãos, ele também sentia seu próprio coração em um ritmo acelerado, algo que jamais havia sentido. Sua pele estava quente e seus lábios secos, Ann escondia algo além da humana e ele mesmo iria descobrir.

- Você pagará por isso, An-nastacia!

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A Humana • Em Revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora