A Humana • Em Revisão

d e z o i t o |

Eve Angel━━━━━ • ஜ • ❈ • ஜ • ━━━━━

TRES MESES DEPOIS

- O que pensa que está fazendo?

Sou pega em flagrante, fora do aposento que me ordenaram ficar, olho para trás, sorrindo entre os dentes ao vê-lo cruzar os braços.

- Vim ao seu encontro, senti sua falta ... - me aproximo desesperada, com medo dele perceber que estou mentindo.

- Não minta. - ele fala chegando perto demais.

Reviro meus olhos, estressada.

- Aquele quarto fede. Eu preferia voltar ao lugar que estava antes. - bufo ao cruzar meus braços, seus olhos analíticos e extremamente verdes me analisavam com calma. Meu rosto esquenta ao vê-los descerem por todo o meu corpo, coço a garganta, constrangida com o ato dele.

- Gostou tanto assim do harém? - perguntou, rindo - Posso levá-la até lá ou, até mesmo, dar-te o que te faz sentir falta naquele lugar...

Aproxima-se, me fazendo recuar, empurro seu peito.

- Nem ouse, não sou uma impura, fiquei naquele lugar porque Klau e sua trupe me sequestraram, eu estava me referindo a gruta cavernosa.

Digo séria, voltando a revirar meus olhos.

- Sequestro? - indagou, curioso, olho em seus olhos, ele parecia está sendo sincero.

- Sim. Disseram-me que um certo Supremo - paro para lançar-lhe uma careta - gostaria de ter uma humana como prostituta...

- Uma verdade em meio termo, eu não gostaria de ter, talvez, agora eu queira. - diz, com a voz rouca, me engasgo com a saliva, de repente minha garganta ficou seca.

- Não irei servi-lo! - digo firme, batendo os pés contra o chão.

- Eu gosto da cor dos seus olhos - ele analisou, ao se aproximar -, são diferentes, como o céu sem estrelas, porém brilham mais que a lua.

Meus lábios torcem em uma careta, por que ele diz isso? Ele tinha uma mulher deveria ir atrás dela e a propósito, onde ela está?

Ele continuava me cercando e tocando em meu rosto, massageando suavemente minha bochecha, ruborizo, seus lábios estavam entre-abertos, ele parecia querer beijar-me, por isso o empurro.

- Benzinho?

A voz de Amaya fere meus ouvidos, afasto-me rapidamente, com vergonha de quase ter beijado um homem comprometido.

- Diga. - ele pede, ainda sem tirar os olhos dos meus. Amaya passa por mim, lançando-me um olhar de reprovação.

- Precisamos conversar. - de repente, sua voz engrossa, assustando-me.

Ele suspirou, parando de olhar para mim, voltando para ela, seus passos eram rápidos e suas mãos agressivas ao puxá-la para longe. Decido voltar a caminhar pelo jardim, observando as flores, pássaros e ...

- Raposa? - chamo sua atenção, a pequena raposa estava aqui, minha companheira de gruta.

Como sou estúpida! Não é como se a pequena raposa fosse me responder, isso é improvável. São animais irracionais, animais que não entendem o ser humano ... Olho para os lados afim de ver se ninguém me via, esses "humanos" também pareciam irracionais, não me entendem, são como a raposa. Percebo o animal com pelo alaranjado olhar para o céu, ela faz um barulho indecifrável e corre para a floresta, arrepio-me, parecia tão desesperada. Fito o céu repleto de nuvens densas e escuras, alguns pingos de chuva caem sobre mim, corro em direção ao palácio. Calafrios consomem meu corpo a cada trovão que indicava uma futura tempestade.

Impossível, não eram apenas gotas de chuva que caíam do céu, flocos de neve também, algo que eu nunca imaginei testemunhar, é incrível e assustador. Em instantes, a chuva é dispersa e apenas neve caía do céu, embranquecendo tudo ao redor. Protegida dentro do palácio, paro minha corrida, olhando mais uma vez para o céu, as nuvens escuras tomaram conta de tudo, enquanto clarões eram vistos em diversas cores pelo céu.

- Eles estão vindo - uma voz feminina soa temerosa, chamando minha atenção.

"Eles?" Penso, ela parecia assustada, como alguém igual ela poderia sentir medo de algo? Paro de pensar ao escutar um estrondoso trovão, ando com pressa em direção ao meu quarto. Tenho pavor de raios e trovões, eles me dão medo e me trazem lembranças ruins.

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