q u a t r o |

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Eve Angel━━━━━ • ஜ • ❈ • ஜ • ━━━━━


Cinco dias depois

Desacato! Como eles ousam?!

- Tire suas patas de mim! - ordeno, ao notar a presença de um velho descarado que insistia em me tocar.

- Quem essa humana pensa que é? - ele indagou, em um rosnado.

- Futuramente penso em ser sua pior inimiga, retorne a me tocar com essas mãos sujas e eu terei que arrancá-las - falo, em um toque falho tentando arrumar meus cabelos.

O homem teimava em tocá-los, eu detestava quando essas feras tocavam em meu cabelo.

- A humana é arisca, não toque-a Dom. Ela pertence ao nosso Supremo. - Klau fala, bem sério

Eu não havia notado a presença de Klau, ele é rápido, sorrateiro, eu diria. Não gosto da presença dele, me causa calafrios. E, principalmente, não entendo o que ele faz num lugar como esse, ele tem uma mulher.

- Não sou um objeto, não pertenço a ninguém. - sou áspera na fala, detesto quando eles me oferecem a alguém, como se eu não estivesse presente e como se eu fosse um simples objeto.

- Pertencerá. Vire-se, veja onde está, como está vestida, com quem está convivendo, desde o momento em que você entra em um prostíbulo, você passa a pertencer a alguém, és um objeto, humana. - Klau destilava ódio pelos lábios, engulo a seco, segurando a vontade de socá-lo.

"Que Zeus me proteja." penso. Não tenho o que dizer em resposta, estou cansada e, ele tem razão. Por culpa de uma brincadeira tosca, acabei sendo obrigada a servir em um bordel.

- Então, traga-me a Mírian. - o velho pede, suspirando. Antes de sair, lança-me um olhar porco, torço os lábios.

"Nojento!"

- Prepare-se, o Supremo irá chegar em breve.

Klau avisa e com isso se retira. Deixando-me atordoada. Só poderei ser tocada por ele? Aliás, quem é esse Supremo que todos falam? É uma espécie de Rei?

Eu não quero ninguém tocando no meu corpo, não me guardei por tanto tempo para entregar a minha pureza a alguém que mal conheço. Ele que ouse tentar fazer qualquer coisa sem o meu consentimento.

- Eve? - viro-me, podendo ver Ann. Ela sorrir, acenando.

- Sim? - não imaginava que ela soubesse meu nome, é estranho. Tanto tempo aqui, me acostumei com a "humana".

- Klau esteve por aqui? - perguntou, caminhando pelo local calmamente.

O que eu poderia responder? Sim? Não?

"A escolha é a verdade, temos que fazer o certo sempre." A frase que minha mãe sempre dizia, fez-se presente em minha mente.

- Esteve. Acabou de sair. - respondo, dando de ombros, sorrindo amargamente, se eu pudesse encrencá-lo com algo, eu faria.

- Sabe para onde ele foi? - volta a perguntar, seus olhos eram claros, muito claro, arrepio-me.

- Não, acho bem difícil aquela coisa me dizer algo além de "humana" e "ser desprezível". - bufo, notando em seguida que chamei Klau de aquela coisa na frente dela.

- Você é aforada. - diz, ao se aproximar, encolhi-me - Eu gosto disso.

Sorrir entre os dentes, me acolhendo em seus braços.

- Você é uma humana, mas, sinto uma energia muito forte vindo de você. Como se... Fosse uma de nós. - fala, vejo seus olhos brilharem.

Fico sem reação, passei tanto tempo aqui que agora pareço com eles? Afasto-me de seus braços, sorrindo amarelo.

- Não quero problemas, seu marido não irá gostar de te ver agarrada com uma humana. - digo, estralando meus dedos. Ela franziu o cenho, estalando a língua no céu da boca em seguida. Parecia confusa.

- Não se preocupe, eu sei o que faço. Ele não pode me proibir de tocá-la. - riu, me abraçando novamente - Agora, preciso procurá-lo, algumas fê... - me lançou um olhar apreensivo, continuando - ... mulheres daqui não são de confiança. Tome cuidado.

Por que Ann parecia ser tão legal? Sua áurea me passava confiança, gosto da presença dela. Não é ameaçadora e muito menos parece querer me matar a cada dois segundos. Talvez, quando eu fugir, leve-a daqui, junto comigo.

Não pretendo ficar por muito tempo, irei partir, e preciso ser rápida.

Não pretendo ficar por muito tempo, irei partir, e preciso ser rápida

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