d e z e s s e t e |

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Dias a frente

Pesporrência.

Mesmo possuindo uma vaidade e raciocínio superior aos demais, o Supremo parecia estar decepcionado, até mesmo quando recebia carícias de sua amada companheira.

Amaya parecia não ter inteligência o suficiente para notar o que acontecia ali, não era burra, apenas não tinha ciência de como os sentimentos licantropos poderiam ser, nasceu em um reino humano, sua mãe sempre escondera seu passado sombrio, mesmo em sua morte, onde poderia gritar aos sete ventos que era um ser sobrenatural, preferiu dizer que era uma humana bastarda.

- Benzinho. - a voz de Amaya soa calma, ao sorrir ela deposita um beijo molhado no torso dele. Ele sorrir, abraçando seu corpo de lado.

- Minha princesa.

Dizer isso era comum, ele realmente a tinha como uma princesa, ele amava-a muito e não iria desistir dela tão cedo, pouco importava a humana. Para ele, a mesma apenas poderia ser uma diversão sexual.

- Expulse-a? - pergunta ela, sonolenta.

- Quem? - perguntou ele, fingindo confusão.

- A humana cujo o nome é Eve...

Seu coração erra os saltos, ele grunhi, afastando-se bruscamente, não sabia o motivo, apenas ficou bastante irritado com o comentário. Seu lobo interior não permitia que falassem dela, a humana.

- Não insista Amaya, ela ficará aqui conosco. Ela pode servir-nos em algo, humanos são inteligentes...

- Servir-nos? Não sou boba, sei o que você está escondendo ... - aproxima-se sorrateiramente, como uma onça prestes a atacar sua presa.

- Sabe? - ele engole a seco, mantendo-se sério, não imaginava que sua amada fosse tão analítica e esperta para perceber o que acontecia.

- Sim, você pretende vendê-la! - responde, sorridente - Humanos são servos caros, ainda mais um humano como Eve.

- Humano como Eve? - ele repete sua fala, em um sussurro, curioso em saber o que ela queria dizer com aquilo.

Ela assente, ainda sorrindo responde: - A humana tem garra! Pouco parece uma comum, ela tem uma força própria, nunca vi alguém enfrentá-lo daquela maneira fugaz, ela é brava. Poderíamos vendê-la, ou trocá-la por informações, você sabe que os Vampiros estão chegando.

Ela tinha razão, a humana era valiosa demais, em anos nunca ninguém ousou desafiá-lo de tal maneira, apenas a família de Ann domava o pódio de primeiro e último lugar, entretando, a maioria foram mortas. Restando apenas uma, An-nastacia.

- Ela fica.

Sua última palavra foi dada, a humana ficará com ele, poderia ser valiosa demais para os outros e, então, por que ele iria deixar a mesma ir? Amaya apenas aceitou sua fala pelo simples fato de estar muito cansada, adormecendo nos braços do supremo. Ele suspira, afastando seu corpo do dela, caminhando até a porta em passos lentos, ele iria para outro lugar, onde geralmente ficava até o amanhecer.

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An-nastacia estava cansada, seu corpo doía, enquanto seus lábios tremiam, ela queria recuar, entretanto, não poderia. Era seu castigo, sua vida foi poupada graças a bravura da humana, o Supremo permitiu sua permanência apenas com um combinado;

- Mantenha-se afastada da humana. Não fale com ela e muito menos aproxime-se dela. Se for possível, fuja dela!

Enquanto a humana descansava em seus aposentos, Ann sofria um opróbrio; um ato de desonra pública, suas mãos e pernas estavam amarradas, enquanto sua boca era amordaçada, ela encarou o chão, enquanto seu corpo era arrastado bruscamente por uma corda apertada em diversos nós.

- Parem. - o Supremo ordena, todos param ao mesmo tempo. Esperando de prontidão, sua próxima ordem - Deixe-a, An-nastacia está livre, não precisará mais passar por isso, seu castigo está completo.

Klau rapidamente alcançou sua amada, abraçando seu corpo e em seguida desamarrando seus braços e pernas, beijando seus lábios calmamente. Ann não havia gostado, estava furiosa com o mesmo e sua maneira insuportável de sempre aceitar tudo que ele ordenava. Calada ela foi abatida e calada ela ergueu-se, fugindo em direção a grande mata. Klau tentou segui-la, mas é impedido.

- Deixe-a, ela deve ficar sozinha. - o Supremo ordena, com o olhar sereno.

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- Ela não merece isso! - Ann exclamou, ao chutar uma pedra para longe. Não gostava do que Eve Angel estava passando, tinha um forte sentimento de proteção, ela queria proteger a humana mas agora não podia. Estava proibida.

Sentada sobre um tronco de árvore, ela chorou, chorou como um filhote recém nascido, nunca imaginou ter tantas lágrimas presas em seus olhos.

- An-nastacia?

Uma voz conhecida fez-se presente, chamando a atenção da loira, ela virou-se podendo ver a figura risonha de Kiara. Ann esbraveja silenciosamente, não queria ser interrompida.

- Não irei voltar, deixe-me aqui, estou em uma conversa com a lua. - disse, séria.

- Mentira - Kiara joga-se ao seu lado, olhando para o céu estrelado -, você acha que Mirabela nos olha de lá?

Ann imita seu ato, olhando para o céu, especificamente para a lua, as duas suspiram.

- Espero que sim, nós iremos precisar daqui em diante. Rei Drack em breve deverá comparecer ao palácio. Não acho que o Supremo irá aceitar sua proposta ...

- Espero que a humana possa mudar nossos planos. - Kiara sussurra, não o bastante para impedir que a audição perfeita de Ann escutasse.

- O que Eve tem haver com isso? - indaga confusa.

- Você não sabe? Amaya contou-me que a mesma servirá como um acerto. A humana será dada aos vampiros...

Ann levanta em um pulo, sobressaltada, incrédula.

- Impossível! Eles são monstros, agressivos, irão matá-la. - praticamente cospe as palavras, horrorizada.

- Deixe a humana se virar, nós não temos nada com ela. Se morrer, não poderemos fazer nada. - Kiara diz, balançando os ombros.

Ela não se importava. Como todos os outros ali, Kiara também odiava os humanos.

- Eu mesma irei tirar essa história a limpo! A humana não merece sofrer nas garras daqueles vampiros!

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Pesporrência significado: altivez ridícula; arrogância, insolência.

A Humana • Em Revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora