c a t o r z e |

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Eve Angel━━━━━ • ஜ • ❈ • ஜ • ━━━━━


Atônita, eu não podia me mexer, escutava tudo ao meu redor, entretanto, não conseguia mover meus músculos. Crueldade comigo! Os gritos de Ann estavam deixando-me agoniada, eles pareciam penetrar a minha alma, minha cabeça latejava, não lembro muito bem de como fui derrubada, meu corpo de repente ficou mole, como se... Algo estranho fosse acontecer. Meu sangue parecia borbulhar, enquanto meu coração porfiava com as palpitações frenéticas, o que causava uma certa dor no meu peito.

- ANN - eu tentei gritar, porém, nenhum som saiu de meus lábios.

Desespero consumiu meu corpo, quando de repente, uma voz máscula dominou todo o espaço e, eu poderia jurar que conseguia sentir seu cheiro e ter a capacidade de distinguir o mesmo entre mil outros. Perturbador, ele cheirava a petrichor. Os gritos de Ann cessaram, causando um silêncio absurdo, um aperto em meu peito fez-me perder todo o ar, meu corpo fraco pareceu reagir. E pela primeira vez na minha vida, eu me sentia completamente imbatível.

Um estalo fez-me virar a cabeça, vendo Ann amedrontada, encurralada em um canto, onde um homem a cercava, olhei para o lado, observando Klau, ele não fazia nada.

"Como ele permite isso?" pergunto internamente, levantei-me devagar, meus ossos estalaram fazendo um pequeno barulho mas nada que pudesse chamar a atenção dos três a minha frente. "Merda!" Resmungo ao tropeçar.

O homem parado ao lado de Ann era enorme, tinha os ombros largos, cabelos grandes e loiros, a roupa de couro que ele usara parecia querer rasgar por causa dos músculos, minha atenção é direcciona novamente para Ann, sua cabeça baixa não impedia-me de ver que seu rosto sangrava. Ele a feriu? ELE ENCOSTOU NELA! Junto toda a força possível nos braços, apoiando minhas mãos contra a parede rochosa fria e molhada, forço as mesmas até conseguir manter-me firme. Meu rosto queima e meu corpo inflama, a cada passo vacilante que eu dava em direção a eles, com a respiração entre-cortada

- É a segunda vez que permito que você, An-nastacia desafie a minha autoridade. Mas agora, ensinarei a respeitar-me do modo que EU mereço.

A voz dele fazia eco dentro da minha cabeça, deixando meu cérebro em êxtase. Quem era ele, por que sua voz fazia tanto efeito ao meu corpo, por que o meu coração insiste em acelerar. É como se, cada movimento que ele fizesse estivesse em câmera lenta, até mesmo quando ele levantou o braço, vociferando contra o rosto de Ann, gritando o quanto ela era uma vagabunda perdida e em como ela ferrava com o nome de Annasofia. Meus sentidos estavam aflorados, bombardeando meu estado, eu não conseguia me mover, mas, eu tinha de fazer algo, Ann poderia ser morta, era nítido que Klau não iria mover-se, ele pouco parecia se importar com o que acontecia.

- Solte ela! - em um impulso quase falho, eu empurrei seu corpo e ele cambaleou.

Ao tocá-lo, eu sabia ... Ele também sentia tudo que eu estava sentindo, parecíamos compartilhar dos mesmos sintomas esquisitos.

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Inefável, ele ofegava enquanto a humana checava o estado físico da amiga.

Como ela ousou? A humana foi capaz de empurrá-lo, o corpo da mesma estava molhado e seus cabelos desgrenhados, ele não conseguia ver sua face e tão pouco importava-se. Queria matá-la, entretanto, um sentimento estranho corróia seu peito, como se o seu coração estivesse sendo esmagado. Ele não conseguia falar, pouco respirava direito, nunca sentira isso, vivera dois séculos e nunca testemunhou esse sentimento imaculável.

- Não ouse tocá-la, ela é minha amiga! - Eve, uma humana, protegia com afinco uma licantropo.

- Sua... - Ele tentou atacá-la, ela também não recuou, avançou contra seu corpo, fazendo-lhe parar bruscamente ao olhar em seus olhos. Os passos da mulher de cabelos negros cessou, a sensação que sentira parecia ser, a inquietação de todos os seus órgãos internos, tudo parecia girar ao seu redor, ela pudera escutar os batimentos cardíacos do ser sombrio a sua frente e, ela gostava da sensação, parecia a recém calmaria que tanto buscou.

Limerância.

Eles estavam próximos demais, o Supremo abriu a boca para proferir a palavra que tanto buscou o significado mas o sentimento extraordinário foi dispersado ao ouvirem uma voz esganiçada. Amaya estava lá, adentrando o local como uma cobra sorrateira, saltou sobre as costas do Supremo e, todos ali presentes perceberam que, a Peeira de olhos claros era na verdade uma espúria.

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Inefável significado: que causa imenso prazer; inebriante, delicioso, encantador.

Limerância significado: estado cognitivo e emocional involuntário que resulta de se ter um desejo romântico por outra pessoa.

Espúria significado: ilegítimo, bastardo.

Petrichor significado do cheiro: A palavra vem do grego "petros" que significa "pedra", e do termo "ichor" que quer dizer "o fluído que passa pelas veias dos Deuses". Essa fragrância é como aquelas que nós sentimos quando a água da chuva bate no solo. Tipo, areia molhada.

A Humana • Em Revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora